Palavra do leitor
- 18 de setembro de 2012
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“Não vá além de suas sandálias!”
Conta-se que certo pintor por nome Apeles tinha o costume de exibir suas obras à porta de seu ateliê e esconder-se para ouvir comentários de transeuntes.
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Um belo dia um sapateiro viu um dos quadros e notou um ‘erro’ em um dos pés pintados. Imediatamente Apeles tirou o quadro da exposição e consertou.
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Na manhã seguinte, percebendo que sua sugestão tinha surtido efeito, meteu-se a criticar a perna, o braço, a cabeça, etc.
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Apeles saiu imediatamente de seu esconderijo e exclamou "Ne sutor ultra crepidam" [não vá o sapateiro além das sandálias].
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A expressão caiu no gosto popular com o sentido de: ‘não dê pitacos em assuntos que não sabes’. Quem registrou isso foi um certo ‘Valério’ Maximo (sec. I a.C). Sugestivo nome, não?
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Se voce é sapateiro, permaneça como tal e não se meta a tirar uma de esteticista em pintura alheia, quer dizer, ‘não vá além de sua profissão’. Se voce é analista de caixa de tomates, fique na sua.
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Marco Licínio Crasso, aristocrata, general e político Romano, comandara campanha militar contra os Partos (atual Irã) e fora derrotado.
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A derrota resultou na morte de mais de 20.000 soldados e 10.000 outros feitos prisioneiros. Resultado, prenderam-no, teve a mão direita e a cabeça decepadas e entregues em uma bandeja ao rei dos Partos, Orodes II.
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‘Erro crasso’ no gosto popular quer dizer, ‘falha grosseira e estúpida de planejamento’ com consequências trágicas gravíssimas.
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“Isso aqui está parecendo a casa da mãe Joana” é outra expressão, e quer dizer, ‘lugar bagunçado onde todo mundo entra e sai sem a menor cerimônia’.
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Diz-se de Joana I de Nápoles, acusada de participar do assassinato do marido. Descoberta, fugiu e escondeu-se na região de Avignon (França) e lá organizou os prostíbulos da cidade com um decreto afixado à entrada de cada um onde se lia, "...e que tenha uma porta por onde todos possam entrar e sair”. Quer dizer, ninguém deveria ser impedido de entrar e sair à hora, como e quando quisesse. Era uma mãe, essa Joana!
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“Jogar pérolas aos porcos” (Mt. 7:6) quer dizer, passar informações a quem não são merecedoras delas; ou, preciosidades, a quem não entende bulhufas.
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‘Ir além das sandálias’ é o mote evangélico hoje para muito do que se faz e escreve, no e fora do púlpito, resultando em uma tremenda ‘casa de mãe Joana’ que se tornaram muitas ‘igrejas’ (não todas), fazendo o Evangelho a ‘pérola’ de grande valor que ‘jogada aos porcos’, é buscada nos milagres.
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Ricardo Gondim é um líder inconteste. Lê-lo é realmente um prazer. Um texto dele e de Robinson Cavalcante, lado a lado, este, porém, é como ler uma ata de reunião.
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Mas Gondim meteu-se a escrever sobre ideias teológicas sugadas de quem dedicou a vida inteira a pensar com refinada perspicácia teológica. Refiro-me a Clark H. Pinnock.
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Conclusão, Gondim, que não tem conhecimento formal nem preparo teológico de um luminar como Pinnock, este sim, um pintor, nosso Gondim ‘sapateiro’ tira uma de esteticista. Vale o mesmo para teologia e psicologia tidas por reformadas.
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Teólogos não ‘xingam’, é verdade, mas ‘falam ou escrevem mal’; ou, como ministros do STF dizem, ‘isso me causa espécie’. No popular, “pare de encher meu... [omissis]”, ou, “deixe de falar abobrinhas”.
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Muitos blogs e sites evangélicos correm o mesmo risco, isto é, o perigo de pontuarem em artigos bem escritos, mas cheios de peraltices teológicas e devocionais equivocadas, que ‘vão muito além das próprias sandálias’ de cada um.
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Até cunhei uma observação para expressar essa ideia: muitos blogueiros colocam a sombra de seus próprios perfis profissionais, e, pulando para o outro lado do balcão (do leitor), levam consigo o próprio perfil que confundem com a própria Fé, e, ‘predicando’ opiniões que desejam fazer crer, sejam equivalentes a ela (Fé cristã).
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Resultado: santificados e canonizados pelo leitor desavisado, apenas expressam o perfil de suas próprias profissões. Quer dizer, não predicam a Fé, usam o biombo da profissão.
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“Por que voce não cria seu blog?”, sugeriu minha esposa que lê minhas publicações na ULTIMATO. A sugestão da mulher mais linda e inteligente soava como elogio. Não passava, porém, de armadilha! (o amor ofusca a razão!).
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Achava que blogueiros pensando e escrevendo bem poderiam saltar do perfil de advogado para o teológico, brilhando lá também.
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Esquecera-se do famoso ‘Princípio de Peter’: em um sistema hierárquico, todo o funcionário tende a ser promovido até ao seu nível de incompetência’. Exemplo: conhecido comerciante da região, abandonando o comércio, resolveu criar um ‘comércio’, igreja. Conseguiu duas coisas, multidões de seguidores e toneladas de problemas, inclusive na família!
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Conheci certa pessoa que foi convidado para traduzir em uma palestra, saiu-se tão bem que decidiu aventurar-se como professor de inglês. Foi solenemente demitido uma semana depois.
