O caminho entre o saber e o fazer

Tweetar

A vida é cheia de mistérios que nos encantam, impressionam, e nos calam? Dentre os vários mistérios da vida, existe um que sempre me gerou curiosidade – Porque para alguns indivíduos a sabedoria adquirida se converte em realização, e em outros gera apenas informação?

Vejo pessoas com tão pouco conhecimento frutificar em proporções incalculáveis, e outras com muita sabedoria viverem as mínguas das realizações.

O que acontece no caminho entre a obtenção da sabedoria e a concretização da realização?
Existe uma parábola bíblica que lança luz sobre esse assunto (Marcos 5) – A parábola é sobre um semeador que saiu a semear – No processo da semeadura, algumas sementes caíram a beira do caminho, e infelizmente alguns pássaros vieram e as roubaram. Outras sementes caíram no meio de pedras (que com o calor do sol morreram) e espinhos (que sufocaram o seu crescimento e desenvolvimento), por fim, algumas sementes caíram em terra boa que possibilitou o crescimento e desenvolvimento da semente.

Jesus explicou está parábola para os seus discípulos – A semente era a palavra de Deus. Os pássaros representavam satanás que poderia roubar a semente que caiu a beira do caminho.

Os pedregais eram as tribulações e situações do coração que impedem o aprofundamento (raízes) da semente, o espinheiro significava o mundo, que também poderia sufocar o crescimento da semente, e por fim, a terra boa simbolizava o coração preparado para receber a palavra de Deus.

De modo que, com está parábola Jesus explica muito sobre o caminho entre o saber e o fazer. Tanto o semeador quanto a semente são inalteráveis na parábola, o que modifica são as contingências, as situações e as interferências, que poderiam influenciar diretamente no sucesso ou fracasso do desenvolvimento da semente. Três possibilidades de interferência são citadas por Jesus nesta parábola:

(1) Interferência Espiritual – A parábola evidencia a existência de uma realidade espiritual que objetiva roubar a sabedoria de Deus no coração dos homens. Por isso, as escrituras sagradas trata o mundo espiritual não com subjetividade, mas como uma realidade existente na vida comum. Quanto a isto, Paulo (o apostolo) disse: “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais”. Ef. 6.12

(2) Interferência Pessoal – A semente que caiu em meio às pedras, representa um coração entulhado de sujeiras que impedem o crescimento da palavra de Deus. Veja o que Romanos 2.5 descreve: “Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;” O cuidado pessoal com a mente (razão) e o coração (sentimentos), para receber o conhecimento de Deus é imprescindível no processo do caminho entre o saber e o fazer.

(3) Interferência Circunstancial – A influência externa (espinhos que sufocaram a semente) é também relacionada pela parábola como uma das possibilidades de fracasso na concretização da palavra de Deus. O mundo e seus entretenimentos são algozes ferozes que pleiteiam contra o crescimento e frutificação da palavra de Deus. Por isto que, em Romanos 12.2, está escrito: “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.”

Estou persuadido de que qualquer individuo que desconsiderar estas possíveis interferências no caminho entre o saber e o fazer, poderá apenas receber a palavra como informação, mas nunca como concretização de frutos e realizações no caminho prático da vida.

A semente está sendo lançada, a pergunta mais oportuna é: Qual o tipo de coração é o nosso, diante da semente lançada pelo semeador?

Tweetar

Opinião do leitor