Palavra do leitor
- 14 de maio de 2021
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Mesmice
"O que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há, pois, novo debaixo do sol. Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Não! Já foi nos séculos que foram antes de nós." (Ec 1.9-10)
Nada mais velho que a notícias dos jornais. O que aconteceu no início da humanidade é o que acontece hoje e segue acontecendo.
Matou, roubou, assaltou é a tônica das páginas policiais dos jornais dirigidos aos pobres. Para os ricos: peculato, ‘suspeita’ de corrupção, evasão de divisas, falsidade ideológica, ‘teria sido’ o mandante. Na essência, tais jornais veiculam as mesmas coisas que ocorreram aos nossos avós e aos avós dos vovôs. Nada diferente dos tempos de Caim e Abel. Nada novo no velho horizonte da sandice humana.
Na política, interna e externa, os jornais anunciam golpes e contragolpes, alianças e guerras, ameaças e blefes. Partidos e ideários repetem as velhas promessas que não se cumprem. Espionagens e contraespionagens há na política internacional; na nacional, bisbilhotam e arapongam. Qual a diferença na essência? Injúrias, calúnias, agressões verbais são vistas ante às eleições. Em síntese, é a velha luta pelo poder e o antigo desejo de dominação. Assim, nada novo há no cenário político.
Os jornais econômicos seguem a milenar tônica: ter é tudo. E ensinam a antiga fórmula: compre por x, venda por x+y, abata os custos e lucre z e enriqueça. Ou, produza mais gastando menos, ainda que seja pagando menos e arrancando mais. Ou, entre no mercado e faça sua aposta, pois, nessa praça, os espertos enriquecem à custa de apostas enganadas pelo sonho do dinheiro fácil. Assim segue a velha economia: fomentando a primitiva gula humana de ter. E tanto a fomenta, que quanto mais se tem mais se deseja ter, de forma que, em economia, nem o céu é o limite. Em termos do ter, limites não há. Portanto, no palco econômico os papéis se repetem desde Adão. Nada é novo no velho campo da ganância humana.
Nas colunas sociais, se repetem: casou, separou, morreu, nasceu, fez festa, viajou. O velho ciclo sempre retorna e à custa de uma roupagem diferente quer se renovar, mas segue o mesmo. Celebridades, socialites, ídolos: todos sobrevivem às custas das recorrentes e insistentes e teimosas curiosidade e inveja e maledicência humanas. Casam-se e dão-se em casamento; procriam e separam e bisbilhotam e tornam a se casar e a fazer festas. No plano das relações sociais tudo retorna ao que já fora; o pano de fundo é o mesmo; motivações, meios e fins são como sempre foram.
E quando meus olhos se voltam para ver o que há sob o céu da família, foco a política, a economia, as relações familiares e vejo o mesmo sob esse sol. Marido luta para dominar a esposa e a esposa pensa que o feminismo é arma nova na velha guerra dos sexos. A economia doméstica segue a mesma, marido e mulher se juntam para juntar dinheiro e quanto o juntam, ou mesmo antes, lutam por ele. Assim, no universo familiar, as relações em pouco ou nada diferem daquelas que presidem o contexto político: muita promessa, pouca realização; muito sonho, pouca concretização. Dessa forma, segue a família na mesmice de sempre e das demais áreas. É a repetição da repetição, a mesmice do mesmo ciclo.
E ao me debruçar sobre a economia da política ou sobre a política e economia das relações humanas, vejo o mesmo. Vejo a repetição da repetição da repetição dos meios, dos fins, das causas.
A vestimenta vem como nova, mas quem a veste é o velho homem. O invólucro é muito atraente ao ancestral ego humano. Os odres parecem novos, mas os conteúdos, vistos de perto, são velhos e putrefeitos.
Por isso deixei de ouvir e ver telejornais e ler notícias. Não só em função da mesmice, mas especialmente pela dor provocada pela constante e reiterada insensatez humana. E, pior, nela me vejo. E isso me dói ainda mais.
O homem segue o homem de sempre. E, pelo ciclo da carruagem, continuará a ser o velho e mesmo homem, até que se deixe se converter em nova criatura por e em Cristo. Aí sim, tudo se fará novo. Homem e natureza, céus e terra serão regenerados em Jesus.
