Palavra do leitor
- 18 de maio de 2010
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No encontro dos inaceitáveis
(início uma sére de pequenas crônicas - a começar por no encontro dos inaceitáveis e o olhar do telhado)
"o perdão representa a sincera postura a fim de reconhecermos o quanto necessitamos da Graça de Cristo."
O teólogo reformador Martinho Lutero, um dos mais precípuos representantes de um movimento responsável pelo resgate da liberdade espiritual, estabeleceu e estribou suas proposições na relação pessoa-para-pessoa. Presumidamente, enfocou a importância da coragem de ser ou da fé genuína num encontro aberto e franco, transparente e contundente entre Deus e o ser humano.
Aliás, sempre se torna de bom alvitre ressaltar, muito embora as situações adversas que vivenciou e das ambigüidades do seu tempo.
Mormente todas essas contingências negativas, priorizou o encontro pessoal com Deus, como elemento substancial e florescedor de um estado de sentido e confiança.
No tecer desses comentários, trago para esse discurso a figura do diabo e da morte. Para tanto, valho-me, em prol de uma maior exemplificação, da gravura efetuada por Albert Durer, ‘’o Cavaleiro, a Morte e o Diabo’’. Eis, de maneira sucinta, o desenrolar desse encontro. Enquanto o cavaleiro de ponto em branco cavalga em um lado, a morte; noutro lado, o diabo.
Mesmo diante desse cenário, poderíamos arriscar dizer, enevoado pelo nada, caminha e segue adiante. É bem verdade, a solidão não pode ser descartada, a despeito de tais expressões negativas. Sem hesitar, partilho das intenções Luteranas e, além de aquiescer de quão salutar constitui esse encontro pessoal com Deus, acaba por proporcionar uma certeza incólume e de relação séria e sincera com Deus.
Vale notar, ao elucubrar sobre os efeitos e as respostas encabeçadas pela Reforma, pude abrir as vias para uma proposta de proximidade, de intimidade e liberdade pessoal, direta e honesta com Deus.
Ultimamente, tenho observado a reedição, sobre as vestes do pragmatismo e utilitarismo, entranhados a um cristianismo impessoal, quantitativo e despersonalizado de vida. Lamentavelmente, observamos um contingente de pessoas desafeitas a uma relação de pessoa-para-pessoa, ou do encontro pessoal com Deus.
Destarte, trilhamos por um evangelho omisso em enfrentar questões pontiagudas da existência humana. Isto sem falar naqueles que, de bom grado, aceitaram a alienação e resignação do presente século.
Sem sombra de dúvida, representam a versão do cavaleiro sempre prestes a ser engolfado pelo diabo e pela morte, ou de nem sequer demonstrar consideração.
Assim sendo, enfatizo a idéia fundamental do evangelho de Cristo, aceitar os inaceitáveis. Segundo o preceito evocado, argutamente, por Lutero de que ‘’quem é injusto é justo’’. Dessas colocações há o dissipar do estado de culpa e condenação. Devemos nas respostas ao genuíno significado da doutrina paulino-luterana ‘’da justificação pela fé, do injusto se tornando justo, do inaceitável sendo aceito’’.
Em tempos de tantos espelhos de comparação e de um mundo bifurcado entre incluídos e excluídos, aprovados e reprovados, aceitos e rejeitados, culpados e absolvidos, mártires e déspotas, somos chamados para submergirmos no lenitivo da Graça.
Cabe salientar, o único critério para vivenciar esse renascimento, tem como atribuição peculiar uma liberdade de aceitação e de ser justificado. Ou seja, sem entraves morais, religiosos, dogmáticos, ideológicos, intelectuais, raciais, econômicos e por ai vai.
Ser bom!
Ser sábio!
Ser piedoso!
Ser justo!
Tudo isso e outros ser (s) saem de cena.
Em poucas palavras, sermos aceitos na comunhão espiritual do encontro pessoa-para-pessoa com Cristo.
O Olhar do Telhado
As instigantes e laceradoras obras do escritor e pensador Kafka deixaram um legado singular na humanidade. De maneira mais específica, trago ao palco dessa superficial reflexão, os Romances ‘’O Castelo e o Processo’’. Sem titubear, extraio, dessas obras, a situação da perda de significado e, vou além, de um solapar irrevogável da justiça e misericórdia.
A dialética, ou o exercício dialogal, das palavras articuladas por Kafka nos convidam a analisar a obscuridade do presente século. Vale notar, por mais que muitos relutam e, contumazmente, insistam em favor de estarmos na trajetória certa e correta. No entanto, a esperança no progresso de uma cultura pragmática, técnica, formalista e individualista, tão aclamada no presente Séc. XXI, em nada conseguiu reduzir os díspares de um mundo marcado por pontiagudos problemas de ordem ética e humanitária.
Às vezes, sinto estar no telhado do universo e observo nitidamente as convulsões das metrópoles, das suas marcas de violência social, psicológica e moral, da exclusão personificada nas periferias e outras mazelas estampadas pelos jornais de cada dia.
