Apoie com um cafezinho
Olá visitante!
Cadastre-se

Esqueci minha senha

  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.
Seja bem-vindo Visitante!
  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.

Palavra do leitor

No meu lugar o que você faria?

Quando vejo uma pessoa pedindo esmolas em nossa cidade, confesso que fico embaraçado. Dar ou não dar? Chego a parar para pensar e decidir o que fazer diante do quadro.

Em geral, são pessoas de meia idade, carentes e desnutridas que se quedam na região central à espera de algum dinheiro. Há também crianças e pessoas idosas que às vezes vejo perambulando pelas ruas centrais e de repente abordam os transeuntes com aquele gesto típico tão velho e conhecido. Nas minhas reflexões penso no motivo que levou tal pessoa a essa atitude a qual me parece extrema e digna de comiseração.

Depois de muito pensar não chego a nenhuma conclusão e continuo a andar por aí vendo sempre as mesmas pessoas que se me apresentam na forma de um ponto de interrogação. Dar ou não, eis a questão. Então prossigo meu caminho sempre vítima do embaraço, da dor e da consternação.

Dar esmolas pode ser um gesto puro, humano e bonito, mas ao mesmo tempo pode fomentar o aumento da mendicância e até da criminalidade. Se o coração manda dar, por outro lado a razão e a consciência insistem em dizer: não! A quem obedecer, a quem seguir nesta hora tão dificil?

Numa importante cidade mineira há várias placas na região central orientando os turistas: "Não dê esmolas. Encaminhe a pessoa a (determinado lugar)". Parece que a idéia funciona, pois raramente se vê alguém pedindo esmola naquela cidade. Refiro-me à lindíssima Poços de Caldas. Este é um bom exemplo a ser copiado e seguido.

Pessoas esmolando pela cidade é o quadro mais vivo da situação social por que passa o nosso País. Desemprego, subemprego e bicos ou biscates são fatos tristes, porém menos constrangedores do que o ato de estender o chapéu ou a mão e ficar torcendo por um "trocado" que na maioria das vezes não vem. Nessa hora podemos ver ou sentir lágrimas que desenham no rosto a condição de extrema miséria ali exposta bem diante de nós. Há dor moral maior do que esta?

Não tenho (e creio que ninguém tem) a solução para este grave problema. Isto não siginifica que não temos idéias ou sugestões para transmitir às autoridades competentes. Às vezes, porém, idéias ou sugestões não são suficientes, talvez por isto muitos prefiram ignorar. É mais cômodo e sai mais barato.

Em todas as cidades existem grupos de pessoas abnegadas, organizações políticas ou religiosas, ongs e entidades que se unem para, pelo menos, minimizar o problema da mendicância. Também há a secretaria competente da prefeitura. Como se vê é uma questão social das mais graves que não se resolve com discursos e promessas de ocasião - até agora impossível de ser solucionada.

Enquanto muitos lutam e dão tudo de si para ajudar aos mais carentes, e outros ignoram e "passam de largo", o quadro continua exposto, a chaga continua aberta. Que tal pensarmos um pouco mais neste terrível assunto? Estou chegando ao final deste artigo (que foi publicado no Jornal Gazeta Guaçuana de 22-05-1998) e continuo confuso, embaraçado e indeciso diante do quadro que vejo. Afinal, devo dar esmolas ou não? No meu lugar, o que o leitor faria?
Mogi Guaçu - SP
Textos publicados: 606 [ver]

Os artigos e comentários publicados na seção Palavra do Leitor são de única e exclusiva responsabilidade
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.

Ultimato quer falar com você.

A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.

PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.


Opinião do leitor

Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Escreva um artigo em resposta

Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.