Palavra do leitor
- 19 de abril de 2022
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O cristão verdadeiro é socialmente amado ou odiado?
No livro "E a vida continua" o Pe. Roque Schneider considera como a mais eloquente definição de cristão a citação "Cristão verdadeiro é aquele que desperta nos outros a vontade de sê-lo." Nesse contexto, ao contrário de antipatia e afastamento, os genuínos seguidores de Jesus atrairiam pessoas para experimentarem a alegria de sua fé.
Conforme registra o Novo Testamento, em Antioquia foram os discípulos de Cristo chamados pela primeira vez de cristãos (Atos 11:26). Assemelhando-se ao Mestre, foram reconhecidos como seus imitadores.
Segundo teólogos e historiadores, "o imperador Juliano, chamado de Apóstata (Século IV d.C), observou que a tendência de inventar apelidos como forma de sátira era uma característica da população de Antioquia". Assim como os luteranos receberam esse rótulo de modo pejorativo (pelos inimigos de Martinho Lutero), o mesmo pode ter ocorrido com os primeiros cristãos – pelos pagãos.
Dicotomia pedagógica: O cristão verdadeiro desperta oposição ou atração?
Inicialmente, lembremos que o próprio Jesus (a Pessoa mais Perfeita e Maravilhosa que já pisou nesta Terra) foi odiado, perseguido e rejeitado, avisando aos seus discípulos que eles enfrentariam o mesmo (Jo 15.20).
Ao mesmo tempo, os cristãos foram chamados a testemunhar, iluminar e dar sabor ao mundo, o que inclui despertar nos outros a vontade de conhecer Jesus e aceitá-lo como Salvador pessoal.
Foi o que aconteceu na história do missionário britânico David Livingstone quando o jornalista ateu Henry Stanley o encontrou em solo africano. Sem precisar de apelo e persuasão, Stanley converteu-se e abraçou a fé cristã apenas por observar o exemplo de Livingstone.
O apóstolo Paulo também atraiu muitos para a fé cristã. Pregando o evangelho ao rei Agripa, este respondeu: "Por pouco me persuades a fazer-me cristão" (Atos 26:28). Ainda que não se descarte ironia e indiferença do rei frente ao forte apelo do apóstolo, evidencia-se nesse comportamento do monarca a tentativa de ocultar profunda convicção gerada pelo poder da pregação, disfarçada pelo seu orgulhoso coração.
Há quem considere como sinal de um cristão verdadeiro as práticas de bondade, altruísmo, gentileza, humanitarismo etc. Embora tais características sejam inseparáveis do caráter cristão, elas por si só não são evidência suficiente de que a motivação de tais atos sejam por amor a Cristo.
Para além de uma virtude mais elevada na contramão da lógica do mundo – Sermão do Monte –, uma das principais diferenças do ensino de Cristo para outros ensinos de boas religiões é o pré-requisito indispensável da renúncia do discípulo e negação de si mesmo ao tomar sua cruz antes de segui-lo (Lc 9:23-26).
No século passado, uma idosa missionária italiana bateu à porta de uma casa, sendo recebida com um forte tapa no rosto, reagindo pacificamente – oferecendo outra face. Desconcertada com a reação inesperada daquela senhora cristã, a moradora pediu perdão pela explosão de mau humor e permitiu a entrada dela em sua casa. Horas depois, as duas se tornaram amigas e o evangelho tinha sido pregado.
Semelhante caso se deu com Pedro Damião, um evangelista que falava de Cristo com fervor e paixão, quando um dos ouvintes cuspiu-lhe no rosto. Ao tirar um lenço do bolso e limpar o rosto, continuou calmamente a pregação, demonstrando a mansidão de alguém que realmente imitava Jesus.
Mas o Príncipe da Paz afirmou que não veio trazer paz, mas espada e dissensão à Terra (Mt 10:34), pois o mesmo evangelho que oferece paz e melhores relacionamentos interpessoais, favorece de igual modo uma guerra espiritual. Assim, a pessoa que priorizar Jesus no coração, poderá enfrentar oposições e perseguições por amá-lo e tê-lo como Rei – este é o sentido da "espada ou guerra" que o evangelho suscita.
Nesse sentido, seguir a Cristo não combina com "fazer a média" e rebaixar princípios e valores para tornar a mensagem cristã mais palatável, popular ou condescendente com o presente século – a fim de não ser considerado um cristão retrógrado, etc.
Todavia, seguir a Cristo não significa ser eremita, isolando-se das pessoas (como se elas fossem leprosas intocáveis) para ser santo e estar próxima de Deus. Jesus era amigável e sociável. Sua graça é extensiva a todos.
Alguns líderes evangélicos charlatães desmascarados ou denunciados pelos fatos (quando reais crimes) alegam cinicamente perseguição "por amor a Jesus Cristo", porém muitos genuínos cristãos é que são odiados e perseguidos mesmo não dando motivos.
Bem antes de Gandhi afirmar "não sou cristão por causa dos cristãos", Jesus já tinha dito que os fariseus percorriam terra e mar para fazer um convertido e, quando conseguiam, tornavam esses conversos duas vezes mais filho do inferno do que eles próprios (Mt 23).
