Palavra do leitor
- 07 de julho de 2022
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O Criador, a criação e o outro
"O ser humano consegue ser, dentro da espécie, o mais tolo e tosco, ao acreditar que se basta a si mesmo’’.
O pós-modernismo marcado pela era da informação e com a sensação de que o mundo está, em nosso quarto, acarreta a ideia de que nos bastamos, de que o outro não passa de um estorvo ou um problema, de que os vínculos de maior intensidade não passam de uma perda de tempo. Ora, embora todas as mudanças e modificações comportamentais, ainda assim, prosseguimos como seres de interdependência. Basta atentar para algumas verdades objetivas, claras e específicas, sem nenhuma ornamentação linguística, como, por exemplo, o computador a qual redijo tais palavras para formar pontes de sentido teve a participação de uma cadeia de pessoas, a roupa que uso passou pelo trabalho de pessoas, o café que tomei durante esta manhã - teve a intervenção de pessoas, o pão com manteiga foi preparado por pessoas, o transporte público até a Casa do Advogado, aqui, na Penha de França, situado na Zona Leste de São Paulo, dispõe de toda uma equipe de pessoas. Se alguém necessita de uma avaliação médica, passará por pessoas. Se alguém espera o nascimento do filho, dependerá de pessoas. Se alguém espera uma resposta de um concurso, de uma entrevista, de uma oportunidade, sem rodeios, obterá o resultado decorrente de pessoas. Se alguém participa de uma peneira para ser jogador de futebol (como o filho do meu querido Fil, submeteu-se, mais recentemente), dependeu do aval advindo de pessoas. Se alguém vai ser enterrado ou cremado, também dependerá de pessoas. A água que bebo, a iluminação urbana, a refeição no restaurante e por vai, expressamente, não prescinde de pessoas. Atentemos para um coral, sem os contraltos, sem os tenores, sem os baixos, tão somente, com o regente, nada mais vão. Então, eu não me basto, você não se basta, quer aceite ou não e não venho, aqui, para anular a singularidade, a reciprocidade e a profundidade de cada um, agora, é bem verdade, a cultura da automatização trouxe e proporciona um estado de que posso dispensar o outro, de que o animal de estimação pode substituir o outro, de que uma paixão pode preencher o encontro com outros.
Não faço menção de viver uma simbiose com os outros, de deixar de se aceitar e de ser você mesmo, de trilhar pelos seus momentos de silêncio e solidão, de não viver para provar, por favor. Diametralmente oposto, quero dizer, na mais escancarada realidade, de que o outro me completa, me complementa e, decerto, o maior dos mandamentos não deixa nenhuma réstia ou fagulha de engano (Amarás ao Senhor Teu Deus, de todo o coração, ao próximo quanto como a si mesmo, ou seja, extraímos uma integralidade, uma inteireza, um fluir de conteúdo em nossa personalidade, com emoções, com afetos, com ideias, com imaginação, com compaixão, com ternura, com tensão, com pulsação, com êxtase e etc.). Vou além, qual a serventia da oração, conforme podemos atentar na tora e na bíblia, na tradição judaico–cristã, se não nos levar ao outro (porque o Pai é nosso e não meu). Saliento, sem o outro, o evangelho não serve para nada, porque fui chamado para existir em favor do outro, nada mais radical e inquietante, afinal de contas não há e não haverá garantias de recompensa e sim de fazer o que é certo. Então, qual valia de ser envolto pela fascínio desencadeado pelas obras de Leonardo da Vinci, das elucubrações do psiquiatra Victor Franklin, dos ensinos de Jesus, do sorriso de uma criança, da adolescência e suas ebulições, de ir à Igreja Presbiteriana (em Ermelino Matarazzo, todos os domingos, senão for para me entretecer com as pessoas), de dizer para a minha afilhada (Rebeca, de dez anos, o cuidado para com sua vida) – a sua importância, de estar com a minha caríssima Keila, de rever os meus sobrinhos (Caio e Paula, assim os adotei), de saber como o meu irmão mais novo Estevão se encontra (agora, no estágio do noivado), de me deslocar até Curitiba, quantas vezes for, para sentir aquele abraço do meu amigo Rafael Serradura, de reencontrar pessoas e as apreciar, de está sensível as pessoas e não a títulos, a cargos, a ministérios, a honrarias, de degustar aquela sopa de feijão - no Quintal da Casa, com aquele pãozinho todo feito pela Renata, de prosear sobre as questões mais cruciais e triviais com o Márcio, com seus filhos, de rever minha caríssima Ligia e família, como seu Luiz de Moraes e por ai vai, de me debruçar e escutar vidas, porque vidas são outros e nos tornamos em próximos e isto faz com que o Deus ser humano Jesus Cristo esteja entre nós. Lá no fundo, fomos feitos para o outro e eu sou um outro e todos nós somos partes da Cruz destinado para os outros.
