Palavra do leitor
- 26 de janeiro de 2011
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Mordomia ambiental em questão
E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. Pronto, está dada biblicamente a base para a nossa responsabilidade perante o meio ambiente.
Perante essa assertiva, não há mais necessidade de se provar o ensinamento bíblico da mordomia ambiental. Tal mandamento implica numa ética cristã estabelecida por Deus que visa a médio e longo prazo benefícios psíquicos, espirituais e orgânicos.
Portanto, a questão ambiental não é responsabilidade somente de políticos, de ONGs ou de indústrias. Temos um papel bíblico definido de responsabilidade ambiental perante todo fruto da criação sob a face da Terra.
O meio-ambiente e a saúde integral do homem
A Psicologia Ambiental é uma disciplina relativamente nova que estuda as relações que o homem estabelece com o meio ambiente e também analisa as influências psíquicas oriundas dessa relação.
Meio ambiente para a Psicologia Ambiental é o espaço onde se dão as relações sociais. Pode ser micro como o espaço arquitetônico, médio como a cidade e macro como o meio ambiente natural, ou ecossistema.
A Psicologia Ambiental apresenta alguns princípios básicos da relação homem-meio que precisam ser sabidos por um cristão que se pretende mordomo da revelação geral. Segundo alguns critérios didáticos específicos apresentam-se alguns.
O primeiro princípio aponta a total integração entre o homem e o meio físico e social. Isso significa que somos seres viventes, conforme Gn 2:7, em completa harmonia com o ambiente e somos partes integradas ao meio ambiente e não estamos separados dele.
O segundo princípio diz que o meio ambiente deve ser entendido sempre como o espaço criado e modificado pelo homem para realizar suas ações sociais, que por sua vez, sofrem influência do resultado dessa própria modificação ambiental.
O meio ambiente só pode ser estudado na sua relação com o homem que compõe a estrutura do meio em que habita. A ação econômica do homem modifica o ambiente e por conseguinte o homem é modificado.
Um terceiro princípio apregoa que a saúde psíquica depende da qualidade do meio e vice-versa. Ou seja, a qualidade de vida do ser humano está intimamente atrelada à qualidade ambiental. Essa qualidade de vida é naturalmente a psíquica, a orgânica e também a espiritual.
Em quarto lugar, o ambiente estimula inconscientemente o indivíduo através da percepção e das sensações. Ou seja, há variações de humor relacionadas ao espaço físico. Percepções de senso estético e sensação de conforto geram um bem-estar psíquico com profundas influências no comportamento e na atitude humana.
Como exemplo, citamos a relação que há entre dias chuvosos ou ensolarados e o humor de algumas pessoas. Uma cidade barulhenta e poluída gera estresse. Já um ambiente interiorano proporciona paz de espírito e leveza.
Essa percepção do homem relacionada ao meio não se refere somente ao espaço físico em si. A apresentação das pessoas compõe e modifica o ambiente. As pessoas fazem parte dos elementos que o constituem. Esse é o quinto princípio.
Isso significa que o homem julga o meio ambiente considerando também as pessoas que nele habitam. A partir dos seus elementos constituintes e da nossa percepção, o ambiente porta uma identidade específica. Criamos um julgamento do meio a partir dessa identidade. É com esse julgamento inconsciente que o homem estabelece a sua interação socioambiental.
O último princípio demonstra que a transformação sofrida pelo meio ambiente pode viabilizar ou inviabilizar o atendimento das necessidades do homem, o que pode ser decisivo para sua saúde e para seu bem estar no ecossistema.
Ou seja, para haver continuidade saudável da existência humana, é preciso sustentabilidade, que seria o uso racional dos recursos para a renovação ótima em tempo hábil de recuperação para novo uso.
Em defesa de um suporte teológico para mordomia ambiental
A questão ambiental não estava na ordem do dia dos primeiros Batistas organizados em Santa Bárbara do Oeste por volta de 1867, mas pra nós deste século esse engajamento é mais do que uma necessidade.
Cientifica e socialmente temos argumentos de sobra que determinam nossas ações. Contudo, no debate do tema, precisamos ainda desenvolver bases teológicas conclusivas para o suporte da mordomia ambiental. Na tentativa de lançar o debate, apresentam-se algumas iluminações.
Uma primeira tese é que há benefícios espirituais oriundos do cuidado com o meio. O homem habita o espaço através do templo do espírito. Conseqüentemente, não podemos negar que o templo do espírito sofre influência direta do meio ambiente produzido pelo homem nas suas.
