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Palavra do leitor

O coronelismo neo-pós-moderno e seus males

Isaías 56:11
E estes cães são gulosos, não se podem fartar; e eles são pastores que nada compreendem; todos eles se tornam para o seu caminho, cada um para a sua ganância, cada um por sua parte.

Um pouco de História, podemos afirmar que de fato o coronelismo institucional surgiu com a formação da Guarda Nacional, criada em 1831, como resultado da deposição de Dom Pedro I, ocorrida em abril daquele ano. Inspirada na instituição francesa, forjada pelos acontecimentos de 1789, a "guarda burguesa" era uma milícia civil que representava o poder armado dos proprietários que passaram a patrulhar as ruas e estradas em substituição às forças tradicionais, derrubadas pelos revolucionários. Para ser integrante dela era preciso ter posses, quem tivesse recursos para assumir os custos com o uniforme e as armas eram necessários 200 mil réis de renda anual nas cidades e 100 mil réis no campo.

Como sistema sociopolítico forçoso afirmamos que coronelismo foi um sistema de poder político que floresceu no período da República Velha 1889-1930, e foi caracterizado pelo enorme poder concentrado em mãos de um poderoso senhor local, geralmente um grande proprietário de terras, um dono de latifúndio, um fazendeiro ou um senhor de engenho próspero.

Mas O coronelismo neo-pós-moderno surge no Brasil com o advento do Prefeito, diga-se de passagem uma instituição um pouco jovem na história política da República Brasileira, se aquela época o mundo dos coronéis era povoado pela escassez de tudo e pela pobreza quase que absoluta, quando não miséria dos moradores, o que explica a enorme dependência que todos tinham dele.

Hoje não é muito diferente em muitas cidades pequenas e de porte médio localizadas no interior dos estados da região nordeste, o coronelismo neo-pós-moderno, “No Brasil, uma prefeitura é a sede do poder executivo do município semelhante à câmara municipal, em Portugal esta é comandada por um prefeito e dividida em secretarias de governo, como educação, saúde ou meio ambiente. O termo prefeitura tambêm pode designar o prédio onde está instalada a sede do governo municipal, também chamado de paço municipal onde geralmente fica o gabinete do prefeito.

A instituição da prefeitura de seu encarregado maior, o "prefeito", é algo relativamente novo na História do Brasil. O poder hoje exercido pela prefeitura foi anteriormente exercido pela câmara, pelo conselho de intendência e pela intendência municipal.
Mas foi com a Era Vargas que esta figura ganhou poder e status, força política representativa, Revolução de 1930 e o início da Era Vargas, cria-se a figura do prefeito e institui-se a "prefeitura", à qual, como acontecia anteriormente com a intendência municipal, continuam a ser atribuídas as funções executivas do município. O prefeito, a partir da Constituição de 1934, passa a ser escolhido pelo povo, mas, durante os vários períodos ditatoriais da história do Brasil, por vezes o cargo voltou a ser preenchido por apontamento dos governos federal ou estadual.

É exatamente aí que surge a figura do coronel neo-pós-moderno com a eleição de uma chefe de família, estava de certa forma assegurada a riqueza de toda a família, uma vez que impostos, tributos, taxas e contribuições não tinham uma fiscalização eficiente, o que só vai acontecer mesmo depois da aprovação da lei de responsabilidade fiscal, os ricos comerciantes, industriais, fazendeiros e profissionais liberais passaram a se alternar no poder municipal.

O coronelismo neo-pós-moderno ainda marcado pelo domínio de oligarquias,ora formadas por casamentos, ou por acordos comercias feitos com base no lucro fácil e na dilapidação do erário público, as cidades que vivem deste tipo de governo oligárquico não crescem o suficiente, pois o desvio de verbas, o favorecimento de parentes e dos que fazem parte da panela não dão espaço para que o povo se beneficie, bem, como os investimentos feitos na e em favor da oligarquia que governa, para que você entenda em certas cidades, do interior do nordeste vai notar que setenta por cento(70%) do patrimônio imobiliário pertence a no Maximo três famílias e que estas famílias já tiveram no mínimo um prefeito na família.

Ainda persistem, neste sistema os roubos, os desvios de verbas publicas, o sucateamento da educação, com professores mal pagos e muitas vezes tendo que dividir o salário com mais duas ou três pessoas, vivendo com salários atrasados muitas vezes chegado ao absurdo de cinco a seis meses, mais isto não é o pior quem se arrisca a protestar ou reclamar de tudo isto muitas vezes é covardemente assassinado, ou vive sob as constantes ameaças de morte por parte de prefeitos e ex-prefeitos ladrões.

Faço aqui menção particular ao grande herói covardemente assassinado, por lutar pelos direitos do povo e contra a tirania e desmando em sua cidade, o ex- vereador e radialista Manoel Messias. Abro espaço aqui para trechos de uma reportagem de LARA SCHULZE
da Agência Folha 14/07/2003 - 21h22:” O vereador Manoel Messias (PSDB), 29, da cidade de Ouricuri, (630 km do Recife), foi assassinado com três tiros no sábado. Ele estava dentro de uma farmácia. Duas testemunhas foram ouvidas pelo delegado Guido Lins Cavalcanti, 39. Ambas presenciaram o crime, que ocorreu por volta das 19h.”
Este é apenas um dos muitos heróis que tombam no cumprimento do dever, estes são vitimados pela ganância de poucos e acima de tudo pela covardia de muitos que se esquecem que o poder dos corruptos repousa, nos votos dos corruptores, só existe poder porque o povo delegou assim o poder é do povo e não dos psicopatas ocupantes de função pública, que pensam estar acima do bem e do mal e da lei.

A região nordeste não será nunca uma região rica e prospera como de fato deveria ser, enquanto a educação deixar de ser alienante, para ser informante e principalmente, uma agente de libertação, que o povo nordestino possa se libertar das amarras da corrupção política e religiosa, que muitas vezes serve de alavanca para manter bandidos no poder público local.

Bibliografia consultada Livro História Moderna e contemporânea de Pazzinato L. A. Seniense V. H Maria. Editora Editora Ática. 6º edição.

Soli Deo Gloria.
Araripina-pe - PE
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