Palavra do leitor
- 04 de maio de 2012
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Não percam!
Quando vierem a Campo Grande MS, não deixem de visitar o hospital São Julião. A instituição não faz parte da lista dos pontos turísticos da cidade; que são trinta, mas sem querer menosprezar nenhum deles, a história e a beleza do São Julião dão à instituição um dos primeiros lugares dessa lista, se fossem considerados. Não sei se pela distância 15km, ou se por algum outro motivo.
Semana passada, fui levar um irmão daqui da comunidade para uma consulta oftalmológica (lá se destaca por ser uma referência em oftalmologia também). Enquanto aguardava fiz uma caminhada pelas lindas alamedas rodeadas e coberta pelos arvoredos; senti o frescor da manhã, pude quase tocar nos Joões de barro e nos bem- te- vis que aparecem pertinho de nós. E a seriema velha já com o seu bico e sua canela combinando, numa pintura precisando de um retoque já, talvez pela idade, mas bela e sem se espantar com nossa presença.
Envolvido pelo mistério, passarmos o portão, antes de chegarmos ao saguão principal, descemos pelas ruas e cruzamos com umas casas com sistema de aquecimento solar, casas simples, mas de uma beleza significativa. Avistamos crianças brincando, escola (que não é uma propriamente uma creche para filhos de funcionários), parque, igreja... Este cenário traduz-se num verdadeiro convite a que o visitante mergulhe a fundo na história que está por traz daquele fantástico lugar, que à vista, não dá para discernir se não formos à história.
Deixei o paciente para a consulta, mas ainda encantado com aquele misterioso lugar, continuei descendo. No final deparei-me com um memorial dedicado aos mortos naquele lugar. Tem também lá um túmulo a pedido de Lino Vilachá, um poeta e escrito interno, que pediu, numa poesia que seus restos fossem enterrados ali, juntos às raízes daquelas grandes arvores que estão até hoje. Eis seu pedido:
“Gostaria que repousasse o pouco que restou de meus andrajos humanos debaixo de uma árvore do São Julião, bem perto de suas raízes, para que eu receba por elas o frêmito de felicidade das folhas ao vento e o cheiro do amanhecer...”
Percebi isso ao caminhar por ali. Na verdade a distância de 15 km se explica pela origem do lugar que a princípio era um leprosário, lugar de isolamento. Hoje ainda existem pessoas antigas lá naquela, que foi uma colônia de leprosos de uma história muito triste de morte e dor. Até que apareceu um grupo de católicos italianos e assumiram a causa e o lugar foi transformado. O lugar é limpo cheiroso e lindo, mas traz esse mistério. Vale à pena conhecer.
Fui ao saguão de espera para ver se meu amigo já havia sido liberado, folheei paginas de uma revista, que não tinha nada, só glamour; olhei a televisão, mas glamour nos noticiários e na programação. Fiquei admirado de como alguns temas ofuscam mesmo a nossa visão da realidade tirando o nosso foco. Fugi dali e voltei lá pra fora.
A bíblia diz que é melhor estar onde há luto.
Semana passada, fui levar um irmão daqui da comunidade para uma consulta oftalmológica (lá se destaca por ser uma referência em oftalmologia também). Enquanto aguardava fiz uma caminhada pelas lindas alamedas rodeadas e coberta pelos arvoredos; senti o frescor da manhã, pude quase tocar nos Joões de barro e nos bem- te- vis que aparecem pertinho de nós. E a seriema velha já com o seu bico e sua canela combinando, numa pintura precisando de um retoque já, talvez pela idade, mas bela e sem se espantar com nossa presença.
Envolvido pelo mistério, passarmos o portão, antes de chegarmos ao saguão principal, descemos pelas ruas e cruzamos com umas casas com sistema de aquecimento solar, casas simples, mas de uma beleza significativa. Avistamos crianças brincando, escola (que não é uma propriamente uma creche para filhos de funcionários), parque, igreja... Este cenário traduz-se num verdadeiro convite a que o visitante mergulhe a fundo na história que está por traz daquele fantástico lugar, que à vista, não dá para discernir se não formos à história.
Deixei o paciente para a consulta, mas ainda encantado com aquele misterioso lugar, continuei descendo. No final deparei-me com um memorial dedicado aos mortos naquele lugar. Tem também lá um túmulo a pedido de Lino Vilachá, um poeta e escrito interno, que pediu, numa poesia que seus restos fossem enterrados ali, juntos às raízes daquelas grandes arvores que estão até hoje. Eis seu pedido:
“Gostaria que repousasse o pouco que restou de meus andrajos humanos debaixo de uma árvore do São Julião, bem perto de suas raízes, para que eu receba por elas o frêmito de felicidade das folhas ao vento e o cheiro do amanhecer...”
Percebi isso ao caminhar por ali. Na verdade a distância de 15 km se explica pela origem do lugar que a princípio era um leprosário, lugar de isolamento. Hoje ainda existem pessoas antigas lá naquela, que foi uma colônia de leprosos de uma história muito triste de morte e dor. Até que apareceu um grupo de católicos italianos e assumiram a causa e o lugar foi transformado. O lugar é limpo cheiroso e lindo, mas traz esse mistério. Vale à pena conhecer.
Fui ao saguão de espera para ver se meu amigo já havia sido liberado, folheei paginas de uma revista, que não tinha nada, só glamour; olhei a televisão, mas glamour nos noticiários e na programação. Fiquei admirado de como alguns temas ofuscam mesmo a nossa visão da realidade tirando o nosso foco. Fugi dali e voltei lá pra fora.
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