Palavra do leitor
- 01 de dezembro de 2006
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Não há guerra civil mas há fome
Não podemos pensar em expandir o Reino de Deus sem levar em conta
o aspecto social e cultural da comunidade a ser alcançada, nem esquecer que a credencial celeste para tal honraria envolve todos os aspectos relacionados às pessoas: suas necessidades espirituais e materiais.
Segundo o conceito definido pela Organização Mundial de Saúde, têm fome aqueles cuja alimentação diária não aporta energia requerida para a manutenção e funcionamento do organismo e para as atividades ordinárias do ser humano. A situação de pobreza se caracteriza nos casos em que a renda per capta é insuficiente para suprir necessidades como teto, vestes e saúde, e a pobreza extrema quando a renda não é suficiente para aquisição de alimentos. Infelizmente é essa a realidade de milhões no Brasil, inclusive com vários crentes nesse contexto.
Trabalho com liderança sertaneja na região do vale do Piancó, na Paraíba. Tenho presenciado carências reais na área da alimentação, na população como um todo, incluindo evangélicos também. A subnutrição, o analfabetismo, a carência de vestes, o suprimento às mais básicas necessidades humanas, são negados a boa parte da população do sertão.
A igreja evangélica sertaneja não está preparada para agir dentro de um contexto de carência social. Tem se omitido ou praticado um assistencialismo ineficiente ou ainda, alienada, dizer “isso não é comigo”.
Existem crentes, vítimas de injustiça social: mulheres que perderam seus filhos antes de completarem 1 ano por falta de condição de higiene, ou em abortos espontâneos como conseqüência das doenças comuns a subnutridas; que morrem por falta de assistência médica.
Poderia trazer em linhas gerais dados de carências que envolvem a população como um todo, mas, propositalmente, quero provocar o nosso corporativismo já que uma boa parte continua insensivel às causas da injustiça social. Crentes também passam fome!
Devemos, como igreja, priorizar um Evangelho que traga esperança de vida hoje e na eternidade, além de caráter e resgate social, tomando paralelamente iniciativas concretas que possibilitem reformas promotoras da restauração da dignidade humana de forma integral.
O pecado de omissão da igreja pode trazer conseqüências para seus membros, assim como o pecado do rei Davi com relação ao censo, que trouxe conseqüência para o povo inocente de sua nação 2 Samuel 24.
A acusação contra a injustiça social profetizada por Tiago nos capítulos 2 e 5 de sua carta denuncia fortemente essa realidade da atual igreja brasileira.
A nossa luta tem sido no sertão nordestino, que, aliás, fala a língua portuguesa e não está em guerra civil. Fica no Brasil. É uma das poucas áreas do mundo que, insisto, sem guerra civil ou mesmo, conflito contra alguma outra nação, existe uma realidade de pobreza absoluta em massa, alimentada, principalmente por um controle semifeudal de uma minoria corrupta detentora do poder político, econômico e religioso na região – há, no mínimo, uma conivência ou omissão das várias tendências religiosas que se estabeleceram por aqui, com poucas exceções.
Quais serão os parceiros nessa luta contra a miséria em nossa nação?A minha expectativa é que o reino do Cristo chamado de Messias, através de seus representantes. Onde eles estão?
Não está na hora de desassimilarmos, enquanto Igreja, a ideologia fascista daqueles que dominam e controlam a estrutura de comunicação de massa e econômica do ocidente, com a necessidade de ter espelhos que reforcem seu narcisismo racial e cultural, vitimando toda uma massa humana que, iludida, busca satisfação em valores superficiais e voláteis? Não está na hora de enquanto igreja, enquanto povo brasileiro, dizermos NÃO para o estabelecido por uma minoria que constantemente diz NÃO para a nossa liberdade, para nosso crescimento, seja intelectual ou econômico?
A realidade de exclusão, de uma forma geral, ainda é estupidamente indecente. No Brasil a injustiça social e o racismo estão entranhados na cultura. A sua nocividade só pode ser combatida com denuncias explícitas, proporcional a sua gravidade. Um flagelo secular que precisa ser resolvido com uma reação superior, muito mais forte: Acredito na não violência, no perdão e num intenso trabalho de resgate cultural, numa mobilização cristã assumida, denunciando de forma profética. Chega de omissão! É conosco, chega de silencio!
o aspecto social e cultural da comunidade a ser alcançada, nem esquecer que a credencial celeste para tal honraria envolve todos os aspectos relacionados às pessoas: suas necessidades espirituais e materiais.
