Palavra do leitor
- 13 de março de 2023
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O cristão no mundo politicamente correto e os Demas acadêmicos - Parte 2
Sofismas são extremamente difíceis de se detectar pelas pessoas com pouco treino intelectual, pois normalmente são cunhados sob uma falsa premissa de logicidade, mas que se torna convincente pela ação enfática e normalmente emocional do interlocutor - Luis Garrido.
Embora ninguém esteja plenamente isento de incorrer eventualmente em sofismas de modo inconsciente/involuntário, existem pessoas que encarnam o sofisma em suas personalidades, ainda que com sinceridade.
Voltemos ao ponto do texto anterior deste tema -- relacionado ao post abaixo.
"Quando eu penso em valores cristãos, penso em amar o próximo como a si mesmo, dar a outra face, tacar a primeira pedra quem nunca pecou, perdoar ladrões, curar doentes, crítica da riqueza, etc. Mas não. Invariavelmente ‘valores cristãos’ significa direito de andar armado e matar ‘bandidos’, homofobia, ser contra a igualdade de gênero, criacionismo, etc. É uma coisa curiosa o fato de que os cristãos esqueceram o novo testamento. É como se Jesus não existisse para os cristãos. Os exemplos vêm todos do antigo testamento. E olha que nem cristão eu sou. Mas é um fato que me deixa intrigado. Em que momento Jesus se tornou irrelevante para os cristãos?"
Sobre o parágrafo supracitado, foi comentado no texto anterior o que considerei argumento "viciado e sofismático" de quem se propôs a ensinar aos cristãos o que seria "valores cristãos", enfatizando que não era cristão, mas evidenciando sensação de superioridade moral. Foi falado também sobre o falso testemunho de professos cristãos que afastam muitos de Cristo - como no mencionado relato histórico do hindu Mahatma Gandhi .
Indiscutivelmente, cristãos verdadeiros não serão embrutecidos pela assim chamada religião, muito menos serão rudes com palavras que inflamem ódio. Alguém com reais valores cristãos terá consideração pelos outros e será mais brando e amoroso em suas relações interpessoais - pela interiorização do caráter de Cristo na vida através do Santo Espírito. É inegável que terão domínio-próprio e serão gentis e pacificadores, etc.
Mas minha crítica ao parágrafo postado aqui entre aspas (existem centenas com o mesmo teor nas redes sociais) se dá por simples razão evidente: sofisma moralizante com dose de politicamente correto.
Começando pela generalização do termo "cristãos". Poderíamos relevar o equívoco generalista como uma "força de expressão" (mera hipérbole), mas em seguida é reforçado novamente a leviandade pelo termo "invariavelmente". Seguindo outra vez o mesmo raciocínio, arremata dizendo que "os cristãos esqueceram do Novo Testamento e [...] é como Jesus não existisse para os cristãos [...].
O confesso não cristão ("E olha que não sou cristão") pretendendo ensinar cristãos a como serem cristãos verdadeiros poderia até ser interpretado como "pedras clamando" em alguns contextos, mas é preciso cautela antes de fazermos tais inferências.
É certo que alguns cristãos com razão ignoram essas "vãs discussões" através de um sábio silêncio, enquanto outros se valem do recorrente modismo acadêmico (lugar de fala) para fazer uma variação do "bom combate" de Paulo, respondendo em mansidão e respeito.
Em certo sentido, o raciocínio do autor do post em questão induz à ideia de que os valores cristãos (e seguir o exemplo de Jesus) implicaria um possível comportamento socialmente digno de aplauso ou em conformidade com o ideal preconizado na cultura hegemônica e secular. Em outras palavras, um cristão tolerante e louvado como exemplar. Mas Jesus advertiu exatamente contra isso, quando disse: Ai de vós, quando todos vos louvarem! Porque assim procederam seus pais com os falsos profetas (Lc 6:26).
É provável que o alvo da referida postagem seja alguns desafetos evangélicos extremistas (política e ideologicamente). Se confirmado, dizer que estes representam todos os cristãos é sordidez. Assim como cristão verdadeiro não incita ódio ou discriminação, também não vive genuíno cristianismo sem sofrer perseguição (2 Tm 3:12), pois seus valores são diametralmente opostos ao da cultura secular vigente.
Se muitas pessoas testemunham de maneira que ofende desnecessariamente outras sensíveis, ao mesmo tempo, "sem a correta noção do que é sofrer por fazer a vontade de Cristo, antecipam oposição ou perseguição que pode ter pouco ou nada a ver com o que Jesus falou sobre sofrer em Seu nome". Assim, precisamos nos lembrar de que Jesus não disse que seus seguidores seriam perseguidos por serem bons, gentis ou altruístas, já que esses traços também são apreciados por religiosos não cristãos - de cultura pagã e secular.
Martin Lloyd Jones nos lembra em sua obra "Estudos sobre o sermão do Monte": "Você provavelmente não será perseguido por ser bom. O mundo geralmente louva, admira os bons, porque até os pagãos acham que essas pessoas são exatamente como eles mesmos..." Lloyd Jones prossegue sugerindo que não são os bons que são perseguidos, mas os justos que estão vivendo a vida de Jesus.