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“Vai, vende tudo o que tens”, disse Jesus. O jovem rico optou pelas muitas propriedades que tinha. Errou feio!
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Pelo menos não foi incompetente!
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Um belo dia um sapateiro viu um dos quadros e notou um ‘erro’ em um dos pés pintados. Imediatamente Apeles tirou o quadro da exposição e consertou.
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Na manhã seguinte, percebendo que sua sugestão tinha surtido efeito, meteu-se a criticar a perna, o braço, a cabeça, etc.
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Apeles saiu imediatamente de seu esconderijo e exclamou "Ne sutor ultra crepidam" [não vá o sapateiro além das sandálias].
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A expressão caiu no gosto popular com o sentido de: ‘não dê pitacos em assuntos que não sabes’. Quem registrou isso foi um certo ‘Valério’ Maximo (sec. I a.C). Sugestivo nome, não?
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Se voce é sapateiro, permaneça como tal e não se meta a tirar uma de esteticista em pintura alheia, quer dizer, ‘não vá além de sua profissão’. Se voce é analista de caixa de tomates, fique na sua.
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Marco Licínio Crasso, aristocrata, general e político Romano, comandara campanha militar contra os Partos (atual Irã) e fora derrotado.
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A derrota resultou na morte de mais de 20.000 soldados e 10.000 outros feitos prisioneiros. Resultado, prenderam-no, teve a mão direita e a cabeça decepadas e entregues em uma bandeja ao rei dos Partos, Orodes II.
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‘Erro crasso’ no gosto popular quer dizer, ‘falha grosseira e estúpida de planejamento’ com consequências trágicas gravíssimas.
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“Isso aqui está parecendo a casa da mãe Joana” é outra expressão, e quer dizer, ‘lugar bagunçado onde todo mundo entra e sai sem a menor cerimônia’.
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Diz-se de Joana I de Nápoles, acusada de participar do assassinato do marido. Descoberta, fugiu e escondeu-se na região de Avignon (França) e lá organizou os prostíbulos da cidade com um decreto afixado à entrada de cada um onde se lia, "...e que tenha uma porta por onde todos possam entrar e sair”. Quer dizer, ninguém deveria ser impedido de entrar e sair à hora, como e quando quisesse. Era uma mãe, essa Joana!
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“Jogar pérolas aos porcos” (Mt. 7:6) quer dizer, passar informações a quem não são merecedoras delas; ou, preciosidades, a quem não entende bulhufas.
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‘Ir além das sandálias’ é o mote evangélico hoje para muito do que se faz e escreve, no e fora do púlpito, resultando em uma tremenda ‘casa de mãe Joana’ que se tornaram muitas ‘igrejas’ (não todas), fazendo o Evangelho a ‘pérola’ de grande valor que ‘jogada aos porcos’, é buscada nos milagres.
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Ricardo Gondim é um líder inconteste. Lê-lo é realmente um prazer. Um texto dele e de Robinson Cavalcante, lado a lado, este, porém, é como ler uma ata de reunião.
.
Mas Gondim meteu-se a escrever sobre ideias teológicas sugadas de quem dedicou a vida inteira a pensar com refinada perspicácia teológica. Refiro-me a Clark H. Pinnock.
.
Conclusão, Gondim, que não tem conhecimento formal nem preparo teológico de um luminar como Pinnock, este sim, um pintor, nosso Gondim ‘sapateiro’ tira uma de esteticista. Vale o mesmo para teologia e psicologia tidas por reformadas.
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Teólogos não ‘xingam’, é verdade, mas ‘falam ou escrevem mal’; ou, como ministros do STF dizem, ‘isso me causa espécie’. No popular, “pare de encher meu... [omissis]”, ou, “deixe de falar abobrinhas”.
.
Muitos blogs e sites evangélicos correm o mesmo risco, isto é, o perigo de pontuarem em artigos bem escritos, mas cheios de peraltices teológicas e devocionais equivocadas, que ‘vão muito além das próprias sandálias’ de cada um.
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Até cunhei uma observação para expressar essa ideia: muitos blogueiros colocam a sombra de seus próprios perfis profissionais, e, pulando para o outro lado do balcão (do leitor), levam consigo o próprio perfil que confundem com a própria Fé, e, ‘predicando’ opiniões que desejam fazer crer, sejam equivalentes a ela (Fé cristã).
.
Resultado: santificados e canonizados pelo leitor desavisado, apenas expressam o perfil de suas próprias profissões. Quer dizer, não predicam a Fé, usam o biombo da profissão.
.
“Por que voce não cria seu blog?”, sugeriu minha esposa que lê minhas publicações na ULTIMATO. A sugestão da mulher mais linda e inteligente soava como elogio. Não passava, porém, de armadilha! (o amor ofusca a razão!).
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Achava que blogueiros pensando e escrevendo bem poderiam saltar do perfil de advogado para o teológico, brilhando lá também.
.
Esquecera-se do famoso ‘Princípio de Peter’: em um sistema hierárquico, todo o funcionário tende a ser promovido até ao seu nível de incompetência’. Exemplo: conhecido comerciante da região, abandonando o comércio, resolveu criar um ‘comércio’, igreja. Conseguiu duas coisas, multidões de seguidores e toneladas de problemas, inclusive na família!
.
Conheci certa pessoa que foi convidado para traduzir em uma palestra, saiu-se tão bem que decidiu aventurar-se como professor de inglês. Foi solenemente demitido uma semana depois.
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“Vai, vende tudo o que tens”, disse Jesus. O jovem rico optou pelas muitas propriedades que tinha. Errou feio!
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Pelo menos não foi incompetente!
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