Palavra do leitor
- 20 de janeiro de 2009
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Nem prata nem ouro
Mais do que nunca, em todos os tempos da história, o homem vive em busca daquilo que lhe é caro, valioso. Situar-se em determinada posição ou status, é uma garantia; lutar desesperadamente pela busca de algo sumamente valioso, sua meta; construir seu "império" pessoal, seu sonho; viver, no mínimo que seja, seu ideal maior.
A luta por subsistência atravessa desertos áridos, às vezes oásis; sai do nômade ao sedentário; das montanhas às colinas, aos vales, aos rios, aos mares e oceanos, às fronteiras, aos continentes.
Toda a trajetória do homem tem a ver com a sua busca, com suas conquistas, com suas recompensas. Mas, às vezes, nem prata nem ouro. Pode ser que, diante de um pedido, de uma busca por mais simples que pareça, ao se estender a mão para receber algo, ela seja recolhida vazia, apenas com o sentimento de frustração e a vergonha de uma resposta negativa.
Nem sempre seremos atendidos, mesmo em nossas necessidades mais básicas. Há momentos em que a alegria da expectativa dará lugar à tristeza momentânea, ao desapontamento. Esse foi o incidente do aleijado na porta Formosa do templo, ao encontrar-se com Pedro e João que foram ali para orar, de acordo com Atos 3.1-10. O mendigo deste texto passou boa parte de sua vida buscando o mínimo para viver. Uma vida indigna, triste, vazia, constrangedora, humilhante. Marginalizado, o pobre homem desafia seus limites, supera sua dor, neutraliza sua vergonha e esperapoder viver mais um dia à mercer da piedade dos outros. Uma moedinha aqui, um pedaço de pão seco ali... É o seu viver diário, motivado, talvez, por um pouquinho de generosidade dos transeuntes que circulavam por ali todos os dias. Anos e anos, posto a mendigar.
Mas um dia a vida de mendicância acabou. Penso que, à primeira vista, foi uma grande frustração para o pobre doente. Após implorar por uma esmola a Pedro e João, ele ouviu: "Olhe para nós!" (At 3.4-NVI). A expectativa alegre era grande em relação ao que pretendia receber: "O homem olhou para eles com atenção, esperando receber deles alguma coisa" (v.5-NVI). Mas a resposta não foi a esperada, ainda mais quando não se tem nenhuma perspectiva em função de uma vida tão vazia e sem sentido: "Não tenho prata nem ouro" (v.6a-NVI).
Uma resposta que desaponta, que faz naufragar todos os sonhos. Uma espera vazia depois de uma atenção devotada; o recolher leve de uma mão que não alcançou a dádiva buscada. Fico pensando nos "Apóstolos" de ontem que não tinham "nem prata nem ouro", pequeno ou grande valor monetário em relação aos "apóstolos" de hoje que edificam grandes impérios e acumulam bens aos montões. Qual seria a sorte daquele mendigo em nosso tempo?
Embora se pense que prata e ouro representam tudo, que podem promover uma satisfação acima de qualquer valor humano ou suprahumano, Jesus firmou que "a vida de um homem não consiste na quantidade dos bens que possui" (Lc 12.15b-NVI). É bem verdade que para muitos o "ter" está sempre acima do "ser" como afirmação pessoal, como base sólida para uma vida plena e satisfeita. Entretanto, para um seguidor convicto do Mestre, onde o "ser" é mais importante que "ter", o horizonte é bem mais amplo e a esperança é sempre mais certa. Daí, existe algo mais valioso que prata e ouro: "Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, ande" (v.6b-NVI).
Pedro e João possuiam mais que valores materiais perecíveis, eles tinham a autoridade do Nome de Jesus para devolver a dignidade, a esperança e a vida a um indigente. Fazê-lo andar é possibilitar ao que vivia caído a oportunidade de se lançar ao futuro, de caminhar sem ajuda, de agircom liberdade, de viver com alegria.
Hoje, são muitos os "mendigos" colocados à porta dos templos ou dentro deles a pedir "prata" ou "ouro", e esta busca chega até mesmoaos extremos da fé. Enquanto se estende a mão para receber, o elemento interno mais importante do ser, a fé é colocada em disputa injusta pelos mercadores que fazem desta fé um objeto de consumo a todo custo. É o apelo ao "ter", ao "consumir", ao "possuir", que para se alcançar gera a ansiedade permanente no coração, frustra os sonhos, mata a esperança, inibe o amor.
É preciso buscar valores mais elevados, não corruptíveis, não imediatos assim. Existe um bem supremo, imensuravelmente mais caro que "prata" e "ouro". Jesus é este Bem. Quando o encontramos, tudo muda ao nosso redor. A fé é reavivada, a esperança é restabelecida e a vida reencontrada. Andar em Nome do Nazareno, é pôr-se em pé, ter liberdade e caminhar para a realização maior, a vontade de Deus!
