Palavra do leitor
- 06 de novembro de 2011
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Música evangélica: A falência dos grupos e a era das carreiras solos
O histórico da música cristã brasileira registra a existência de inesquecíveis grupos: Vencedores por Cristo, Lógus, Semente, Milad, Prisma Brasil, Koynonia de Louvor, Altos louvores, Órion e muitos outros. Sempre fui apreciador das músicas interpretadas por tais grupos ou 'Conjuntos'. Cresci ouvindo canções carregadas de nobreza, espiritualidade e conteúdo poético e bíblico. Essas músicas tiveram sem dúvida uma contribuição significativa na minha formação como pessoa e cristão.
Na década de 80 (década do meu nascimento), já existia cantores evangélicos solistas como Ozéias de Paula e Marcos Antonio, mas foi somente na década de 90 (época em que passei a conhecer e apreciar música) que esta categoria (solistas) popularizou-se e se difundiu de maneira generalizada.
Na década de 60, por exemplo, Luis de Carvalho era uma das raras exceções de cantores nacionais solistas no cenário musical cristão. Muitos o consideram como o precursor dos solistas. Luis de Carvalho, sem dúvida foi e é uma figura inestimável na história da música cristã brasileira. Em sua voz grave e harmoniosa, quem já não ouviu pelo menos a conhecida música "Rosa Vermelha", divulgada em muitas rádios nas últimas décadas?
Uma das características visíveis tanto nas músicas dos grupos como dos solistas passados, era a coerência da música com a mensagem bíblica e o comprometimento desses cantores com a missão de evangelizar através da 'canção'. Em outra palavras, a música era mais ministerial do que comercial; tinha objetivo maior de apresentar a verdade de salvação em Cristo do que agradar a gostos pessoais. Talvez por isso houvesse ainda notável distinção entre música 'evangélica' e música secular. Alguns poderiam até dizer de modo negativo ou positivo: "Isso é música de crente!"
Mas, especificamente nos 90, tudo mudou e, definitivamente! Nessa época surgia cada vez mais, de todos os lados, cantores dos mais variados estilos que agradavam gostos diversificados de cada indivíduo. Um rescém convertido na igreja evangélica poderia encontrar seu antigo ídolo travestido num espécie de "sósia" trazendo a mesma voz e estilo, porém numa linguagem Gospel.
A igreja Renascer muito influenciou na difusão da música Gospel do Brasil nos últimos 20 anos. A rádio FM (dos Hernandes), notabilizou-se pela variedade de estilos musicais em suas programações que atraíam principalmente o público jovem.
Levando também em consideração o fato de que apartir dos anos 90, o cenário musical era amplamente favorável a esse ar de novidades.
Com os avanços tecnológicos desse período, o disco vinil estava no fim de produção sendo substituído posteriormente pelo CD, que era a novidade do momento. Apresentando vantagens incomparáveis como a qualidade de áudio; encartes contendo todas as músicas impressas; e a libertação da antigo lado A e B entre outras..., a música evangélica tinha todos os recursos disponíveis para tornar-se ainda mais conhecida. As gravadoras Gospel pegaram a ponga da novidade tecnológica e investiram na produção. Muitos Jovens cantores talentosos, que sonhavam em viver da música abraçaram as oportunidades do momento. O "louvor" ( a palavra significa muito mais que "cântico") cedera lugar ao Show. Muitos "Levitas" passaram a ser ídolos.
Uma coisa bonita que sempre admirei nos Grupos foi a comunhão, o espirito de fraternidade, a centralidade de Cristo nas canções e a perceptível ausência de rivalidades e disputa (com exceções).
Já na música solo é notória tendência do cantor envaidecer-se em razão de ser o centro das atenções e ser tentado a nutrir um narcisismo e um estilo musical e artístico voltado para a gratificação pessoal. Quando um cantor grava um clip, muitas vezes há um exagerado foco na sua imagem. O sujeito canta uma estrofe com diversas roupas diferentes e uma ênfase desnecessária no seu rosto e figurino. Num clip, a música em si, não é o principal.
Gosto de rever discos antigos de grupos como Logos e VPC (Salmos), por exemplo, que não priorizavam a imagen de seus integrantes, mas de belas paisagens naturais. Não há problema algum em se colocar fotos das pessoas, não seria injusto. Mas é impressionante ver em simples atos a confirmação de gestos abnegados de pessoas que optam por diminuirem-se cada vez mais para glorificarem a Deus.
Dificilmente os Grupos perpetuariam-se. De uma maneira ou de outra os tempos modernos os ameaçariam. Os Grupos sempre existiram com muito sacrifício. Os componentes dos mesmos estavam muitas vezes provisoriamente até se formarem na Faculdade, casarem... mudarem de cidade... Muitos fatores comprometiam a permanência deles ou mesmo continuidade. Isso explica as constantes mudanças dos integrantes na história de todos os grupos. Nunca foi fácil manter uma equipe mesmo profissionalmente.
