Palavra do leitor
- 21 de abril de 2011
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O debate para o cristão: imprescindível ou fútil? Parte 1
Inúmeros debates marcaram épocas e impactaram sociedades, mudando assim a História. O resultado de vários deles foram determinantes para a construção de paradigmas filosóficos no âmbito social,científico,religioso e outros. Dentre esses embates históricos,dois me chamam muito à atenção pela grande relevância e influência que tiveram em prol ou contra a fé cristã. O primeiro deles é o de reformadores x Johann Von Eck, enquanto que o outro é o de Thomas Huxley x Samuel Wilberfoce. O primeiro foi de fundamental importância para a reforma protestante. Já o segundo, um alicerce indispensável para se erigir o "castelo naturalista".
A primeira metade do século XVI foi marcada por frequentes e intensos debates envolvendo reformadores e romanistas. Neste período, o primeiro oposicionista da Igreja Romana foi o reformador Martinho Lutero, que embora não tenha premeditado a divisão da Igreja, a firmeza de suas convicções, o impacto de suas declarações, a lealdade à sua própria consciência, o amor pela Verdade e por Cristo (além do sentimento de perigo, ameaça e afronta que provocava nos líderes da Igreja, incluindo o Papa), o levaram inegociavelmente ao confronto com o clero, e posteriormente a excomunhão. Alguns destes confrontos oficialmente, teve como representante da Igreja, o Dr. Eck.
Eck, "o campeão de Roma", era um conceituado teólogo católico que a Igreja contratou (pagou) para refutar, desmantelar e "desmascarar" as idéias propagadas por Lutero. Um dos objetivos do debate era levar o monge alemão a retratar-se perante todos e torná-lo um herege, salvaguardando assim a imagem da Igreja e Clero, reconquistando a confiança dos fiéis. Por fim, o debate rendeu sutil vitória ao reformador. Em outros conflitos contra Eck, a vitória novamente foi conquistada por representantes da reforma como Oecolampadius e Haller, embora muitos estudiosos considerem tais debates (contra Eck) sem vencedor - tecnicamente.
O debate envolvendo Thomas Henry Huxley e Samuel Wilberfoce foi outro cujo resultado foi indispensável para a hegemonia da filosofia evolucionista. Em 1859, após lançamento do livro "A Origem das Espécies" do britânico Charles Darwin, a tão polêmica e lisonjeada "teoria da evolução" teve ampla aceitação na Inglaterra, difundindo-se por toda Europa, tornando-se enfim um paradigma científico-universal. Nesta época, muitos cristãos sentiram-se ameaçados em sua fé uma vez que a teoria de Darwin ganhava cada vez mais aceitação não somente na comunidade científica, como também no meio social. Na essência, tal teoria descartava claramente a ideia de um Deus Criador e opunha-se ao ensinamento bíblico que trazia um modelo teísta. Religiosos cristãos temiam que a nova cosmovisão científica a respeito das origens deteriorassem o conceito bíblico da criação. Assim sendo, o relato bíblico não passaria de mito, a começar pelo livro de Gênesis. Um dos cristãos inconformados com o modelo evolucionista foi o Bispo de Oxford, chamado Samuel Wilberfoce.
O "Grande Debate" (como ficou historicamente conhecido), contou com uma considerável quantidade de pessoas, (muitas delas sem opinião formada sobre o tema e desejando ter uma base sólida que permitissem às mesmas, posicionar-se a favor da evolução ou criação). A maioria, no entanto, desejava que Wilberfoce refutasse veemente todas as ideias evolucionistas e com argumentações convincentes, fosse capaz de golpear fatalmente a credibillidade da teoria. Darwin adoeceu e quem o representou foi Huxley, a quem alguns criacionistas chamam de "O cão de guarda de Darwin".
Ao iniciar o debate, Wilberfoce pergunta a Huxley se ele era descendente de macaco por parte de avô ou avó. Huxley, categoricamente, responde que preferiria descender de qualquer animal do que de alguém preconceituoso e ignorante como Wilberfoce. Com eloquência, domínio de conhecimento sobre o tema, preparo intelectual e equilíbrio emocional, Huxley prossegue o debate que se tornava vexame para o bispo que parecia desconhecer até mesmo os mais elementares fatos científicos. Enquanto isso, a platéia vibra em favor de Huxley, olha para Wilberfoce e grita como se estissem vaiando-o. Vozes do auditório ecoam: "Massacre, massacre, massacre!". De maneira profícua, Huxley sai vencedor enquanto Wilberfoce retira-se sem graça. O primeiro grande e importante debate sobre o tema(em tempos modernos) termina então como um golpe quase mortal e irreversível para o criacionismo. Depois desse episódio, falar em criação era muito mais que vergonhoso. Wilberfoce conseguira prestar um grande desserviço ao criacionismo e em certo ponto ao cristianismo também.
