Palavra do leitor
- 03 de maio de 2011
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O debate para o cristão: imprescindível ou fútil? Final
Um influente teólogo e jornalista (a quem muito admiro e com quem muito aprendo) relatou certa vez que constantemente é desafiado para debates contra ateus e céticos, alguns deles, gente bem informada e mal intencionada. Sendo ele alguém extremamente ocupado, costuma responder aos seus detratores da seguinte forma: "estou empenhado numa grande obra. Porque pararia a obra e desceria a ir ter convosco?" (Neemias 6:3). Esclarecendo que grande é a obra e não o obreiro, continua seu relevante trabalho como redator de uma Editora cristã, articulista de uma revista mensal, blogueiro, palestrante nos finais de semana e também escritor. Certamente que tais atividades são muito mais proveitosas, edificantes e dão muito mais resultados positivos (influência para o bem) do que o simples debater por debater...
Alguns debates são enriquecedores; outros, no entanto, são tão inúteis que não passam de perda de tempo. Mesmo em alguns sites cristãos onde há espaço aberto para discussão de temas controversos, observa-se muitas vezes refutações em tom de guerra, expressões acaloradas, mal educadas, ultrajantes, desrespeitosas ao ser humano e totalmente imcompatíveis com o espírito cristão. Esse não é o caso da Ultimato, obviamente, cuja seriedade se evidencia, dentre outros fatores, pelo critério de análise responsável de textos aqui postados e moderação de comentários deixados neste espaço. Pessoalmente tenho visto que é permitido divergir, censurar e até provocar, mas tudo dentro dos limites toleráveis da divergência.
O debate deveria ser um instrumento de integração, um meio educativo e um método de aprendermos desde cedo que entender o outro é um desafio. Cada ser humano entende o mundo de maneira individual e, por isso, não sendo possível concordar com o outro, é preciso ao menos respeitar a sua maneira de pensar. Tal postura ofereceria-nos talvez a oportunidade de crescimento intelectual, reciprocidade de conhecimento e a permutação de valores mútuos, nos harmonizando e humanizando tanto como cristãos como seres sociais.
Muitos ao debaterem, mesmo que pretensamente, vencem pela "razão" e perdem para a própria emoção. Desnecessariamente, em hostilidade injustificável, se inflamam em atitudes agressivas verbalmente, facialmente e às vezes até fisicamente, como no caso de uns deputados outro dia. Mas em troca de quê? Me pergunto.
É realmente vantajoso ganhar o debate mesmo que para isso se tenha que perder um possível amigo? É realmente necessário usar a arrogância, a depreciação, o estigmatismo e a aversão como regras do jogo num debate? Como cristãos, vale a pena ganhar um debate e perder a amizade? Qual seria a finalidade do cristão em tal processo?
.
Assisti pelo Youtube o confronto de Cristhophens Hitchens x Dinesh de Souza. Considerei um duelo de titãs. Dinesh foi magistral em suas argumentações em favor do cristianismo, dando respostas bem fundamentadas a seu oponente. Hitchens, por sua vez, com sua inteligência e ironia de sempre, também representou bem a ala ateísta. Ambos, de maneira equilibrada , através do alto nível da discussão, deram condições suficientes à platéia de tirar suas devidas conclusões.
Na primeira edição deste texto, mencionei a importância do arrazoado de Lutero e os reformadores contra Eck. Para os reformadores, tratava-se não de mera discussão, mas uma maneira oportuna de testificarem da Verdade, mostrando de que lado estavam. Que o conflito era acima de tudo espiritual , isto é inegável e evidente. Lutero não foi "advogado de Deus", mas uma testemunha fiel.
Com debate ou não, somos "chamados a dar a razão da esperança que há em nós" (1Pd 3:15). Dar razão, neste contexto, não é necessariamente "argumentar", mas acima de tudo, testemunhar.
Talvez nunca conseguiremos conquistar outros para Cristo pela argumentação, mas como David Livingstone (o missionário inglês que dedicou parte de sua vida na evangelização de africanos e que ganhou o repórter ateu Henrique Stanley para o Cristianismo apenas pelo seu modo de viver), nos é possível também, pela graça divina, refletir Jesus em nossa vida diária. Sua presença em nós superará qualquer retórica ou eloquência e exercerá influência transformadora e cativante aos que conosco conviverem.
