Palavra do leitor
- 24 de outubro de 2021
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Nada vai adiantar o seu esconderijo!
Já contei esta história, mas vale a pena recontá-la em outro enfoque, em outro contexto, em outra motivação edificante.
Terei que retornar ao passado, final da década de 1960, nos século/milênio passados – estava eu, confortavelmente, instalado em minha mesa de gerente da Agência de Juiz de Fora, do Banco Real, quando meu mano mais novo, Evaldo Augusto, recém-falecido (13.09.2016), adentrou assustado e assentou na poltrona de cliente!
Pálido ele disse: "estou sendo seguido – segunda e terça-feiras foi uma moça e hoje um homem"; indaguei-lhe sobre o homem, informando-me ele: "está parado, ali na banca de jornal, lendo o jornal "Xis" pendurado na banca, enquanto o mesmo periódico, dobrado, mantém-no debaixo do braço" [hilário!].
Fui até a porta e dei uma breve e disse: "é o Fulano de Tal, investigador; vamos resolver isso", e fomos para a casa de um amigo, coronel, no conjunto residencial dos militares perto dali, cerca de 700 metros.
Nosso amigo, após ouvir o relato disse: "vamos lá no Beltrano, Delegado e chefe dele, para sabermos a razão".
O investigador, nessas alturas, desapareceu desde que adentramos no prédio dos militares.
No gabinete do Delegado, feitas as apresentações, a história foi contada pelo mano; o Delegado solicitou em voz alta: "Traga-me a pasta do Evaldo Torres."
O dossiê era uma denúncia, de um concorrente na área de publicidade em que meu irmão trabalhava, e dizia que Evaldo estava andando muito com o Cicrano Dornelas [Dornelas com "a"] que "deve" ser comunista, pois "deve" ser parente do ex-presidente Getúlio Vargas! (sic).
O Delegado franziu a testa e disse: "Mas o Cicrano é Dornelas com "a" e o ex-presidente era Getúlio Dorneles [com "e"] Vargas!" - deu longa risada e determinou: "ARQUIVE-SE!"
O Dornelas estava, com meu irmão, fotografando pontos importantes do município para o guia turístico [guia de ruas e locais de eventos] que meu irmão estava editando.
De imediato, Evaldo abriu a pasta e mostrou, à Autoridade, o material já pronto para a edição do guia.
A partir daí, retirei-me, de volta ao trabalho, e eles ficaram ali conversando, contando "causos" e anedotas; meu mano e o Delegado simpatizaram-se mutuamente e marcaram encontrar outras vezes, fora do gabinete.
Meu mano era muito culto [autodidata], bastante inteligente, grandiloquente, conhecedor de quaisquer assuntos e bem irônico; seriam, como foram, bons "papos" para ambos, pois o Delegado apreciava muito prosear, principalmente, com pessoas cultas.
Após vários encontros, nos quais conversaram sobre tudo: economia, ciência, política [democracia, ditadura, esquerda, direita, socialismo, capitalismo, presidencialismo, parlamentarismo, monarquia, república etc.] o chefe perguntou:
"Torres, afinal, de fato, o que é você"? – em fração de segundos, o mano respondeu: "eu sou Flamengo" – os dois riram bastante e a amizade se solidificou.
Óbvio, nas entrelinhas, a pergunta era: "você é de direita ou de esquerda?" mas meu irmão, sua inteligência e cultura não cabiam no desprezível espaço dessas duas nomenclaturas!
Quando disserto sobre assuntos bíblicos, também eu, não me permito prisioneiro desta, dessa ou daquela corrente filosófica, doutrinária, teológica etc. – em obediência à própria Palavra de Deus eu "examino todas as coisas [mesmo extra-bíblicas] e retenho o que é bom" (I Tessalonicenses 5. 21), e estou convicto de que a Bíblia é que explica, confirma a própria Bíblia.
Em uma paráfrase da própria Palavra de Deus "eu não sou de Paulo, não sou de Pedro, não sou de Apolo, nem de qualquer outro; oriento-me pelo sopro de Deus em minha mente, pelo sussurrar do Espírito Santo em meus ouvidos".
Diz a Bíblia: "fui informado, pelos da casa de Cloe, de que há contendas entre vós. Refiro-me ao fato de cada um de vós dizer: Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo. Acaso Cristo está dividido? Foi Paulo crucificado em favor de vós ou fostes, porventura, batizados em nome de Paulo?" (I Coríntios. 1 11-13).
Conforme relatei, meu irmão era muito irônico, além de muito arguto e perspicaz; conseguia driblar uma conversa não esclarecendo a sua verdadeira ideologia.
Não é assim conosco em relação ao nosso Deus e Pai; Ele sabe de tudo, nada adianta nossa argúcia e nossa perspicácia, nada valem nossos supostos esconderijos de ideias e propósitos.
"Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também (...) Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste (...) Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias" (Salmo 139. 8, 14, 16).
Logo é melhor ter a nossa vida como um "livro aberto", nada escondendo, pois o Senhor nos conhece desde o ventre de nossa mãe; não adianta esconder, não resolvem subterfúgios, nada valem as máscaras do pensamento e da palavra, pois Deus conhece o íntimo do nosso ser.