Como Lutero e os reformadores, precisamos debater convictos em prol da Verdade nos opondo firmemente à mentira e os ataques contra Cristo, mas ao mesmo tempo evitarmos cair na armadilha de, com pedantismo,arrogância e intolerância à semelhança de Wilbeforce, dá margem e razão aos céticos, destruindo desta forma o que não pretende.
A primeira metade do século XVI foi marcada por frequentes e intensos debates envolvendo reformadores e romanistas. Neste período, o primeiro oposicionista da Igreja Romana foi o reformador Martinho Lutero, que embora não tenha premeditado a divisão da Igreja, a firmeza de suas convicções, o impacto de suas declarações, a lealdade à sua própria consciência, o amor pela Verdade e por Cristo (além do sentimento de perigo, ameaça e afronta que provocava nos líderes da Igreja, incluindo o Papa), o levaram inegociavelmente ao confronto com o clero, e posteriormente a excomunhão. Alguns destes confrontos oficialmente, teve como representante da Igreja, o Dr. Eck.
Eck, "o campeão de Roma", era um conceituado teólogo católico que a Igreja contratou (pagou) para refutar, desmantelar e "desmascarar" as idéias propagadas por Lutero. Um dos objetivos do debate era levar o monge alemão a retratar-se perante todos e torná-lo um herege, salvaguardando assim a imagem da Igreja e Clero, reconquistando a confiança dos fiéis. Por fim, o debate rendeu sutil vitória ao reformador. Em outros conflitos contra Eck, a vitória novamente foi conquistada por representantes da reforma como Oecolampadius e Haller, embora muitos estudiosos considerem tais debates (contra Eck) sem vencedor - tecnicamente.
O debate envolvendo Thomas Henry Huxley e Samuel Wilberfoce foi outro cujo resultado foi indispensável para a hegemonia da filosofia evolucionista. Em 1859, após lançamento do livro "A Origem das Espécies" do britânico Charles Darwin, a tão polêmica e lisonjeada "teoria da evolução" teve ampla aceitação na Inglaterra, difundindo-se por toda Europa, tornando-se enfim um paradigma científico-universal. Nesta época, muitos cristãos sentiram-se ameaçados em sua fé uma vez que a teoria de Darwin ganhava cada vez mais aceitação não somente na comunidade científica, como também no meio social. Na essência, tal teoria descartava claramente a ideia de um Deus Criador e opunha-se ao ensinamento bíblico que trazia um modelo teísta. Religiosos cristãos temiam que a nova cosmovisão científica a respeito das origens deteriorassem o conceito bíblico da criação. Assim sendo, o relato bíblico não passaria de mito, a começar pelo livro de Gênesis. Um dos cristãos inconformados com o modelo evolucionista foi o Bispo de Oxford, chamado Samuel Wilberfoce.
O "Grande Debate" (como ficou historicamente conhecido), contou com uma considerável quantidade de pessoas, (muitas delas sem opinião formada sobre o tema e desejando ter uma base sólida que permitissem às mesmas, posicionar-se a favor da evolução ou criação). A maioria, no entanto, desejava que Wilberfoce refutasse veemente todas as ideias evolucionistas e com argumentações convincentes, fosse capaz de golpear fatalmente a credibillidade da teoria. Darwin adoeceu e quem o representou foi Huxley, a quem alguns criacionistas chamam de "O cão de guarda de Darwin".
Ao iniciar o debate, Wilberfoce pergunta a Huxley se ele era descendente de macaco por parte de avô ou avó. Huxley, categoricamente, responde que preferiria descender de qualquer animal do que de alguém preconceituoso e ignorante como Wilberfoce. Com eloquência, domínio de conhecimento sobre o tema, preparo intelectual e equilíbrio emocional, Huxley prossegue o debate que se tornava vexame para o bispo que parecia desconhecer até mesmo os mais elementares fatos científicos. Enquanto isso, a platéia vibra em favor de Huxley, olha para Wilberfoce e grita como se estissem vaiando-o. Vozes do auditório ecoam: "Massacre, massacre, massacre!". De maneira profícua, Huxley sai vencedor enquanto Wilberfoce retira-se sem graça. O primeiro grande e importante debate sobre o tema(em tempos modernos) termina então como um golpe quase mortal e irreversível para o criacionismo. Depois desse episódio, falar em criação era muito mais que vergonhoso. Wilberfoce conseguira prestar um grande desserviço ao criacionismo e em certo ponto ao cristianismo também.
Como Lutero e os reformadores, precisamos debater convictos em prol da Verdade nos opondo firmemente à mentira e os ataques contra Cristo, mas ao mesmo tempo evitarmos cair na armadilha de, com pedantismo,arrogância e intolerância à semelhança de Wilbeforce, dá margem e razão aos céticos, destruindo desta forma o que não pretende.
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