Palavra do leitor
- 24 de junho de 2024
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Não se envergonhe de não crer!
"Talvez, o maior receio do ser humano, embora muitos escondam isso, passa por não ser aceito, por ser descartado e rejeitado’’.
Lucas 9.14-27
A oração aparenta ser um bicho de sete cabeças, um enigma destinado a ser decifrado, por poucos, como se certas pessoas fossem dotadas de atributos para desencadear feitos estupendos. Ao trilhar pelos enredos dos relatos bíblicos, Elias orou e os profetas de Baal foram erradicados, Josué orou e o sol parou, além dos relatos de eventos diferenciados perpetrados por Jesus, a partir do expediente da oração (o que dizer da multiplicação dos pães, da ressurreição de Lázaro e tantos outros acontecimentos). Sem sombra de dúvida, a oração, para muitos, se concebe como um meio voltado a conceder respostas, diante de todas as situações, num mecanismo para mover e movimentar a Deus. Em meio a tudo isso, quando a oração não desembocou naquela resposta tão esperada e alentada, o que fazer? Será a oração uma forma de promessas infalíveis e quando não alcançou o traçado, então, porque faltou fé, faltou crer e confiar ou um estado de pecado e alienação presente impediu a sua manifestação? Então, oramos e a cura não veio e aí? Oramos e o casamento não se refez e aí? Oramos e o prometido não se formou e aí? Oramos pela paz e a violência não cessa e aí? Oramos pela justiça e o abuso e arbitrariedade permanecem nos jornais, no cotidiano, nas redes sociais? Oramos por um mundo melhor e se percebe um desdobrar de embates ou oposições promovidas por guerras étnicas, religiosas, ideológicas, culturais e históricas e aí? Sempre se torna de bom alvitre ou parecer mencionar, a oração não pode ser vista como uma fórmula mágica, como uma alquimia, como uma carta na manga, por não haver mais a nada a ser feito. Decerto, a oração não pode ser reduzida a uma leitura monista de ser uma caixinha de promessas e de que tudo saíra segundo o meu roteiro, o meu script e a minha redação. Diametralmente oposto, a oração apresenta o efeito de aproximar as pessoas, de estabelecer o quanto somos interdependentes, de que, lá no fundo, verdadeiramente, olhamos para nossas fragilidades e debilidades, de que não somos a última bolacha do pacote mesmo, de que nos direciona a sermos humildes e a vivermos a humildade (de que não sou Deus, de que nem tudo me diz respeito e de que situações acontecem, por causa de outros) e isto não quer dizer ser simplório, se autocomiserar, de ser um nada ou estorvo. Indo ao texto de Lucas 9.14 a 27, observo uma das representações mais intensas e impetuosas de quem não se envergonhou, de quem despiu, por completo, o seu coração, a sua alma, de quem não fingiu, não se acovardou, não fez vistas grossas e afirmou, taxativamente, de que não conseguia crer, de que nem sequer considerava mais ser importante crer ou não. Eis a situação daquele homem, daquele pai, daquele indivíduo e seu filho dilacerado ou destruído por influencias maléficas? Não por menos, aquele homem deveria olhar para a tradição de Abraão, de Isaque e Jacó, de Moisés e dos profetas como vernizes de belas histórias e mais nada, sem nenhuma incidência de serem caminhos para o novo, para a modificação, para redenção, para transformação. A postura daquele homem de ir até Jesus, talvez, mais porque já estava, ali, mesmo e perdido por perdido, não faria muita diferença (nenhum dos seus discípulos puderam me ajudar, até porque estavam mais ocupados em permanecer com discussões e não se ocupar com pessoas). Anota-se, o homem numa mistura de bem me quer (creio) e de mal me quer (não creio), rompe e irrompe com as conveniências e enfoca sobre a questão de que precisa crer, de que precisava ser ajudado a crer. Em tempos marcados por enfoques da oração, como se fosse atributos de poucos, esse homem joga as cartas na mesa e pede para crer, pede para viver a fé promanada a partir do Deus Ser Humano Jesus Cristo. Aliás, quantas momentos, não estamos desolados e desesperançados, sem coragem para dizer "ajuda-me a crer", a crer mesmo diante dos vendavais, de que eu posso me refazer, de que eu posso crer outros podem se aproximar e me abraçar, me escutar, me orientar, me motivar e me fortalecer.
