Palavra do leitor
- 07 de março de 2013
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Nada a falar, apenas consolar!
Algo estranho continuo a observar, a experimentar e a praticar, como cristão. Para não permanecer como se estivesse propondo um enigma, faço referência a postura de diante dos aflitos e desanimados, pelas mais diversas situações, a lançar todo um amontoado de palavras, sem conceder a mínima condição de a pessoa respirar.
Sem hesitar, sou porfiosamente tentado a ser a igreja do falar ‘’isso, aquilo e acolá’’, ao invés de parar, de olhar para o irmão (ã), desprovido daquela visão de condescendência. Digo isso, porque temos uma tendência de querer colocar um pano de fundo, diante de situações que pegam fundo, laceram nossa alma, submete nosso espírito a labirintos.
Mesmo assim, abrimos o nosso repertório e desaguamos as nossas deduções. Quantos de nós não incorremos em tais procedimentos? De certo, somos mestres em usar a bíblia para sustentar nossos amontoados de palavrórios inúteis e, para tanto, aplicamos o texto de Romanos 08. 28 a 29, por exemplo.
Por ora, sigo o silêncio de Jesus, seu ouvido inclinado, seus lábios desarmados e sua vida a mercê a fim de suportar o irmão desanimado. Então, venho falar dos abatidos, em nosso meio, receoso de serem ouvidos com o perigo de serem rotulados de descrentes, de fracos na fé, de impuros, de desvencilhados dos propósitos do Senhor, de incredulidade. Infelizmente, usamos frases pré – formatadas para condenar e nos isentar de qualquer responsabilidade.
Eis algumas:
- Olhe, cuidado, o diabo alderedor!
- Se continuar distante da comunhão, é morte na certa!
- Tudo isso está acontecendo, porque você se esqueceu de Deus!
Não bastasse tudo isso, aplicamos a palavra, a Deus, a cruz e, assim, formamos nossas temerárias convicções. As palavras de Jesus direcionadas a Bartimeu, as de Pedro direcionadas ao coxo e outros episódios de cura, de sinais e de prodígios sempre tiveram o ouvir, como precedente.
Ultimamente, vivenciamos um período de vozes ensurdecedoras, para todos os cantos e lados. Ninguém mais arrisca ouvir, a olhar para o próximo livres de estabelecer seus julgamentos e conclusões.
Não por menos, as doenças do Séc. XXI testificam um mundo que foge do ouvir e, lastimavelmente, tem atingido a Igreja frontalmente. Vou adiante, ao acompanhar a trajetória de Jesus, narrada nos evangelhos, encontramos o silêncio na morte de Lázaro, ou ouvir aos rogos de Bartmeu. De tudo isso, percebermos a ausência do por que, ou do para que e todo um emaranhado de tentativas para nos livrar do irmão. Obviamente, saindo bem na foto!
Devo reconhecer, em tempos de uma tresloucada busca por sentido na vida, mesmo que seja através de alguns minutos de fama, de reconhecimento, de aceitação, somos bombardeados pela cultura do falar, a todo o momento, e nos tornamos em caricaturas de lábios inflacionados e vitimados pela fobia do ouvir e do olhar.
Muitos se escondem na ilusão de um evangelho incorpóreo e, por sua vez, se valem disso para não demonstrar qualquer postura de misericórdia; entretanto, o evangelho de Cristo se dirige para pessoas concretas, com histórias concretas, com problemas concretos, com expectativas concretas. Quem não se lembra do texto de João 09. 01 a 41 e vamos extrair uma sucessão de inquirições, de hipóteses levantadas, de negações veementes feitas pelos opositores de Jesus e, enfim, palavras e mais palavras lançadas ao ar e ninguém sequer parou, olhou ou ouviu o outrora cego.
Quantas vezes não agimos dessa forma, literalmente, disparamos infindáveis enfoques sobre alguém e anulamos ou ouvir, ficar quieto, presta atenção e se não tiver nada a falar, melhor sentar ao lado. Se, porventura, Deus tivesse disparado mil e uma deduções com relação a Abraão, a Davi, aos profetas (caso de Elias, na caverna) e outros homens e mulheres, conforme encontramos na revelação – viva. Evidentemente, de maneira nenhuma soergo a bandeira da banalização da Graça.
Afinal de contas, nossas decisões acarretam conseqüências e resultados.