Saudade de belas músicas do passado. Que pena a deterioração dos grupos! Triste contemplar a pobreza e vazio de muitas músicas meramente comerciais dominantes em nosso tempo. Nostalgia por certas canções é meu transe e mantra!
Na década de 80 (década do meu nascimento), já existia cantores evangélicos solistas como Ozéias de Paula e Marcos Antonio, mas foi somente na década de 90 (época em que passei a conhecer e apreciar música) que esta categoria (solistas) popularizou-se e se difundiu de maneira generalizada.
Na década de 60, por exemplo, Luis de Carvalho era uma das raras exceções de cantores nacionais solistas no cenário musical cristão. Muitos o consideram como o precursor dos solistas. Luis de Carvalho, sem dúvida foi e é uma figura inestimável na história da música cristã brasileira. Em sua voz grave e harmoniosa, quem já não ouviu pelo menos a conhecida música "Rosa Vermelha", divulgada em muitas rádios nas últimas décadas?
Uma das características visíveis tanto nas músicas dos grupos como dos solistas passados, era a coerência da música com a mensagem bíblica e o comprometimento desses cantores com a missão de evangelizar através da 'canção'. Em outra palavras, a música era mais ministerial do que comercial; tinha objetivo maior de apresentar a verdade de salvação em Cristo do que agradar a gostos pessoais. Talvez por isso houvesse ainda notável distinção entre música 'evangélica' e música secular. Alguns poderiam até dizer de modo negativo ou positivo: "Isso é música de crente!"
Mas, especificamente nos 90, tudo mudou e, definitivamente! Nessa época surgia cada vez mais, de todos os lados, cantores dos mais variados estilos que agradavam gostos diversificados de cada indivíduo. Um rescém convertido na igreja evangélica poderia encontrar seu antigo ídolo travestido num espécie de "sósia" trazendo a mesma voz e estilo, porém numa linguagem Gospel.
A igreja Renascer muito influenciou na difusão da música Gospel do Brasil nos últimos 20 anos. A rádio FM (dos Hernandes), notabilizou-se pela variedade de estilos musicais em suas programações que atraíam principalmente o público jovem.
Levando também em consideração o fato de que apartir dos anos 90, o cenário musical era amplamente favorável a esse ar de novidades.
Com os avanços tecnológicos desse período, o disco vinil estava no fim de produção sendo substituído posteriormente pelo CD, que era a novidade do momento. Apresentando vantagens incomparáveis como a qualidade de áudio; encartes contendo todas as músicas impressas; e a libertação da antigo lado A e B entre outras..., a música evangélica tinha todos os recursos disponíveis para tornar-se ainda mais conhecida. As gravadoras Gospel pegaram a ponga da novidade tecnológica e investiram na produção. Muitos Jovens cantores talentosos, que sonhavam em viver da música abraçaram as oportunidades do momento. O "louvor" ( a palavra significa muito mais que "cântico") cedera lugar ao Show. Muitos "Levitas" passaram a ser ídolos.
Uma coisa bonita que sempre admirei nos Grupos foi a comunhão, o espirito de fraternidade, a centralidade de Cristo nas canções e a perceptível ausência de rivalidades e disputa (com exceções).
Já na música solo é notória tendência do cantor envaidecer-se em razão de ser o centro das atenções e ser tentado a nutrir um narcisismo e um estilo musical e artístico voltado para a gratificação pessoal. Quando um cantor grava um clip, muitas vezes há um exagerado foco na sua imagem. O sujeito canta uma estrofe com diversas roupas diferentes e uma ênfase desnecessária no seu rosto e figurino. Num clip, a música em si, não é o principal.
Gosto de rever discos antigos de grupos como Logos e VPC (Salmos), por exemplo, que não priorizavam a imagen de seus integrantes, mas de belas paisagens naturais. Não há problema algum em se colocar fotos das pessoas, não seria injusto. Mas é impressionante ver em simples atos a confirmação de gestos abnegados de pessoas que optam por diminuirem-se cada vez mais para glorificarem a Deus.
Dificilmente os Grupos perpetuariam-se. De uma maneira ou de outra os tempos modernos os ameaçariam. Os Grupos sempre existiram com muito sacrifício. Os componentes dos mesmos estavam muitas vezes provisoriamente até se formarem na Faculdade, casarem... mudarem de cidade... Muitos fatores comprometiam a permanência deles ou mesmo continuidade. Isso explica as constantes mudanças dos integrantes na história de todos os grupos. Nunca foi fácil manter uma equipe mesmo profissionalmente.
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