Segundo o conceito definido pela Organização Mundial de Saúde, têm fome aqueles cuja alimentação diária não aporta energia requerida para a manutenção e funcionamento do organismo e para as atividades ordinárias do ser humano. A situação de pobreza se caracteriza nos casos em que a renda per capta é insuficiente para suprir necessidades como teto, vestes e saúde, e a pobreza extrema quando a renda não é suficiente para aquisição de alimentos. Infelizmente é essa a realidade de milhões no Brasil, inclusive com vários crentes nesse contexto.
Trabalho com liderança sertaneja na região do vale do Piancó, na Paraíba. Tenho presenciado carências reais na área da alimentação, na população como um todo, incluindo evangélicos também. A subnutrição, o analfabetismo, a carência de vestes, o suprimento às mais básicas necessidades humanas, são negados a boa parte da população do sertão.
A igreja evangélica sertaneja não está preparada para agir dentro de um contexto de carência social. Tem se omitido ou praticado um assistencialismo ineficiente ou ainda, alienada, dizer “isso não é comigo”.
Existem crentes, vítimas de injustiça social: mulheres que perderam seus filhos antes de completarem 1 ano por falta de condição de higiene, ou em abortos espontâneos como conseqüência das doenças comuns a subnutridas; que morrem por falta de assistência médica.
Poderia trazer em linhas gerais dados de carências que envolvem a população como um todo, mas, propositalmente, quero provocar o nosso corporativismo já que uma boa parte continua insensivel às causas da injustiça social. Crentes também passam fome!
Devemos, como igreja, priorizar um Evangelho que traga esperança de vida hoje e na eternidade, além de caráter e resgate social, tomando paralelamente iniciativas concretas que possibilitem reformas promotoras da restauração da dignidade humana de forma integral.
O pecado de omissão da igreja pode trazer conseqüências para seus membros, assim como o pecado do rei Davi com relação ao censo, que trouxe conseqüência para o povo inocente de sua nação 2 Samuel 24.
A acusação contra a injustiça social profetizada por Tiago nos capítulos 2 e 5 de sua carta denuncia fortemente essa realidade da atual igreja brasileira.
A nossa luta tem sido no sertão nordestino, que, aliás, fala a língua portuguesa e não está em guerra civil. Fica no Brasil. É uma das poucas áreas do mundo que, insisto, sem guerra civil ou mesmo, conflito contra alguma outra nação, existe uma realidade de pobreza absoluta em massa, alimentada, principalmente por um controle semifeudal de uma minoria corrupta detentora do poder político, econômico e religioso na região – há, no mínimo, uma conivência ou omissão das várias tendências religiosas que se estabeleceram por aqui, com poucas exceções.
Quais serão os parceiros nessa luta contra a miséria em nossa nação?A minha expectativa é que o reino do Cristo chamado de Messias, através de seus representantes. Onde eles estão?
Não está na hora de desassimilarmos, enquanto Igreja, a ideologia fascista daqueles que dominam e controlam a estrutura de comunicação de massa e econômica do ocidente, com a necessidade de ter espelhos que reforcem seu narcisismo racial e cultural, vitimando toda uma massa humana que, iludida, busca satisfação em valores superficiais e voláteis? Não está na hora de enquanto igreja, enquanto povo brasileiro, dizermos NÃO para o estabelecido por uma minoria que constantemente diz NÃO para a nossa liberdade, para nosso crescimento, seja intelectual ou econômico?
A realidade de exclusão, de uma forma geral, ainda é estupidamente indecente. No Brasil a injustiça social e o racismo estão entranhados na cultura. A sua nocividade só pode ser combatida com denuncias explícitas, proporcional a sua gravidade. Um flagelo secular que precisa ser resolvido com uma reação superior, muito mais forte: Acredito na não violência, no perdão e num intenso trabalho de resgate cultural, numa mobilização cristã assumida, denunciando de forma profética. Chega de omissão! É conosco, chega de silencio!
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