Não há alternativas, senão amar!

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Disse o escritor Nelson Rodrigues que "toda unanimidade é burra" (sic); parece-me que em tudo, em nossa existência, há alternativas no sentido de nos proporcionar escolher que caminho, que decisão, que solução iremos adotar; não fossem as alternativas, teríamos uma "unanimidade" em quaisquer situações.

Assim, no esporte, por exemplo, podemos escolher o futebol, ou o vôlei, o basquete, a natação, o ciclismo etc.; na política temos tantos partidos, embora não haja tantas ideologias assim, que temos a condição de "seguir" este, esse ou aquele, que tenha em seu programa, em sua plataforma os nossos ideais políticos, sejam eles quais forem: o liberalismo, o socialismo, o progressismo, o conservadorismo etc.

Quero me ater, todavia, à questão espiritual, que, também, nos dá "n" alternativas [religiões]: cristianismo, judaísmo, islamismo, budismo, xintoísmo, hinduísmo etc. e, em algumas, como no cristianismo, há opções também de acordo com a doutrina que entendem as pessoas ser a correta.

Assim há "denominações" [e não religiões] diversas, tais como: católica, luterana, metodista, presbiteriana, batista, pentecostal [Assembleia de Deus], neo-pentecostal [Renascer] etc.

No cristianismo, todos sabemos, abrigam-se as pessoas que seguem os ensinamentos do Senhor Jesus, ensinamentos esses que temos abordado em nossos artigos semanais. Em um deles dissemos:

"Continua a Palavra afirmando que quando o Senhor Jesus voltar [para reinar sobre todas as nações a partir de Jerusalém] ‘se houver ciência, passará; havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão’"; e conclui:

"Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior deste é o amor" (I Coríntios 13. 8-13).

Sim, o maior e mais importante é o amor e o Senhor Jesus deixou isso muito claro, quando perguntado: "Mestre, qual é o grande mandamento da lei? Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas" (Mateus 22. 36-40).

Parece que a questão termina aqui, amar a Deus e amar ao próximo; mas quem é o próximo? Seria o irmão de sangue ou ainda o irmão na fé, ou ainda os amigos da escola ou do trabalho?

É muito cômodo ficar só neste contexto e, antes de respondermos esta questão, vamos ver o que mais diz a Palavra de Deus:

"Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão" (I João 4. 20-21).

Há, pois, no amor, um elo de ligação, uma vinculação ao amor maior que é o amor a Deus; não há como dizer que amamos a Deus se não amamos o próximo; e, agora, vem a postura mais forte que nos é ensinada pelo Senhor Jesus.

É verdade que o próximo, como dissemos acima, é o irmão biológico, é o amigo da escola ou do trabalho, mas, só isso é muito fácil, amar aqueles com os quais convivemos de perto, com os quais nos damos bem.

Chegamos aqui à decisão que dissemos ser a mais forte: dar a outra face, andar a segunda milha, entregar a capa.

Disse o Senhor Jesus: "Ouviste que foi dito: olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra; e ao que demandar contigo e tirar-lhe a túnica, deixa-lhe também a capa. Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas (...)

Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos" (Mateus 5. 38-40).

Percebamos que as definições do Senhor Jesus são muito claras, não há alternativas ao amor; temos que amar a Deus sobre todas as coisas, temos que amar o próximo como amamos a nós mesmos; e o próximo não é só o irmão biológico, o amigo de escola, o amigo do trabalho; o próximo é, inclusive, o que se diz nosso inimigo, aquele com o qual as relações estão cortadas.

E conclui o Senhor Jesus: "Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo? Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste" (Mateus 5. 46-48).

Esta é a grande bênção do cristianismo, buscar a santidade, buscar a perfeição, e não há como fazê-lo a não ser pelo amor: "Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição" (Colossenses 3. 13-14).

Pense nisto!

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Opinião do leitor