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Palavra do leitor

Meus devaneios

Esta foi uma das primeiras palavras difíceis que eu aprendi. Foi naquele tempo em que eu ameaçava me embrenhar pelos caminhos das letras. Eu era pouco mais que um adolescente imberbe e sem jeito de homem, mas já "falava grosso". Devaneio, para mim foi um "devaneio", eu ficava repetindo enquanto escrevia: "Devaneio, devaneio, devaneio..." E enquanto repetia eu me via poeta, um devaneio em pessoa. Eu nem sabia o significado dessa palavra, mas já a amava, repetia e recitava. Fiz até uma poesia com esse título. Depois descobri que devaneio é uma espécie de sonho mais do que um simples sonho. Devaneio é sonhar acordado e é o que eu mais fiz a vida toda. A roça foi a minha escola, os pés de café foram a minha sala de aula, o carvão do fogão a lenha foi o meu giz e qualquer lugar me servia de lousa. Ali, naquele ambiente muitas vezes hostil nascia alguém que ia escrever milhares de poemas, textos e crônicas. Naquele tempo era tudo um simples devaneio. Sonho de adolescente que não tinha dinheiro e mal tinha o que vestir e o que comer. Hoje, tudo continua sendo um devaneio e quando eu me for desta vou devanear em outro lugar.

Gosto dessas lembranças que veem à minha mente como um sopro de vida me dando a possibilidade de voltar no tempo, andar naqueles trilhos da roça de milho, correr sem me cansar, sorrir e às vezes chorar. Hoje está tudo tão diferente! Hoje estou doente, mas não estou acamado, fui apanhado por uma virose que brinca matando e mata brincando. Doencinha chata que tira o apetite, irrita a garganta, dá uma moleza no corpo e a gente só pensa em deitar. Por esse motivo estou um pouco ausente dessa página que eu amo, pois me dá a possibilidade de fazer o que eu mais gosto que é escrever. Espero continuar e terminar esse texto sobre Devaneio, tema este que me veio enquanto eu devaneava. Devaneio, segundo o Google, é sinônimo de sonho, fantasia, imaginação, ilusão, invenção, quimera... Devaneio é o que mais existe na vida, independente da idade da pessoa. Quando a gente está doente geralmente se chora mais e se penitencia de algumas coisas e uma das coisas que mais me tocam agora é lembrar que eu deixava a minha jovem esposa sozinha e ia viajar. Hoje eu jamais faria isto. Mas naqueles tempo eu saía para devanear por aí, apenas passear, mas hoje entendo aquilo como uma loucura. Hoje imagino ela em casa sozinha à noite, talvez contando as horas para me ver de volta enquanto eu viajava e às vezes nem lembrava dela. Sei que isto são coisas da idade, reflexos da juventude. Eu não fazia nada errado, só queria viajar um pouco, rever uns parentes, passear um pouco. Minha cabeça era outra, eu viajava e mal pensava nela, hoje eu me arrependo dessa loucura que eu fiz.

A vida é cheia de devaneios. O mundo é um poço de ilusões, um caldeirão de paixões, algumas desenfreadas. Hoje estou doente e uma pessoa assim não viaja, não passeia e quase não se alimenta. A pessoa assim vive pela metade, sem ânimo até para caminhar. Dizem que virose passa rápido, dura menos de uma semana. Mas será que eu estou só "só com virose?". A impressão minha é que não vou mais voltar ao normal. Isso que estou escrevendo está sendo um desafio bem grande. Quem escreve sabe que temos de ter vários recursos, sobretudo a inspiração que é como espremer um limão, mas, e se esse limão não tiver caldo? Sinto que o meu "limão" ainda está em boas condições, os assuntos ainda fluem e me dão essa condição. A vida é um devaneio, aqui a gente encontra de tudo. Uma das coisa que mais me deixam pensativo é como um País pode criar um vírus, se enriquecer com ele, exportar esse vírus para outros países e ainda ver esses países tendo prejuízos enormes e alguns se tornando reféns do capricho desse País e ninguém contestar ou contextualizar isto? Gostaria de viver mais uns 20 anos para ver em que vai dar tudo isto. Por enquanto vou ficando por aqui só com os meus devaneios.
Mogi Guaçu - SP
Textos publicados: 606 [ver]

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