Agora, mesmo diante das situações caóticas, encontro um Deus que bate o pé firme e não cede a tagarelice frívola e hipócrita, por onde o próximo parece ser jogado numa cisterna. Presumidamente, Jesus nos ensina a perceber o ritmo do próximo e os períodos, aos quais devemos proceder com o silêncio, o ouvir e o parar.
Sem hesitar, sou porfiosamente tentado a ser a igreja do falar ‘’isso, aquilo e acolá’’, ao invés de parar, de olhar para o irmão (ã), desprovido daquela visão de condescendência. Digo isso, porque temos uma tendência de querer colocar um pano de fundo, diante de situações que pegam fundo, laceram nossa alma, submete nosso espírito a labirintos.
Mesmo assim, abrimos o nosso repertório e desaguamos as nossas deduções. Quantos de nós não incorremos em tais procedimentos? De certo, somos mestres em usar a bíblia para sustentar nossos amontoados de palavrórios inúteis e, para tanto, aplicamos o texto de Romanos 08. 28 a 29, por exemplo.
Por ora, sigo o silêncio de Jesus, seu ouvido inclinado, seus lábios desarmados e sua vida a mercê a fim de suportar o irmão desanimado. Então, venho falar dos abatidos, em nosso meio, receoso de serem ouvidos com o perigo de serem rotulados de descrentes, de fracos na fé, de impuros, de desvencilhados dos propósitos do Senhor, de incredulidade. Infelizmente, usamos frases pré – formatadas para condenar e nos isentar de qualquer responsabilidade.
Eis algumas:
- Olhe, cuidado, o diabo alderedor!
- Se continuar distante da comunhão, é morte na certa!
- Tudo isso está acontecendo, porque você se esqueceu de Deus!
Não bastasse tudo isso, aplicamos a palavra, a Deus, a cruz e, assim, formamos nossas temerárias convicções. As palavras de Jesus direcionadas a Bartimeu, as de Pedro direcionadas ao coxo e outros episódios de cura, de sinais e de prodígios sempre tiveram o ouvir, como precedente.
Ultimamente, vivenciamos um período de vozes ensurdecedoras, para todos os cantos e lados. Ninguém mais arrisca ouvir, a olhar para o próximo livres de estabelecer seus julgamentos e conclusões.
Não por menos, as doenças do Séc. XXI testificam um mundo que foge do ouvir e, lastimavelmente, tem atingido a Igreja frontalmente. Vou adiante, ao acompanhar a trajetória de Jesus, narrada nos evangelhos, encontramos o silêncio na morte de Lázaro, ou ouvir aos rogos de Bartmeu. De tudo isso, percebermos a ausência do por que, ou do para que e todo um emaranhado de tentativas para nos livrar do irmão. Obviamente, saindo bem na foto!
Devo reconhecer, em tempos de uma tresloucada busca por sentido na vida, mesmo que seja através de alguns minutos de fama, de reconhecimento, de aceitação, somos bombardeados pela cultura do falar, a todo o momento, e nos tornamos em caricaturas de lábios inflacionados e vitimados pela fobia do ouvir e do olhar.
Muitos se escondem na ilusão de um evangelho incorpóreo e, por sua vez, se valem disso para não demonstrar qualquer postura de misericórdia; entretanto, o evangelho de Cristo se dirige para pessoas concretas, com histórias concretas, com problemas concretos, com expectativas concretas. Quem não se lembra do texto de João 09. 01 a 41 e vamos extrair uma sucessão de inquirições, de hipóteses levantadas, de negações veementes feitas pelos opositores de Jesus e, enfim, palavras e mais palavras lançadas ao ar e ninguém sequer parou, olhou ou ouviu o outrora cego.
Quantas vezes não agimos dessa forma, literalmente, disparamos infindáveis enfoques sobre alguém e anulamos ou ouvir, ficar quieto, presta atenção e se não tiver nada a falar, melhor sentar ao lado. Se, porventura, Deus tivesse disparado mil e uma deduções com relação a Abraão, a Davi, aos profetas (caso de Elias, na caverna) e outros homens e mulheres, conforme encontramos na revelação – viva. Evidentemente, de maneira nenhuma soergo a bandeira da banalização da Graça.
Afinal de contas, nossas decisões acarretam conseqüências e resultados.
Agora, mesmo diante das situações caóticas, encontro um Deus que bate o pé firme e não cede a tagarelice frívola e hipócrita, por onde o próximo parece ser jogado numa cisterna. Presumidamente, Jesus nos ensina a perceber o ritmo do próximo e os períodos, aos quais devemos proceder com o silêncio, o ouvir e o parar.
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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