Palavra do leitor
- 23 de fevereiro de 2018
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Não sejas incrédulo
"Não sejas incrédulo, mas crente" disse Jesus para Tomé. Tomé ou, em alemão, Thomas é um dos nomes mais comuns na Alemanha. Talvez isso tenha uma razão de ser. Se olharmos as estatísticas hoje, veremos que na Alemanha há de fato um percentual maior de descrentes que no Brasil.
O nome Tomé não é comum no Brasil. Vivi no Brasil 28 anos e nunca tive sequer um conhecido chamado Tomé. São Tomé está de certa forma associado ao esoterismo, ou coisa do gênero. O evangelho apócrifo de Tomé (que eu nunca li) parece-me despertar certo interesse nos céticos da religião institucionalizada.
"Eu creio, mas tenho dúvidas" um livro que li e gostei, de Ricardo Gondim. Gostei já pelo título, não pouco provocativo. "Senhor eu creio, mas me ajude em minha incredulidade" disse certo homem para Jesus. Como me agarrava a esta confissão, registrada nos Evangelhos, feita por um pai em desespero. Me identificava com ele, e ainda me identifico. Como somos crentes incrédulos. Na verdade, confesso, me delicio com a exposição escancarada e franca de nossas contradições feita pela Bíblia. É que a religião (institucionalizada) se esmera em ocultá-las. Gosto por exemplo da oração do profeta que desabafa, "converte-nos, Senhor, e seremos convertidos." Quantos de nós não somos "convertidos", que precisamos ser novamente convertidos. Reformados, que precisamos ser de novo reformados? Crentes, que precisam se tornar crédulos?
"Considerai, pois, aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos" - Hb 12:3. Nosso Mestre Jesus, suportou tantas contradições… No episódio de sua morte soldados romanos disputavam na sorte, quem ficaria com sua túnica, sua preciosa túnica, tecida toda de alto a baixo, sem costura; (imagine quanto uma peça de vestuário de alguém famoso não valeria hoje num leilão. Imagine o valor histórico e simbólico daquela túnica). Enquanto isso seu corpo era partido na cruz. Não foi Jesus mesmo quem perguntou "Não é […] o corpo mais do que o vestuário?"
E nós, será que somos diferentes? Quantas vezes desviamos nosso olhar daquilo que é essencial para nos concentrarmos e nos apegarmos ao supérfluo?
O supérfluo… as riquezas, os prazeres, os cuidados desse mundo… quanto poder tem para sombrear, para abafar, para sufocar a semente da fé, da Palavra de Deus. Pode isso? Parece que sim, caso contrário, Jesus não nos teria dito. Não precisamos nos surpreender quando a fé se desfalece.
Esse é o problema de uma nação incrédula. Os olhos fixos em pontos outros, que não aquele capaz de nos sustentar. Distrações.
Creio que Deus salva indivíduos, salva cidades, salva povos e nações. E por conseguinte também culturas. Culturas também precisam ser resgatadas e transformadas pelo Evangelho. Cada valor, cada crença, cada tradição, cada hábito, cada mentalidade. Tudo rendido aos pés da cruz. Tudo feito novo!
Pode-se precipitadamente achar que o viver secular da Europa se opõe a uma vida mais piedosa, ou que a razão (o racionalismo) alemão se opõe à fé. (Ainda que talvez haja, sim, algo de verdade nisso…)
Isso porém não explica todo ceticismo alemão, pois tanto a razão como o viver secular também fazem parte de uma vida em abundância. E ao mesmo tempo, nem toda sacralidade e todo credo são sinônimos de vida espiritual sadia.
Talvez a experiência de Tomé nos ajude: em caso de dúvidas, a experiência ajuda, e em muito, a fé. "Porque me viste, Tomé, creste".
Senhor, abra nossos olhos para que possamos Te ver melhor.
O nome Tomé não é comum no Brasil. Vivi no Brasil 28 anos e nunca tive sequer um conhecido chamado Tomé. São Tomé está de certa forma associado ao esoterismo, ou coisa do gênero. O evangelho apócrifo de Tomé (que eu nunca li) parece-me despertar certo interesse nos céticos da religião institucionalizada.
"Eu creio, mas tenho dúvidas" um livro que li e gostei, de Ricardo Gondim. Gostei já pelo título, não pouco provocativo. "Senhor eu creio, mas me ajude em minha incredulidade" disse certo homem para Jesus. Como me agarrava a esta confissão, registrada nos Evangelhos, feita por um pai em desespero. Me identificava com ele, e ainda me identifico. Como somos crentes incrédulos. Na verdade, confesso, me delicio com a exposição escancarada e franca de nossas contradições feita pela Bíblia. É que a religião (institucionalizada) se esmera em ocultá-las. Gosto por exemplo da oração do profeta que desabafa, "converte-nos, Senhor, e seremos convertidos." Quantos de nós não somos "convertidos", que precisamos ser novamente convertidos. Reformados, que precisamos ser de novo reformados? Crentes, que precisam se tornar crédulos?
"Considerai, pois, aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos" - Hb 12:3. Nosso Mestre Jesus, suportou tantas contradições… No episódio de sua morte soldados romanos disputavam na sorte, quem ficaria com sua túnica, sua preciosa túnica, tecida toda de alto a baixo, sem costura; (imagine quanto uma peça de vestuário de alguém famoso não valeria hoje num leilão. Imagine o valor histórico e simbólico daquela túnica). Enquanto isso seu corpo era partido na cruz. Não foi Jesus mesmo quem perguntou "Não é […] o corpo mais do que o vestuário?"
E nós, será que somos diferentes? Quantas vezes desviamos nosso olhar daquilo que é essencial para nos concentrarmos e nos apegarmos ao supérfluo?
O supérfluo… as riquezas, os prazeres, os cuidados desse mundo… quanto poder tem para sombrear, para abafar, para sufocar a semente da fé, da Palavra de Deus. Pode isso? Parece que sim, caso contrário, Jesus não nos teria dito. Não precisamos nos surpreender quando a fé se desfalece.
Esse é o problema de uma nação incrédula. Os olhos fixos em pontos outros, que não aquele capaz de nos sustentar. Distrações.
Creio que Deus salva indivíduos, salva cidades, salva povos e nações. E por conseguinte também culturas. Culturas também precisam ser resgatadas e transformadas pelo Evangelho. Cada valor, cada crença, cada tradição, cada hábito, cada mentalidade. Tudo rendido aos pés da cruz. Tudo feito novo!
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