A luta por subsistência atravessa desertos áridos, às vezes oásis; sai do nômade ao sedentário; das montanhas às colinas, aos vales, aos rios, aos mares e oceanos, às fronteiras, aos continentes.
Toda a trajetória do homem tem a ver com a sua busca, com suas conquistas, com suas recompensas. Mas, às vezes, nem prata nem ouro. Pode ser que, diante de um pedido, de uma busca por mais simples que pareça, ao se estender a mão para receber algo, ela seja recolhida vazia, apenas com o sentimento de frustração e a vergonha de uma resposta negativa.
Nem sempre seremos atendidos, mesmo em nossas necessidades mais básicas. Há momentos em que a alegria da expectativa dará lugar à tristeza momentânea, ao desapontamento. Esse foi o incidente do aleijado na porta Formosa do templo, ao encontrar-se com Pedro e João que foram ali para orar, de acordo com Atos 3.1-10. O mendigo deste texto passou boa parte de sua vida buscando o mínimo para viver. Uma vida indigna, triste, vazia, constrangedora, humilhante. Marginalizado, o pobre homem desafia seus limites, supera sua dor, neutraliza sua vergonha e esperapoder viver mais um dia à mercer da piedade dos outros. Uma moedinha aqui, um pedaço de pão seco ali... É o seu viver diário, motivado, talvez, por um pouquinho de generosidade dos transeuntes que circulavam por ali todos os dias. Anos e anos, posto a mendigar.
Mas um dia a vida de mendicância acabou. Penso que, à primeira vista, foi uma grande frustração para o pobre doente. Após implorar por uma esmola a Pedro e João, ele ouviu: "Olhe para nós!" (At 3.4-NVI). A expectativa alegre era grande em relação ao que pretendia receber: "O homem olhou para eles com atenção, esperando receber deles alguma coisa" (v.5-NVI). Mas a resposta não foi a esperada, ainda mais quando não se tem nenhuma perspectiva em função de uma vida tão vazia e sem sentido: "Não tenho prata nem ouro" (v.6a-NVI).
Uma resposta que desaponta, que faz naufragar todos os sonhos. Uma espera vazia depois de uma atenção devotada; o recolher leve de uma mão que não alcançou a dádiva buscada. Fico pensando nos "Apóstolos" de ontem que não tinham "nem prata nem ouro", pequeno ou grande valor monetário em relação aos "apóstolos" de hoje que edificam grandes impérios e acumulam bens aos montões. Qual seria a sorte daquele mendigo em nosso tempo?
Embora se pense que prata e ouro representam tudo, que podem promover uma satisfação acima de qualquer valor humano ou suprahumano, Jesus firmou que "a vida de um homem não consiste na quantidade dos bens que possui" (Lc 12.15b-NVI). É bem verdade que para muitos o "ter" está sempre acima do "ser" como afirmação pessoal, como base sólida para uma vida plena e satisfeita. Entretanto, para um seguidor convicto do Mestre, onde o "ser" é mais importante que "ter", o horizonte é bem mais amplo e a esperança é sempre mais certa. Daí, existe algo mais valioso que prata e ouro: "Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, ande" (v.6b-NVI).
Pedro e João possuiam mais que valores materiais perecíveis, eles tinham a autoridade do Nome de Jesus para devolver a dignidade, a esperança e a vida a um indigente. Fazê-lo andar é possibilitar ao que vivia caído a oportunidade de se lançar ao futuro, de caminhar sem ajuda, de agircom liberdade, de viver com alegria.
Hoje, são muitos os "mendigos" colocados à porta dos templos ou dentro deles a pedir "prata" ou "ouro", e esta busca chega até mesmoaos extremos da fé. Enquanto se estende a mão para receber, o elemento interno mais importante do ser, a fé é colocada em disputa injusta pelos mercadores que fazem desta fé um objeto de consumo a todo custo. É o apelo ao "ter", ao "consumir", ao "possuir", que para se alcançar gera a ansiedade permanente no coração, frustra os sonhos, mata a esperança, inibe o amor.
É preciso buscar valores mais elevados, não corruptíveis, não imediatos assim. Existe um bem supremo, imensuravelmente mais caro que "prata" e "ouro". Jesus é este Bem. Quando o encontramos, tudo muda ao nosso redor. A fé é reavivada, a esperança é restabelecida e a vida reencontrada. Andar em Nome do Nazareno, é pôr-se em pé, ter liberdade e caminhar para a realização maior, a vontade de Deus!
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