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Palavra do leitor

No auge do adultério [posso adulterar 2]

Na semana anterior, abordando o incendiário tema dos pecados [atos que contrariam a Deus], que os humanos vêm tentando descriminalizar, como já ocorreu com o adultério, a este demos ênfase não só por já ter sido retirado da codificação penal, mas pela impossibilidade de alguém se melindrar e dar início a um processo judicial.

Mas não é por aí, não pode ser assim, inibir o livre direito do pensar, e a livre manifestação do pensamento, ambos resguardados pela Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), bem como pela Constituição Federal dos países democráticos.

No Brasil, ainda, é livre o direito de pensar, de discutir, de falar e de escrever o que se pensa.

Surgiu, então, na primeira metade da década anterior, a famigerada “Cartilha do Politicamente Correto”, a lei da “mordaça”, que teve que ser recolhida às pressas tendo em vista a “grita” de Instituições sérias, cultas e democráticas, além da própria repugnância da população civilizada.

Engavetou-se o papel, mas o costume pegou, vem se arraigando fortemente nos hábitos de muitos, e já ultrapassou a linha do bom senso, a fronteira do suportável.

Temos que ficar “pisando em ovos”, como disse no texto anterior [Posso adulterar!], para evitar que alguém se julgue ofendido e vá reclamar os seus direitos, judicialmente.

Mas, disse eu, naquela oportunidade [leiam], que não é o padre, o pastor, o bispo, o cardeal, ou mesmo o papa, quem cria as leis morais, sociais e espirituais.

Deus manifestou não o seu “desejo”, mas a sua determinação [mandamento] de que não se faça isto, isso ou aquilo, procedimentos que contrariam a sua vontade e à própria natureza humana, que ele criou deixando muito bem claros e definidos os limites de cada qual.

Abordamos que a descriminalização do adultério não deu a nós o direito de adulterar; livres somos da criminalização penal, mas não há como nos esconder dos olhos do Senhor nosso Deus.

Ele nos sonda e nos conhece, sabe quando nos levantamos e nos deitamos (Sl. 139), e não lhe escapam do controle nenhum [ou nem um] dos nossos movimentos, dos nossos atos; até os fios do nosso cabelo estão, por Ele, contados (Lc. 12. 7).

Mas temos o perdão, dirão os desobedientes em sua defesa. Sim, é verdade, Ele nos derramou a Graça, mediante a Fé no Senhor Jesus, e tão somente nele, e citamos, na semana anterior, os 2 textos a seguir:

“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda injustiça” (I Jo. 1. 9).

“Quem esconde os seus pecados não prosperará, mas quem os confessa e os abandona encontra misericórdia (ênfase no “abandona” - Pv. 28. 13 NVI).

O perdão é condicionado à confissão ao próprio Deus, e à pessoa ofendida (Mt. 5. 23-24).

Isto é fácil, eu confesso, você confessa; há, todavia, uma condicionante que o Senhor Jesus repetiu inúmeras vezes: “vá e não peques mais”.

O próprio texto, supra-citado, tem a condição imposta de “abandonar” o pecado.

Mas pode pegar a moda: peco, confesso, sou perdoado; como o Senhor Jesus falou em perdoar 70 x 7, simbolicamente 490 vezes, mas não é esse o limite do perdão, não há fronteiras, é infinito.

Agora é que melhorou para os reincidentes: peca, arrepende, confessa, é perdoado; de novo: peca, arrepende, confessa, é perdoado; de novo: peca, arrepende, confessa, é perdoado; de novo...

Tive um amigo, bem mais idoso do que eu. Em um determinado sábado (1979), após uma saborosa feijoada, partiu ele e sua namorada, extra-conjugal, para um relacionamento íntimo.

No meio, bem no meio da relação, teve ele um fortíssimo infarto, vindo a falecer.

Faltou tempo para arrepender-se, confessar e “abandonar”; foi ele pego no meio do passo em falso, no auge do orgasmo, portanto fora do alcance de mais um perdão, que, por certo, Deus não lhe negaria, face ao provável arrependimento, confissão e pedido de perdão, quiçá até o abandono da desobediência a Deus.

O mesmo se dá com os praticantes de outros procedimentos, pecados elencados por Deus, podem até ser descriminalizados, civil e penalmente, mas a Palavra de Deus é eterna, é imutável [independe da evolução dos costumes]; o Senhor Jesus alertou, inclusive, que não poderíamos alterar sequer um “i” ou um “til” (Mt. 5. 18) dessa Palavra Sagrada.

Sou dono do meu nariz, senhor do livre arbítrio; posso fornicar, prostituir, adulterar, transexualizar, sodomizar.

Posso “transar” com outra mulher, com homem, com animal, mas torno-me sujeito de juízo [réu de juízo], tenho que arcar com a consequência: morte eterna longe de Deus.

Deus me ama, deu o seu Filho, na cruz, por mim; mas Deus é Justo e não tolera o pecado, por isso, na mesma cruz, puniu o pecado da humanidade (Jo. 3. 18b).

Se não me arrepender, não confessar, não pedir perdão, nem abandonar a prática da desobediência a Deus e, por isso, não ser perdoado, não posso imputar a minha culpa à Igreja.

De Deus não se zomba, o que eu semear é o que colherei (Gl. 6. 7).
São Paulo - SP
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