Debates onde existe lucidez e os participantes se respeitam, tem base no que defendem e a divergência se dá de maneira civilizada, podem ser uma contribuição inestimável tanto para os oponentes como para quem os assiste. Porém, para o debatedor cristão, independente do contexto original (publicadas na revista Ultimato) deixo as seguintes palavras - parafraseadas - de Henry Martin, missionário anglicano que viveu no século passado: "Ainda que eu tenha claros argumentos, os meus esforços não valem nada e não servem para nada, a menos que Deus intervenha e eu dependa inteiramente dEle, falarei para pedras..."..
Alguns debates são enriquecedores; outros, no entanto, são tão inúteis que não passam de perda de tempo. Mesmo em alguns sites cristãos onde há espaço aberto para discussão de temas controversos, observa-se muitas vezes refutações em tom de guerra, expressões acaloradas, mal educadas, ultrajantes, desrespeitosas ao ser humano e totalmente imcompatíveis com o espírito cristão. Esse não é o caso da Ultimato, obviamente, cuja seriedade se evidencia, dentre outros fatores, pelo critério de análise responsável de textos aqui postados e moderação de comentários deixados neste espaço. Pessoalmente tenho visto que é permitido divergir, censurar e até provocar, mas tudo dentro dos limites toleráveis da divergência.
O debate deveria ser um instrumento de integração, um meio educativo e um método de aprendermos desde cedo que entender o outro é um desafio. Cada ser humano entende o mundo de maneira individual e, por isso, não sendo possível concordar com o outro, é preciso ao menos respeitar a sua maneira de pensar. Tal postura ofereceria-nos talvez a oportunidade de crescimento intelectual, reciprocidade de conhecimento e a permutação de valores mútuos, nos harmonizando e humanizando tanto como cristãos como seres sociais.
Muitos ao debaterem, mesmo que pretensamente, vencem pela "razão" e perdem para a própria emoção. Desnecessariamente, em hostilidade injustificável, se inflamam em atitudes agressivas verbalmente, facialmente e às vezes até fisicamente, como no caso de uns deputados outro dia. Mas em troca de quê? Me pergunto.
É realmente vantajoso ganhar o debate mesmo que para isso se tenha que perder um possível amigo? É realmente necessário usar a arrogância, a depreciação, o estigmatismo e a aversão como regras do jogo num debate? Como cristãos, vale a pena ganhar um debate e perder a amizade? Qual seria a finalidade do cristão em tal processo?
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Assisti pelo Youtube o confronto de Cristhophens Hitchens x Dinesh de Souza. Considerei um duelo de titãs. Dinesh foi magistral em suas argumentações em favor do cristianismo, dando respostas bem fundamentadas a seu oponente. Hitchens, por sua vez, com sua inteligência e ironia de sempre, também representou bem a ala ateísta. Ambos, de maneira equilibrada , através do alto nível da discussão, deram condições suficientes à platéia de tirar suas devidas conclusões.
Na primeira edição deste texto, mencionei a importância do arrazoado de Lutero e os reformadores contra Eck. Para os reformadores, tratava-se não de mera discussão, mas uma maneira oportuna de testificarem da Verdade, mostrando de que lado estavam. Que o conflito era acima de tudo espiritual , isto é inegável e evidente. Lutero não foi "advogado de Deus", mas uma testemunha fiel.
Com debate ou não, somos "chamados a dar a razão da esperança que há em nós" (1Pd 3:15). Dar razão, neste contexto, não é necessariamente "argumentar", mas acima de tudo, testemunhar.
Talvez nunca conseguiremos conquistar outros para Cristo pela argumentação, mas como David Livingstone (o missionário inglês que dedicou parte de sua vida na evangelização de africanos e que ganhou o repórter ateu Henrique Stanley para o Cristianismo apenas pelo seu modo de viver), nos é possível também, pela graça divina, refletir Jesus em nossa vida diária. Sua presença em nós superará qualquer retórica ou eloquência e exercerá influência transformadora e cativante aos que conosco conviverem.
Debates onde existe lucidez e os participantes se respeitam, tem base no que defendem e a divergência se dá de maneira civilizada, podem ser uma contribuição inestimável tanto para os oponentes como para quem os assiste. Porém, para o debatedor cristão, independente do contexto original (publicadas na revista Ultimato) deixo as seguintes palavras - parafraseadas - de Henry Martin, missionário anglicano que viveu no século passado: "Ainda que eu tenha claros argumentos, os meus esforços não valem nada e não servem para nada, a menos que Deus intervenha e eu dependa inteiramente dEle, falarei para pedras..."..
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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