Não tive. Então serei um pai

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Igual a todo mundo, não lembro como foi o dia do meu nascimento. E igual a muita gente, sei que meu pai não estava lá. Quando penso na sensação que tive ao ver o rostinho do meu filho e da minha filha pela primeira vez naquele hospital, não consigo compreender com facilidade os motivos do meu pai.

Não lembro do meu pai beijando meu "dodói" quando eu caía. Mas nunca me esqueço de fazer isso quando o Samuel cai.

Não lembro do meu pai segurando em minha mão ao atravessar a rua. Mas fico louco quando meu filho chega perto de uma avenida sem que eu esteja o mais perto possível.
As lembranças que tenho do meu primeiro dia de aula são muitas. Mas elas não incluem o meu pai nesse dia tão desafiador para qualquer criança. Fiz questão de chorar (e me alegrar) junto com meu filho, quando esse dia chegou para ele.

Não lembro do meu pai segurando uma bicicleta por trás enquanto gritava "você consegue filho!". Mas lembro do lindo sorriso e do "obrigado papai" que recebi do meu Samuel ao entregar-lhe a sua primeira bicicleta.

Nunca ouvi de meu pai: "Desculpa filho. Desculpa pela ausência, por não ter sido um bom pai". Mas nunca esquecerei o dia em que eu lhe disse: "Você fez falta. E eu te perdoou por isso".

Se hoje em dia eu consigo ser filho para o meu pai, é porque O Grande Pai alcançou o meu coração. Por isso, serei para os meus filhos, aquilo que eu sempre almejei de um homem e encontrei em Deus.

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Opinião do leitor