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Palavra do leitor

O canto das cigarras

Da janela da sala observo o sol sumir, levemente, além dos prédios à minha frente. Nos últimos dias ele parece estar mais próximo do nosso minúsculo planeta fazendo os termômetros atingirem temperaturas bem elevadas, mesmo considerando a época costumeiramente quente aqui pelas bandas do cerrado brasileiro.

Mas o que chama mais minha atenção nesses dias é um certo canto. Um som meio desconexo, um barulho quase ensurdecedor, uma cantiga que vem de cima alcançando altos níveis de decibéis. Dizem que os machos são quem cantam mais alto enquanto as fêmeas o fazem de maneira mais branda (bastante diferente do que acontece na raça humana). Não sei se, de fato, é assim, só sei que formam um enorme coral, uma sinfonia que nos rodeia por vários dias. Por onde andamos pela Capital federal nessa época do ano, esse personagem, que tem uma vida dupla, ora vivendo no subsolo, ora vivendo nas copas das árvores quando surgem para acasalar, me faz refletir sobre algo que todos nós enfrentamos na vida: tempos de mudança.

Claro, refiro-me às cigarras. Quando elas surgem neste mês de setembro um misto de tristeza e alegria nos assalta. Se por um lado sabemos que os dias por vir serão os mais quentes do ano, por outro lado temos a certeza que as chuvas se aproximam. Que expectativa as cigarras nos trazem! Dizem que o zumbido que brota dos machos nada mais é do que um chamado ao acasalamento. Eles cantam juntos em coro, e a canção atrai fêmeas que se agrupam para encontrar seus parceiros. Após as núpcias, os machos morrem e as fêmeas começam a colocar seus ovos. Apesar desta explicação científica (e de final infeliz para eles), prefiro a outra, a que diz que eles cantam anunciando a chuva que se avizinha. Coincidência ou não, todo ano é a mesma coisa. Cigarras aparecem, cantam, morrem e a chuva chega.

Porém, o que de fato gostaria de frisar sobre esses bichinhos bizarros e barulhentos, é a mudança no clima que acontece modificando o ambiente e até o comportamento das pessoas. As fortes chuvas que caem sobre a cidade nos ensinam que devemos estar sempre preparados ou disponíveis para mudanças em nossa vida, pois elas sempre virão, gostemos ou não. Podem ser ameaças ou oportunidades, podem ser portas fechadas ou abertas, depende de que ângulo as enxergamos. Mudar nunca será fácil. E como dizia Heráclito: "Nada é permanente, exceto a mudança". É preciso, dentre muitas coisas, ter um coração ensinável, caso contrário estaremos fadados a permanecer para sempre no mesmo lugar, mesmo que este seja o palco de um martírio que nos acompanha por longos anos e nos impede de sermos gente melhor. Temos muitas incertezas na vida, porém, as cigarras nos ensinam uma certeza: as chuvas virão e teremos que nos preparar para elas.

Às vezes, receberemos sinais de mudanças à frente, como fazem nossas amigas cigarras, mas muitas vezes seremos surpreendidos pelas circunstâncias e eventualidades, quase sempre marcadas pela presença implacável do pecado que, como uma traça, destrói relacionamentos e mancha sentimentos. Em Cristo, porém, esta realidade pode ser transformada permitindo que sejamos surpreendidos pela esperança graciosa.

Que mudança mais desafiadora foi aquela pela qual passamos quando saímos do útero quente e confortável e adentramos neste mundo frio e assustador? Mudanças são dolorosas, e às vezes até teremos que fazer como o grão de trigo que precisa morrer para que dê fruto (Jo 12). Portanto, ao invés de fugirmos de mudanças que batem à porta, pensemos nelas como resposta ou solução que Deus providenciou para que possamos estar mais chegados a Ele.

Que possamos nos render e descansar naquele que promete: "Pois agora vou fazer uma coisa nova, que logo vai acontecer, e, de repente, vocês a verão. Prepararei um caminho no deserto e farei com que estradas passem em terras secas". (Is 43.19)

Tony - faos.ead@gmail.com
Brasília - DF
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