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Palavra do leitor

O Deus dos espaços versus o Deus do tempo: com quem fico?

"A fé anímica se personifica por movimentos efêmeros e não por de transformação, restauração, reaproximação, de criação e de direção’’.

Texto de Gênesis 12.1-2 e João 4.23

O Deus da fé abraamica transpassa as fronteiras dos espaços. Não se restringe aos espaços deificados e incumbidos a determinar os escolhidos, os predestinados, os certos, os justos e os abençoados. Não paro por aqui, ultimamente, observo a prevalência dos espaços ideológicos e quem, ali, não estiver, por consequência, deve ser erradicado, jogado fora, deletado, como carta fora do baralho, sem serventia alguma. São os espaços de crenças, de idealismos, de movimentos e, enfim, autênticos caudilhos ditatoriais, a qual submete aos seus tentáculos a própria figura de Deus. Diametralmente oposto, o Deus descrito nos meandros da Bíblia, sem nenhuma ladainha, rompe e irrompe com esses espaços, não se curva as cartilhas de que deve permanecer e seguir as direções de quem se encontra, em tais realidades.

Indo ao texto de Gênesis 12.1-2, extrai-se um salto dos espaços, uma promessa de englobar todos os espaços e não se ser moeda de troca de nenhum, de nenhuma ufania, de nenhuma altivez, de nenhum absolutismo, de nenhuma última palavra. Eis a abordagem da importância da presença do tempo ou do Kairos, do tempo para uma nova criação, para um novo momento, a partir deste oikos (ou lugar comum da humanidade), do tempo que se propõe a fazer do ser humano, expressamente, imagem e semelhança Daquele que Tudo Precede, não no porvir e sim nessa realidade. Deveras, uma realidade com suas vicissitudes nem sempre aprazíveis, com abusos, com arbitrariedades, com violências, com situações que escapam das nossas mãos, com contextos vituperáveis ou desaprováveis, por causa dos espaços das injustiças, das indiferenças, das influências demônicas ou destrutivas. Ora, por tal modo, ser cristão também vai além de um espaço dominical, de um espaço doutrinário, de um espaço de dogmas e doutrinas, de um espaço de pertencer a uma religião oficial e a uma teologia preferencial. Não e não, atentemos para o chamado para uma nova direção, para um novo tempo (parafraseando a música de Ivan Lins: um novo tempo, apesar dos perigos ou dos espaços, porque os espaços senão forem alcançados por esse tempo, por esse tempo não Kronos, mas sim por esse tempo da Cruz do Ressurrecto, culminar-se-ão nos espaços de Auschwitz, de Hiroshima, dos navios negreiros descritos por Castro Alves, dos indígenas esmiuçados pelos colonizadores, do tráfico árabe – muçulmano – na África e outras atrocidades acarretadas por espaços sem o viés ou o enfoque do tempo da criação, do novo, da reconciliação, da reaproximação, da libertação e restauração do coração do ser humano). Então, quando olho para as engrenagens de uma fé anímica, considero e confirmo dimensões reféns dos espaços, dos espaços de se, porventura, sair dali, sofrerá as mais inexoráveis ou implacáveis desgraças. Vale dizer, esses espaços deificam o templo, divinizam pessoas, elegem oráculos, nomeiam portadores da verdade e, quem se opuser, será tachado de anátema, de herege, de víbora, de subversivo e de filho de belzebu. Noutro lado da moeda, os espaços da secularidade parecem, em muitos momentos, serem mais alienados do que os espaços dos religiosos fundamentalistas e obtusos. De conseguinte, a contradição de um mundo dito e nominado de pluralista, de um mundo estribado aos discursos impetuosos da diversidade, da inclusão e da igualdade, todavia, cada vez mais cindido, cada vez mais em guetos, em labirintos, em esconderijos, porque não há o tempo que quer brilhar a coragem para não desistir da vida, a esperança para ir adiante em prol da vida, a justiça para preservar a vida, o destemor para levantar a vida. Nessa linha de elucubração ou de minuciosa reflexão, debruço-me no texto de João 4.23, porque o Deus Ser Humano Jesus Cristo não acolheu a teoria ou a subjugação voraz dos espaços (dos espaços dos fariseus, dos saduceus, dos arminianos, dos calvinistas, dos ortodoxos, dos liberais, dos progressistas, dos universalistas, dos pentecostais, dos neopentecostais, das feministas, dos raciais e por aí vai). Digo isso, devido ao fato notório e nítido de transitar por uma pletora de espaços e não são ou não devem ser tais os coordenadores, os norteadores, as motivações e os suportes para uma existência, embora finita, contagiada pelo tempo da criação, pela criativa do evangelho. Sempre se torna de bom parecer afirmar, o Deus Ser Humano Jesus Cristo não está nos espaços, mormente não os descarte, não os despreze, não os desfaça, agora, oferece-nos o tempo da graça, da criação, de um novo tempo que tem o seu encetar ou começar, sem fugir da raia, a partir do cotidiano, do cotidiano dos anônimos, do cotidiano dos solitários, do cotidiano dos dos desesperados, do cotidiano dos conformados e do cotidiano de gente que não pode ser privada dessa mensagem.
São Paulo - SP
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