Baruch Há Shem!
O pós-modernismo marcado pela era da informação e com a sensação de que o mundo está, em nosso quarto, acarreta a ideia de que nos bastamos, de que o outro não passa de um estorvo ou um problema, de que os vínculos de maior intensidade não passam de uma perda de tempo. Ora, embora todas as mudanças e modificações comportamentais, ainda assim, prosseguimos como seres de interdependência. Basta atentar para algumas verdades objetivas, claras e específicas, sem nenhuma ornamentação linguística, como, por exemplo, o computador a qual redijo tais palavras para formar pontes de sentido teve a participação de uma cadeia de pessoas, a roupa que uso passou pelo trabalho de pessoas, o café que tomei durante esta manhã - teve a intervenção de pessoas, o pão com manteiga foi preparado por pessoas, o transporte público até a Casa do Advogado, aqui, na Penha de França, situado na Zona Leste de São Paulo, dispõe de toda uma equipe de pessoas. Se alguém necessita de uma avaliação médica, passará por pessoas. Se alguém espera o nascimento do filho, dependerá de pessoas. Se alguém espera uma resposta de um concurso, de uma entrevista, de uma oportunidade, sem rodeios, obterá o resultado decorrente de pessoas. Se alguém participa de uma peneira para ser jogador de futebol (como o filho do meu querido Fil, submeteu-se, mais recentemente), dependeu do aval advindo de pessoas. Se alguém vai ser enterrado ou cremado, também dependerá de pessoas. A água que bebo, a iluminação urbana, a refeição no restaurante e por vai, expressamente, não prescinde de pessoas. Atentemos para um coral, sem os contraltos, sem os tenores, sem os baixos, tão somente, com o regente, nada mais vão. Então, eu não me basto, você não se basta, quer aceite ou não e não venho, aqui, para anular a singularidade, a reciprocidade e a profundidade de cada um, agora, é bem verdade, a cultura da automatização trouxe e proporciona um estado de que posso dispensar o outro, de que o animal de estimação pode substituir o outro, de que uma paixão pode preencher o encontro com outros.
Não faço menção de viver uma simbiose com os outros, de deixar de se aceitar e de ser você mesmo, de trilhar pelos seus momentos de silêncio e solidão, de não viver para provar, por favor. Diametralmente oposto, quero dizer, na mais escancarada realidade, de que o outro me completa, me complementa e, decerto, o maior dos mandamentos não deixa nenhuma réstia ou fagulha de engano (Amarás ao Senhor Teu Deus, de todo o coração, ao próximo quanto como a si mesmo, ou seja, extraímos uma integralidade, uma inteireza, um fluir de conteúdo em nossa personalidade, com emoções, com afetos, com ideias, com imaginação, com compaixão, com ternura, com tensão, com pulsação, com êxtase e etc.). Vou além, qual a serventia da oração, conforme podemos atentar na tora e na bíblia, na tradição judaico–cristã, se não nos levar ao outro (porque o Pai é nosso e não meu). Saliento, sem o outro, o evangelho não serve para nada, porque fui chamado para existir em favor do outro, nada mais radical e inquietante, afinal de contas não há e não haverá garantias de recompensa e sim de fazer o que é certo. Então, qual valia de ser envolto pela fascínio desencadeado pelas obras de Leonardo da Vinci, das elucubrações do psiquiatra Victor Franklin, dos ensinos de Jesus, do sorriso de uma criança, da adolescência e suas ebulições, de ir à Igreja Presbiteriana (em Ermelino Matarazzo, todos os domingos, senão for para me entretecer com as pessoas), de dizer para a minha afilhada (Rebeca, de dez anos, o cuidado para com sua vida) – a sua importância, de estar com a minha caríssima Keila, de rever os meus sobrinhos (Caio e Paula, assim os adotei), de saber como o meu irmão mais novo Estevão se encontra (agora, no estágio do noivado), de me deslocar até Curitiba, quantas vezes for, para sentir aquele abraço do meu amigo Rafael Serradura, de reencontrar pessoas e as apreciar, de está sensível as pessoas e não a títulos, a cargos, a ministérios, a honrarias, de degustar aquela sopa de feijão - no Quintal da Casa, com aquele pãozinho todo feito pela Renata, de prosear sobre as questões mais cruciais e triviais com o Márcio, com seus filhos, de rever minha caríssima Ligia e família, como seu Luiz de Moraes e por ai vai, de me debruçar e escutar vidas, porque vidas são outros e nos tornamos em próximos e isto faz com que o Deus ser humano Jesus Cristo esteja entre nós. Lá no fundo, fomos feitos para o outro e eu sou um outro e todos nós somos partes da Cruz destinado para os outros.
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