Próximo texto falaremos sobre.
Embora ninguém esteja plenamente isento de incorrer eventualmente em sofismas de modo inconsciente/involuntário, existem pessoas que encarnam o sofisma em suas personalidades, ainda que com sinceridade.
Voltemos ao ponto do texto anterior deste tema -- relacionado ao post abaixo.
"Quando eu penso em valores cristãos, penso em amar o próximo como a si mesmo, dar a outra face, tacar a primeira pedra quem nunca pecou, perdoar ladrões, curar doentes, crítica da riqueza, etc. Mas não. Invariavelmente ‘valores cristãos’ significa direito de andar armado e matar ‘bandidos’, homofobia, ser contra a igualdade de gênero, criacionismo, etc. É uma coisa curiosa o fato de que os cristãos esqueceram o novo testamento. É como se Jesus não existisse para os cristãos. Os exemplos vêm todos do antigo testamento. E olha que nem cristão eu sou. Mas é um fato que me deixa intrigado. Em que momento Jesus se tornou irrelevante para os cristãos?"
Sobre o parágrafo supracitado, foi comentado no texto anterior o que considerei argumento "viciado e sofismático" de quem se propôs a ensinar aos cristãos o que seria "valores cristãos", enfatizando que não era cristão, mas evidenciando sensação de superioridade moral. Foi falado também sobre o falso testemunho de professos cristãos que afastam muitos de Cristo - como no mencionado relato histórico do hindu Mahatma Gandhi .
Indiscutivelmente, cristãos verdadeiros não serão embrutecidos pela assim chamada religião, muito menos serão rudes com palavras que inflamem ódio. Alguém com reais valores cristãos terá consideração pelos outros e será mais brando e amoroso em suas relações interpessoais - pela interiorização do caráter de Cristo na vida através do Santo Espírito. É inegável que terão domínio-próprio e serão gentis e pacificadores, etc.
Mas minha crítica ao parágrafo postado aqui entre aspas (existem centenas com o mesmo teor nas redes sociais) se dá por simples razão evidente: sofisma moralizante com dose de politicamente correto.
Começando pela generalização do termo "cristãos". Poderíamos relevar o equívoco generalista como uma "força de expressão" (mera hipérbole), mas em seguida é reforçado novamente a leviandade pelo termo "invariavelmente". Seguindo outra vez o mesmo raciocínio, arremata dizendo que "os cristãos esqueceram do Novo Testamento e [...] é como Jesus não existisse para os cristãos [...].
O confesso não cristão ("E olha que não sou cristão") pretendendo ensinar cristãos a como serem cristãos verdadeiros poderia até ser interpretado como "pedras clamando" em alguns contextos, mas é preciso cautela antes de fazermos tais inferências.
É certo que alguns cristãos com razão ignoram essas "vãs discussões" através de um sábio silêncio, enquanto outros se valem do recorrente modismo acadêmico (lugar de fala) para fazer uma variação do "bom combate" de Paulo, respondendo em mansidão e respeito.
Em certo sentido, o raciocínio do autor do post em questão induz à ideia de que os valores cristãos (e seguir o exemplo de Jesus) implicaria um possível comportamento socialmente digno de aplauso ou em conformidade com o ideal preconizado na cultura hegemônica e secular. Em outras palavras, um cristão tolerante e louvado como exemplar. Mas Jesus advertiu exatamente contra isso, quando disse: Ai de vós, quando todos vos louvarem! Porque assim procederam seus pais com os falsos profetas (Lc 6:26).
É provável que o alvo da referida postagem seja alguns desafetos evangélicos extremistas (política e ideologicamente). Se confirmado, dizer que estes representam todos os cristãos é sordidez. Assim como cristão verdadeiro não incita ódio ou discriminação, também não vive genuíno cristianismo sem sofrer perseguição (2 Tm 3:12), pois seus valores são diametralmente opostos ao da cultura secular vigente.
Se muitas pessoas testemunham de maneira que ofende desnecessariamente outras sensíveis, ao mesmo tempo, "sem a correta noção do que é sofrer por fazer a vontade de Cristo, antecipam oposição ou perseguição que pode ter pouco ou nada a ver com o que Jesus falou sobre sofrer em Seu nome". Assim, precisamos nos lembrar de que Jesus não disse que seus seguidores seriam perseguidos por serem bons, gentis ou altruístas, já que esses traços também são apreciados por religiosos não cristãos - de cultura pagã e secular.
Martin Lloyd Jones nos lembra em sua obra "Estudos sobre o sermão do Monte": "Você provavelmente não será perseguido por ser bom. O mundo geralmente louva, admira os bons, porque até os pagãos acham que essas pessoas são exatamente como eles mesmos..." Lloyd Jones prossegue sugerindo que não são os bons que são perseguidos, mas os justos que estão vivendo a vida de Jesus.
Próximo texto falaremos sobre.
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