Texto Publicado na Revista Casal Feliz da Convenção Batista Brasileira em Dez/2010
Marcelo Quirino
Psicólogo Clínico/UFRJ
Docente do Seminário Teológico Batista de Duque de Caxias
Perante essa assertiva, não há mais necessidade de se provar o ensinamento bíblico da mordomia ambiental. Tal mandamento implica numa ética cristã estabelecida por Deus que visa a médio e longo prazo benefícios psíquicos, espirituais e orgânicos.
Portanto, a questão ambiental não é responsabilidade somente de políticos, de ONGs ou de indústrias. Temos um papel bíblico definido de responsabilidade ambiental perante todo fruto da criação sob a face da Terra.
O meio-ambiente e a saúde integral do homem
A Psicologia Ambiental é uma disciplina relativamente nova que estuda as relações que o homem estabelece com o meio ambiente e também analisa as influências psíquicas oriundas dessa relação.
Meio ambiente para a Psicologia Ambiental é o espaço onde se dão as relações sociais. Pode ser micro como o espaço arquitetônico, médio como a cidade e macro como o meio ambiente natural, ou ecossistema.
A Psicologia Ambiental apresenta alguns princípios básicos da relação homem-meio que precisam ser sabidos por um cristão que se pretende mordomo da revelação geral. Segundo alguns critérios didáticos específicos apresentam-se alguns.
O primeiro princípio aponta a total integração entre o homem e o meio físico e social. Isso significa que somos seres viventes, conforme Gn 2:7, em completa harmonia com o ambiente e somos partes integradas ao meio ambiente e não estamos separados dele.
O segundo princípio diz que o meio ambiente deve ser entendido sempre como o espaço criado e modificado pelo homem para realizar suas ações sociais, que por sua vez, sofrem influência do resultado dessa própria modificação ambiental.
O meio ambiente só pode ser estudado na sua relação com o homem que compõe a estrutura do meio em que habita. A ação econômica do homem modifica o ambiente e por conseguinte o homem é modificado.
Um terceiro princípio apregoa que a saúde psíquica depende da qualidade do meio e vice-versa. Ou seja, a qualidade de vida do ser humano está intimamente atrelada à qualidade ambiental. Essa qualidade de vida é naturalmente a psíquica, a orgânica e também a espiritual.
Em quarto lugar, o ambiente estimula inconscientemente o indivíduo através da percepção e das sensações. Ou seja, há variações de humor relacionadas ao espaço físico. Percepções de senso estético e sensação de conforto geram um bem-estar psíquico com profundas influências no comportamento e na atitude humana.
Como exemplo, citamos a relação que há entre dias chuvosos ou ensolarados e o humor de algumas pessoas. Uma cidade barulhenta e poluída gera estresse. Já um ambiente interiorano proporciona paz de espírito e leveza.
Essa percepção do homem relacionada ao meio não se refere somente ao espaço físico em si. A apresentação das pessoas compõe e modifica o ambiente. As pessoas fazem parte dos elementos que o constituem. Esse é o quinto princípio.
Isso significa que o homem julga o meio ambiente considerando também as pessoas que nele habitam. A partir dos seus elementos constituintes e da nossa percepção, o ambiente porta uma identidade específica. Criamos um julgamento do meio a partir dessa identidade. É com esse julgamento inconsciente que o homem estabelece a sua interação socioambiental.
O último princípio demonstra que a transformação sofrida pelo meio ambiente pode viabilizar ou inviabilizar o atendimento das necessidades do homem, o que pode ser decisivo para sua saúde e para seu bem estar no ecossistema.
Ou seja, para haver continuidade saudável da existência humana, é preciso sustentabilidade, que seria o uso racional dos recursos para a renovação ótima em tempo hábil de recuperação para novo uso.
Em defesa de um suporte teológico para mordomia ambiental
A questão ambiental não estava na ordem do dia dos primeiros Batistas organizados em Santa Bárbara do Oeste por volta de 1867, mas pra nós deste século esse engajamento é mais do que uma necessidade.
Cientifica e socialmente temos argumentos de sobra que determinam nossas ações. Contudo, no debate do tema, precisamos ainda desenvolver bases teológicas conclusivas para o suporte da mordomia ambiental. Na tentativa de lançar o debate, apresentam-se algumas iluminações.
Uma primeira tese é que há benefícios espirituais oriundos do cuidado com o meio. O homem habita o espaço através do templo do espírito. Conseqüentemente, não podemos negar que o templo do espírito sofre influência direta do meio ambiente produzido pelo homem nas suas.
Texto Publicado na Revista Casal Feliz da Convenção Batista Brasileira em Dez/2010
Marcelo Quirino
Psicólogo Clínico/UFRJ
Docente do Seminário Teológico Batista de Duque de Caxias
Os artigos e comentários publicados na seção Palavra do Leitor são de única e exclusiva responsabilidade
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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