Quiçá, em meio a um contexto de incertezas, necessitamos da coragem de Hebreus 11 e ir a direção de um Cristo disposto a revolucionar idéias e não sistemas.
"o perdão representa a sincera postura a fim de reconhecermos o quanto necessitamos da Graça de Cristo."
O teólogo reformador Martinho Lutero, um dos mais precípuos representantes de um movimento responsável pelo resgate da liberdade espiritual, estabeleceu e estribou suas proposições na relação pessoa-para-pessoa. Presumidamente, enfocou a importância da coragem de ser ou da fé genuína num encontro aberto e franco, transparente e contundente entre Deus e o ser humano.
Aliás, sempre se torna de bom alvitre ressaltar, muito embora as situações adversas que vivenciou e das ambigüidades do seu tempo.
Mormente todas essas contingências negativas, priorizou o encontro pessoal com Deus, como elemento substancial e florescedor de um estado de sentido e confiança.
No tecer desses comentários, trago para esse discurso a figura do diabo e da morte. Para tanto, valho-me, em prol de uma maior exemplificação, da gravura efetuada por Albert Durer, ‘’o Cavaleiro, a Morte e o Diabo’’. Eis, de maneira sucinta, o desenrolar desse encontro. Enquanto o cavaleiro de ponto em branco cavalga em um lado, a morte; noutro lado, o diabo.
Mesmo diante desse cenário, poderíamos arriscar dizer, enevoado pelo nada, caminha e segue adiante. É bem verdade, a solidão não pode ser descartada, a despeito de tais expressões negativas. Sem hesitar, partilho das intenções Luteranas e, além de aquiescer de quão salutar constitui esse encontro pessoal com Deus, acaba por proporcionar uma certeza incólume e de relação séria e sincera com Deus.
Vale notar, ao elucubrar sobre os efeitos e as respostas encabeçadas pela Reforma, pude abrir as vias para uma proposta de proximidade, de intimidade e liberdade pessoal, direta e honesta com Deus.
Ultimamente, tenho observado a reedição, sobre as vestes do pragmatismo e utilitarismo, entranhados a um cristianismo impessoal, quantitativo e despersonalizado de vida. Lamentavelmente, observamos um contingente de pessoas desafeitas a uma relação de pessoa-para-pessoa, ou do encontro pessoal com Deus.
Destarte, trilhamos por um evangelho omisso em enfrentar questões pontiagudas da existência humana. Isto sem falar naqueles que, de bom grado, aceitaram a alienação e resignação do presente século.
Sem sombra de dúvida, representam a versão do cavaleiro sempre prestes a ser engolfado pelo diabo e pela morte, ou de nem sequer demonstrar consideração.
Assim sendo, enfatizo a idéia fundamental do evangelho de Cristo, aceitar os inaceitáveis. Segundo o preceito evocado, argutamente, por Lutero de que ‘’quem é injusto é justo’’. Dessas colocações há o dissipar do estado de culpa e condenação. Devemos nas respostas ao genuíno significado da doutrina paulino-luterana ‘’da justificação pela fé, do injusto se tornando justo, do inaceitável sendo aceito’’.
Em tempos de tantos espelhos de comparação e de um mundo bifurcado entre incluídos e excluídos, aprovados e reprovados, aceitos e rejeitados, culpados e absolvidos, mártires e déspotas, somos chamados para submergirmos no lenitivo da Graça.
Cabe salientar, o único critério para vivenciar esse renascimento, tem como atribuição peculiar uma liberdade de aceitação e de ser justificado. Ou seja, sem entraves morais, religiosos, dogmáticos, ideológicos, intelectuais, raciais, econômicos e por ai vai.
Ser bom!
Ser sábio!
Ser piedoso!
Ser justo!
Tudo isso e outros ser (s) saem de cena.
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O Olhar do Telhado
As instigantes e laceradoras obras do escritor e pensador Kafka deixaram um legado singular na humanidade. De maneira mais específica, trago ao palco dessa superficial reflexão, os Romances ‘’O Castelo e o Processo’’. Sem titubear, extraio, dessas obras, a situação da perda de significado e, vou além, de um solapar irrevogável da justiça e misericórdia.
A dialética, ou o exercício dialogal, das palavras articuladas por Kafka nos convidam a analisar a obscuridade do presente século. Vale notar, por mais que muitos relutam e, contumazmente, insistam em favor de estarmos na trajetória certa e correta. No entanto, a esperança no progresso de uma cultura pragmática, técnica, formalista e individualista, tão aclamada no presente Séc. XXI, em nada conseguiu reduzir os díspares de um mundo marcado por pontiagudos problemas de ordem ética e humanitária.
Às vezes, sinto estar no telhado do universo e observo nitidamente as convulsões das metrópoles, das suas marcas de violência social, psicológica e moral, da exclusão personificada nas periferias e outras mazelas estampadas pelos jornais de cada dia.
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