Conclusão:
De fato, todos os que querem viver piamente em Cristo serão perseguidos (2Tm 3:12). Porém, mesmo um mártir cristão ao sofrer cruel execução atrairá outros, seu sangue será semente e seu testemunho o bom perfume de Cristo (2 Co 2:14).
Conforme registra o Novo Testamento, em Antioquia foram os discípulos de Cristo chamados pela primeira vez de cristãos (Atos 11:26). Assemelhando-se ao Mestre, foram reconhecidos como seus imitadores.
Segundo teólogos e historiadores, "o imperador Juliano, chamado de Apóstata (Século IV d.C), observou que a tendência de inventar apelidos como forma de sátira era uma característica da população de Antioquia". Assim como os luteranos receberam esse rótulo de modo pejorativo (pelos inimigos de Martinho Lutero), o mesmo pode ter ocorrido com os primeiros cristãos – pelos pagãos.
Dicotomia pedagógica: O cristão verdadeiro desperta oposição ou atração?
Inicialmente, lembremos que o próprio Jesus (a Pessoa mais Perfeita e Maravilhosa que já pisou nesta Terra) foi odiado, perseguido e rejeitado, avisando aos seus discípulos que eles enfrentariam o mesmo (Jo 15.20).
Ao mesmo tempo, os cristãos foram chamados a testemunhar, iluminar e dar sabor ao mundo, o que inclui despertar nos outros a vontade de conhecer Jesus e aceitá-lo como Salvador pessoal.
Foi o que aconteceu na história do missionário britânico David Livingstone quando o jornalista ateu Henry Stanley o encontrou em solo africano. Sem precisar de apelo e persuasão, Stanley converteu-se e abraçou a fé cristã apenas por observar o exemplo de Livingstone.
O apóstolo Paulo também atraiu muitos para a fé cristã. Pregando o evangelho ao rei Agripa, este respondeu: "Por pouco me persuades a fazer-me cristão" (Atos 26:28). Ainda que não se descarte ironia e indiferença do rei frente ao forte apelo do apóstolo, evidencia-se nesse comportamento do monarca a tentativa de ocultar profunda convicção gerada pelo poder da pregação, disfarçada pelo seu orgulhoso coração.
Há quem considere como sinal de um cristão verdadeiro as práticas de bondade, altruísmo, gentileza, humanitarismo etc. Embora tais características sejam inseparáveis do caráter cristão, elas por si só não são evidência suficiente de que a motivação de tais atos sejam por amor a Cristo.
Para além de uma virtude mais elevada na contramão da lógica do mundo – Sermão do Monte –, uma das principais diferenças do ensino de Cristo para outros ensinos de boas religiões é o pré-requisito indispensável da renúncia do discípulo e negação de si mesmo ao tomar sua cruz antes de segui-lo (Lc 9:23-26).
No século passado, uma idosa missionária italiana bateu à porta de uma casa, sendo recebida com um forte tapa no rosto, reagindo pacificamente – oferecendo outra face. Desconcertada com a reação inesperada daquela senhora cristã, a moradora pediu perdão pela explosão de mau humor e permitiu a entrada dela em sua casa. Horas depois, as duas se tornaram amigas e o evangelho tinha sido pregado.
Semelhante caso se deu com Pedro Damião, um evangelista que falava de Cristo com fervor e paixão, quando um dos ouvintes cuspiu-lhe no rosto. Ao tirar um lenço do bolso e limpar o rosto, continuou calmamente a pregação, demonstrando a mansidão de alguém que realmente imitava Jesus.
Mas o Príncipe da Paz afirmou que não veio trazer paz, mas espada e dissensão à Terra (Mt 10:34), pois o mesmo evangelho que oferece paz e melhores relacionamentos interpessoais, favorece de igual modo uma guerra espiritual. Assim, a pessoa que priorizar Jesus no coração, poderá enfrentar oposições e perseguições por amá-lo e tê-lo como Rei – este é o sentido da "espada ou guerra" que o evangelho suscita.
Nesse sentido, seguir a Cristo não combina com "fazer a média" e rebaixar princípios e valores para tornar a mensagem cristã mais palatável, popular ou condescendente com o presente século – a fim de não ser considerado um cristão retrógrado, etc.
Todavia, seguir a Cristo não significa ser eremita, isolando-se das pessoas (como se elas fossem leprosas intocáveis) para ser santo e estar próxima de Deus. Jesus era amigável e sociável. Sua graça é extensiva a todos.
Alguns líderes evangélicos charlatães desmascarados ou denunciados pelos fatos (quando reais crimes) alegam cinicamente perseguição "por amor a Jesus Cristo", porém muitos genuínos cristãos é que são odiados e perseguidos mesmo não dando motivos.
Bem antes de Gandhi afirmar "não sou cristão por causa dos cristãos", Jesus já tinha dito que os fariseus percorriam terra e mar para fazer um convertido e, quando conseguiam, tornavam esses conversos duas vezes mais filho do inferno do que eles próprios (Mt 23).
Conclusão:
De fato, todos os que querem viver piamente em Cristo serão perseguidos (2Tm 3:12). Porém, mesmo um mártir cristão ao sofrer cruel execução atrairá outros, seu sangue será semente e seu testemunho o bom perfume de Cristo (2 Co 2:14).
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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