Palavra do leitor
- 12 de maio de 2009
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O bom pregador
Sou apreciador da oratória. Gosto de ouvir bons palestrantes, gente boa de Deus, capaz, humilde e amante das palavras. Sinto meu coração bater mais forte quando vejo além do discurso, um caráter digno e um interesse pelo conteúdo que está sendo transmitido.
Estou certo de que há muitos bons pregadores por este meu Brasil, gente séria e dedicada. Muito embora isso seja uma verdade, uma maioria não está sequer preocupada com isso. Gostam mesmo é dos animadores de auditório, daqueles que correm mais que jogador de futebol durante um jogo, em cima do palanque; daqueles que tem discursos repetitivos, "dinâmicos", extravagantes e superficiais. Quando algo diferente se apresenta, nada fica entendido, tudo fica obscuro. Ouvem, mas não entendem. Muitas vezes, a culpa não é do pregador, mas do ouvinte que não saiu do leite espiritual. Isso me faz lembrar as palavras de Paulo à igreja de Corinto: "Irmãos, não lhes pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a crianças em Cristo. Dei-lhes leite, e não alimento sólido, pois vocês não estavam em condições de recebê-lo. De fato, vocês ainda não estão em condições".
É fato também que existem pregadores que falam como se falassem a Academia Brasileira de Letras, não tem sensibilidade e são presunçosos. Mas hoje isso é um pouco difícil, dado as exigências de uma comunicação fácil, difusa e catalisadora ao mesmo tempo. A questão toda é que ao invés de pregadores autênticos e recheados de ingredientes saudáveis, o que temos são pregadores que falam o que todo mundo quer ouvir, são fast-food, pronta entrega. O povo todo sai satisfeito, mas nem se dá conta da inoperância do que acabaram de ouvir ou até mesmo da mesmice disfarçada em palavras virtuais, que já não fazem o menor sentido. São simulacros. O termo "simulacro" adquiriu, nos anos de 1970 e 1980, nos círculos norte-americanos da arte e da literatura, uma conotação que se tornou bastante generalizada. No entendimento ligado a esse meio, o termo tem sido muitas vezes associado ao artificial, ou seja, a um conjunto de ficções cujo valor é equiparável ao de uma verdade, ainda que os meios expressivos pelos quais é recebido sejam o que indica antes de tudo o seu valor. Um exemplo: você vai a um restaurante, abre o cardápio e as refeições são ilustradas, isto é, são acompanhadas de "simulacros", que logo chamam a atenção do cliente, mas quando é atendido o pedido, descobre-se que não é nada daquilo. A aparência é ótima, mas a realidade é completamente diferente. Muita gente não se dá conta que o que ouvem de muitos pregadores são "simulacros". Tem uma aparência exuberante, mas um conteúdo ralo e superficial; é só refletirem em casa acerca do que ouviram. Como diria meu otorrino, "leite é só para criança, adulto tem que comer é verde". Pra muita gente já passou do tempo de beber leitinho.
BLOG: http://www.alvarengalg.blogspot.com/
Estou certo de que há muitos bons pregadores por este meu Brasil, gente séria e dedicada. Muito embora isso seja uma verdade, uma maioria não está sequer preocupada com isso. Gostam mesmo é dos animadores de auditório, daqueles que correm mais que jogador de futebol durante um jogo, em cima do palanque; daqueles que tem discursos repetitivos, "dinâmicos", extravagantes e superficiais. Quando algo diferente se apresenta, nada fica entendido, tudo fica obscuro. Ouvem, mas não entendem. Muitas vezes, a culpa não é do pregador, mas do ouvinte que não saiu do leite espiritual. Isso me faz lembrar as palavras de Paulo à igreja de Corinto: "Irmãos, não lhes pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a crianças em Cristo. Dei-lhes leite, e não alimento sólido, pois vocês não estavam em condições de recebê-lo. De fato, vocês ainda não estão em condições".
É fato também que existem pregadores que falam como se falassem a Academia Brasileira de Letras, não tem sensibilidade e são presunçosos. Mas hoje isso é um pouco difícil, dado as exigências de uma comunicação fácil, difusa e catalisadora ao mesmo tempo. A questão toda é que ao invés de pregadores autênticos e recheados de ingredientes saudáveis, o que temos são pregadores que falam o que todo mundo quer ouvir, são fast-food, pronta entrega. O povo todo sai satisfeito, mas nem se dá conta da inoperância do que acabaram de ouvir ou até mesmo da mesmice disfarçada em palavras virtuais, que já não fazem o menor sentido. São simulacros. O termo "simulacro" adquiriu, nos anos de 1970 e 1980, nos círculos norte-americanos da arte e da literatura, uma conotação que se tornou bastante generalizada. No entendimento ligado a esse meio, o termo tem sido muitas vezes associado ao artificial, ou seja, a um conjunto de ficções cujo valor é equiparável ao de uma verdade, ainda que os meios expressivos pelos quais é recebido sejam o que indica antes de tudo o seu valor. Um exemplo: você vai a um restaurante, abre o cardápio e as refeições são ilustradas, isto é, são acompanhadas de "simulacros", que logo chamam a atenção do cliente, mas quando é atendido o pedido, descobre-se que não é nada daquilo. A aparência é ótima, mas a realidade é completamente diferente. Muita gente não se dá conta que o que ouvem de muitos pregadores são "simulacros". Tem uma aparência exuberante, mas um conteúdo ralo e superficial; é só refletirem em casa acerca do que ouviram. Como diria meu otorrino, "leite é só para criança, adulto tem que comer é verde". Pra muita gente já passou do tempo de beber leitinho.
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