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Palavra do leitor

Não é dos "nossos" [Acepção de Pessoas]

Certa feita Jesus estava com os doze discípulos e, como de costume, muitas pessoas estavam com eles, uma multidão, o que já era mais do que normal.

Onde quer que Jesus fosse a multidão sempre o seguia; Ele não tinha direito à privacidade, e para tê-lo se retirava para o monte, com três discípulos, a fim de orar.

Ele precisava de alguns momentos a sós com o Pai, deixava os discípulos bem próximos e ia falar com Deus, e ia ouvir o Pai.

No caminho, um dos doze chegou até Jesus e lhe disse: “vem um aí, que não é dos nossos [não é de nossa denominação diríamos hoje] fazendo sinais em teu nome, e nós o proibimos. Ao que Jesus disse: "não lho proibais, porque quem não é contra nós, é por nós" (Mc. 9. 38-42).

Parece que a situação, acima narrada, é bastante conhecida de nós hoje; quantas vezes ouvimos certas indagações, ouvimos maldosos comentários a respeito de pessoas ou instituições que não são “das nossas”, mas estão dando cumprimento à grande comissão que Jesus nos deixou: “ensinar” (Mt. 28.19), “pregar” (Mc. 16. 15), “testemunhar” (At. 1. 8).

Atualmente circula na internet um e-mail a respeito de alguns pastores evangélicos [reportagem da Revista Época], e outro e-mail com comentários de um deles contra os demais [ou parte deles].

Jesus ensinou, além do “não lho proibais”, a não julgarmos, pois com a medida com que julgarmos, seremos também julgados (Mt. 7. 1-2).

Se as pessoas, se as instituições, que são alvos de nossas críticas, de nossos julgamentos, de nossas dúvidas estão falando, agindo e fazendo sinais em nome de Jesus, não cabe a nós quaisquer atitudes, posicionamentos em contrário; Jesus, por certo, Onipresente que é, está vendo, está ouvindo, e está dizendo, mais uma vez, “não lho proibais porque quem não é contra nós é por nós”.

Jesus não mudou, Ele é o mesmo ontem, hoje, e o será eternamente; Ele sabe que o Pai não faz acepção de pessoas, Ele quer salvar a todas, Ele não quer que ninguém se perca; por que, então, nós vamos ficar nos nossos feudinhos apontando o dedo para os que “não são dos nossos”?

Não nos cabe analisar, não nos cabe definir quem é e quem não é seguidor sincero de Jesus; ao Senhor pertence o julgamento, ao Senhor pertence a “vingança”, se cabível for, ao Senhor pertence a missão de distribuir galardões para os que são verdadeiramente seus, para os que se converteram a Jesus, e O receberam no coração, tornando-se filhos de Deus (Jo. 1. 12); e se tornaram partícipes da grande comissão que Jesus nos outorgou de ensinar, pregar e testemunhar até os confins da terra, para que todos sejam alcançados por tão grande salvação, que recebemos pela graça, mediante a fé em Jesus Cristo, e somente nEle.

Não há salvação em nenhum outro nome dado sobre a terra, pelo qual importa que sejamos salvos. Assim, se estão ensinando, se estão pregando, se estão testemunhando em nome de Jesus, e a favor de Jesus, não lhos proibamos, não os julguemos, não os condenemos. Pelos frutos [espirituais] eles [nós] serão ou não galardoados por Deus; serão ou não arrebatados para o encontro com Jesus nos ares, entre nuvens, antes da grande tribulação a que se referiu o Senhor (Mt. 24. 21), e que se aproxima.

Se paralelamente ao cumprimento da missão, eles [nós] estiverem sendo desonestos, infiéis, irreverentes, tirando proveito próprio da situação, a Deus, e somente a Deus, eles [nós] terão que prestar contas. Não nos cabe exercer o papel de julgadores, de acusadores, de disciplinadores, de condenadores. Deus separará o joio do trigo na hora oportuna [dEle].

Não há, também, porque discutir se devemos adorar a Deus aqui [templos suntuosos] ou ali [casa familiares], pois Jesus definiu que “onde estiverem dois ou três reunidos em Seu nome, ali Ele estaria no meio deles”.

Não importa, também, porque foi Jesus quem disse que não importa, se é no templo ou no monte, mas “importa que os verdadeiros adoradores, o adorem em Espírito e em Verdade, no secreto interior dos seus quartos [no secreto do coração].

Não importa se somos leigos ou teólogos, a Palavra de Deus nos afirma que “somos sacerdócio real, nação santa, povo da exclusiva propriedade de Deus a fim de proclamarmos a salvação”; e a grande comissão foi dada para todos, para alcançar a todos.

Não nos escudemos na crítica aos que fazem, para encobrir a nossa inércia, a nossa omissão, o nosso não fazer o que Jesus ordenou que fizéssemos.

Ainda mais, como todos têm visto, quando há frutos, quando milhares de pessoas estão sendo tiradas do pecado, da sarjeta, do vício, do crime! Por que julgar, só porque não são “dos nossos”?

Lembremo-nos das palavras de Jesus, antes de levantar o dedo e apontá-lo contra os que estão trabalhando e pregando exclusivamente o nome de Jesus, como o único e suficiente Salvador e Senhor: “Não lho proibais porque quem não é contra nós, é por nós”.

Editor do Sê Fiel
www.sefiel.com.br
São Paulo - SP
Textos publicados: 829 [ver]

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