Pense nisso!
Terei que retornar ao passado, final da década de 1960, nos século/milênio passados – estava eu, confortavelmente, instalado em minha mesa de gerente da Agência de Juiz de Fora, do Banco Real, quando meu mano mais novo, Evaldo Augusto, recém-falecido (13.09.2016), adentrou assustado e assentou na poltrona de cliente!
Pálido ele disse: "estou sendo seguido – segunda e terça-feiras foi uma moça e hoje um homem"; indaguei-lhe sobre o homem, informando-me ele: "está parado, ali na banca de jornal, lendo o jornal "Xis" pendurado na banca, enquanto o mesmo periódico, dobrado, mantém-no debaixo do braço" [hilário!].
Fui até a porta e dei uma breve e disse: "é o Fulano de Tal, investigador; vamos resolver isso", e fomos para a casa de um amigo, coronel, no conjunto residencial dos militares perto dali, cerca de 700 metros.
Nosso amigo, após ouvir o relato disse: "vamos lá no Beltrano, Delegado e chefe dele, para sabermos a razão".
O investigador, nessas alturas, desapareceu desde que adentramos no prédio dos militares.
No gabinete do Delegado, feitas as apresentações, a história foi contada pelo mano; o Delegado solicitou em voz alta: "Traga-me a pasta do Evaldo Torres."
O dossiê era uma denúncia, de um concorrente na área de publicidade em que meu irmão trabalhava, e dizia que Evaldo estava andando muito com o Cicrano Dornelas [Dornelas com "a"] que "deve" ser comunista, pois "deve" ser parente do ex-presidente Getúlio Vargas! (sic).
O Delegado franziu a testa e disse: "Mas o Cicrano é Dornelas com "a" e o ex-presidente era Getúlio Dorneles [com "e"] Vargas!" - deu longa risada e determinou: "ARQUIVE-SE!"
O Dornelas estava, com meu irmão, fotografando pontos importantes do município para o guia turístico [guia de ruas e locais de eventos] que meu irmão estava editando.
De imediato, Evaldo abriu a pasta e mostrou, à Autoridade, o material já pronto para a edição do guia.
A partir daí, retirei-me, de volta ao trabalho, e eles ficaram ali conversando, contando "causos" e anedotas; meu mano e o Delegado simpatizaram-se mutuamente e marcaram encontrar outras vezes, fora do gabinete.
Meu mano era muito culto [autodidata], bastante inteligente, grandiloquente, conhecedor de quaisquer assuntos e bem irônico; seriam, como foram, bons "papos" para ambos, pois o Delegado apreciava muito prosear, principalmente, com pessoas cultas.
Após vários encontros, nos quais conversaram sobre tudo: economia, ciência, política [democracia, ditadura, esquerda, direita, socialismo, capitalismo, presidencialismo, parlamentarismo, monarquia, república etc.] o chefe perguntou:
"Torres, afinal, de fato, o que é você"? – em fração de segundos, o mano respondeu: "eu sou Flamengo" – os dois riram bastante e a amizade se solidificou.
Óbvio, nas entrelinhas, a pergunta era: "você é de direita ou de esquerda?" mas meu irmão, sua inteligência e cultura não cabiam no desprezível espaço dessas duas nomenclaturas!
Quando disserto sobre assuntos bíblicos, também eu, não me permito prisioneiro desta, dessa ou daquela corrente filosófica, doutrinária, teológica etc. – em obediência à própria Palavra de Deus eu "examino todas as coisas [mesmo extra-bíblicas] e retenho o que é bom" (I Tessalonicenses 5. 21), e estou convicto de que a Bíblia é que explica, confirma a própria Bíblia.
Em uma paráfrase da própria Palavra de Deus "eu não sou de Paulo, não sou de Pedro, não sou de Apolo, nem de qualquer outro; oriento-me pelo sopro de Deus em minha mente, pelo sussurrar do Espírito Santo em meus ouvidos".
Diz a Bíblia: "fui informado, pelos da casa de Cloe, de que há contendas entre vós. Refiro-me ao fato de cada um de vós dizer: Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo. Acaso Cristo está dividido? Foi Paulo crucificado em favor de vós ou fostes, porventura, batizados em nome de Paulo?" (I Coríntios. 1 11-13).
Conforme relatei, meu irmão era muito irônico, além de muito arguto e perspicaz; conseguia driblar uma conversa não esclarecendo a sua verdadeira ideologia.
Não é assim conosco em relação ao nosso Deus e Pai; Ele sabe de tudo, nada adianta nossa argúcia e nossa perspicácia, nada valem nossos supostos esconderijos de ideias e propósitos.
"Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também (...) Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste (...) Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias" (Salmo 139. 8, 14, 16).
Logo é melhor ter a nossa vida como um "livro aberto", nada escondendo, pois o Senhor nos conhece desde o ventre de nossa mãe; não adianta esconder, não resolvem subterfúgios, nada valem as máscaras do pensamento e da palavra, pois Deus conhece o íntimo do nosso ser.
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