Lucas 9.14-27
A oração aparenta ser um bicho de sete cabeças, um enigma destinado a ser decifrado, por poucos, como se certas pessoas fossem dotadas de atributos para desencadear feitos estupendos. Ao trilhar pelos enredos dos relatos bíblicos, Elias orou e os profetas de Baal foram erradicados, Josué orou e o sol parou, além dos relatos de eventos diferenciados perpetrados por Jesus, a partir do expediente da oração (o que dizer da multiplicação dos pães, da ressurreição de Lázaro e tantos outros acontecimentos). Sem sombra de dúvida, a oração, para muitos, se concebe como um meio voltado a conceder respostas, diante de todas as situações, num mecanismo para mover e movimentar a Deus. Em meio a tudo isso, quando a oração não desembocou naquela resposta tão esperada e alentada, o que fazer? Será a oração uma forma de promessas infalíveis e quando não alcançou o traçado, então, porque faltou fé, faltou crer e confiar ou um estado de pecado e alienação presente impediu a sua manifestação? Então, oramos e a cura não veio e aí? Oramos e o casamento não se refez e aí? Oramos e o prometido não se formou e aí? Oramos pela paz e a violência não cessa e aí? Oramos pela justiça e o abuso e arbitrariedade permanecem nos jornais, no cotidiano, nas redes sociais? Oramos por um mundo melhor e se percebe um desdobrar de embates ou oposições promovidas por guerras étnicas, religiosas, ideológicas, culturais e históricas e aí? Sempre se torna de bom alvitre ou parecer mencionar, a oração não pode ser vista como uma fórmula mágica, como uma alquimia, como uma carta na manga, por não haver mais a nada a ser feito. Decerto, a oração não pode ser reduzida a uma leitura monista de ser uma caixinha de promessas e de que tudo saíra segundo o meu roteiro, o meu script e a minha redação. Diametralmente oposto, a oração apresenta o efeito de aproximar as pessoas, de estabelecer o quanto somos interdependentes, de que, lá no fundo, verdadeiramente, olhamos para nossas fragilidades e debilidades, de que não somos a última bolacha do pacote mesmo, de que nos direciona a sermos humildes e a vivermos a humildade (de que não sou Deus, de que nem tudo me diz respeito e de que situações acontecem, por causa de outros) e isto não quer dizer ser simplório, se autocomiserar, de ser um nada ou estorvo. Indo ao texto de Lucas 9.14 a 27, observo uma das representações mais intensas e impetuosas de quem não se envergonhou, de quem despiu, por completo, o seu coração, a sua alma, de quem não fingiu, não se acovardou, não fez vistas grossas e afirmou, taxativamente, de que não conseguia crer, de que nem sequer considerava mais ser importante crer ou não. Eis a situação daquele homem, daquele pai, daquele indivíduo e seu filho dilacerado ou destruído por influencias maléficas? Não por menos, aquele homem deveria olhar para a tradição de Abraão, de Isaque e Jacó, de Moisés e dos profetas como vernizes de belas histórias e mais nada, sem nenhuma incidência de serem caminhos para o novo, para a modificação, para redenção, para transformação. A postura daquele homem de ir até Jesus, talvez, mais porque já estava, ali, mesmo e perdido por perdido, não faria muita diferença (nenhum dos seus discípulos puderam me ajudar, até porque estavam mais ocupados em permanecer com discussões e não se ocupar com pessoas). Anota-se, o homem numa mistura de bem me quer (creio) e de mal me quer (não creio), rompe e irrompe com as conveniências e enfoca sobre a questão de que precisa crer, de que precisava ser ajudado a crer. Em tempos marcados por enfoques da oração, como se fosse atributos de poucos, esse homem joga as cartas na mesa e pede para crer, pede para viver a fé promanada a partir do Deus Ser Humano Jesus Cristo. Aliás, quantas momentos, não estamos desolados e desesperançados, sem coragem para dizer "ajuda-me a crer", a crer mesmo diante dos vendavais, de que eu posso me refazer, de que eu posso crer outros podem se aproximar e me abraçar, me escutar, me orientar, me motivar e me fortalecer.
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