Novidade mesmo, só a volta de Cristo. Porém, essa também, foi há muito anunciada. Mas, quando ele vier, tudo se fará novo.
"Quem está unido com Cristo é uma nova pessoa; acabou-se o que era velho, e já chegou o que é novo" (2Co 5:17).
"Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos, a serem renovados no modo de pensar e a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade" (Ef 4:22-24).
Irmão Adão, esse é o texto que iniciei em sua casa. Ali recebi do Senhor algo que há muito busco: um melhor entendimento do que ocorre debaixo do sol. E depois de lapidado o que me foi doado, surge o presente que recebi, o qual dedico a você que tem ombreado comigo a carreira cristã. Muito me honra chamá-lo irmão.
Nada mais velho que a notícias dos jornais. O que aconteceu no início da humanidade é o que acontece hoje e segue acontecendo.
Matou, roubou, assaltou é a tônica das páginas policiais dos jornais dirigidos aos pobres. Para os ricos: peculato, ‘suspeita’ de corrupção, evasão de divisas, falsidade ideológica, ‘teria sido’ o mandante. Na essência, tais jornais veiculam as mesmas coisas que ocorreram aos nossos avós e aos avós dos vovôs. Nada diferente dos tempos de Caim e Abel. Nada novo no velho horizonte da sandice humana.
Na política, interna e externa, os jornais anunciam golpes e contragolpes, alianças e guerras, ameaças e blefes. Partidos e ideários repetem as velhas promessas que não se cumprem. Espionagens e contraespionagens há na política internacional; na nacional, bisbilhotam e arapongam. Qual a diferença na essência? Injúrias, calúnias, agressões verbais são vistas ante às eleições. Em síntese, é a velha luta pelo poder e o antigo desejo de dominação. Assim, nada novo há no cenário político.
Os jornais econômicos seguem a milenar tônica: ter é tudo. E ensinam a antiga fórmula: compre por x, venda por x+y, abata os custos e lucre z e enriqueça. Ou, produza mais gastando menos, ainda que seja pagando menos e arrancando mais. Ou, entre no mercado e faça sua aposta, pois, nessa praça, os espertos enriquecem à custa de apostas enganadas pelo sonho do dinheiro fácil. Assim segue a velha economia: fomentando a primitiva gula humana de ter. E tanto a fomenta, que quanto mais se tem mais se deseja ter, de forma que, em economia, nem o céu é o limite. Em termos do ter, limites não há. Portanto, no palco econômico os papéis se repetem desde Adão. Nada é novo no velho campo da ganância humana.
Nas colunas sociais, se repetem: casou, separou, morreu, nasceu, fez festa, viajou. O velho ciclo sempre retorna e à custa de uma roupagem diferente quer se renovar, mas segue o mesmo. Celebridades, socialites, ídolos: todos sobrevivem às custas das recorrentes e insistentes e teimosas curiosidade e inveja e maledicência humanas. Casam-se e dão-se em casamento; procriam e separam e bisbilhotam e tornam a se casar e a fazer festas. No plano das relações sociais tudo retorna ao que já fora; o pano de fundo é o mesmo; motivações, meios e fins são como sempre foram.
E quando meus olhos se voltam para ver o que há sob o céu da família, foco a política, a economia, as relações familiares e vejo o mesmo sob esse sol. Marido luta para dominar a esposa e a esposa pensa que o feminismo é arma nova na velha guerra dos sexos. A economia doméstica segue a mesma, marido e mulher se juntam para juntar dinheiro e quanto o juntam, ou mesmo antes, lutam por ele. Assim, no universo familiar, as relações em pouco ou nada diferem daquelas que presidem o contexto político: muita promessa, pouca realização; muito sonho, pouca concretização. Dessa forma, segue a família na mesmice de sempre e das demais áreas. É a repetição da repetição, a mesmice do mesmo ciclo.
E ao me debruçar sobre a economia da política ou sobre a política e economia das relações humanas, vejo o mesmo. Vejo a repetição da repetição da repetição dos meios, dos fins, das causas.
A vestimenta vem como nova, mas quem a veste é o velho homem. O invólucro é muito atraente ao ancestral ego humano. Os odres parecem novos, mas os conteúdos, vistos de perto, são velhos e putrefeitos.
Por isso deixei de ouvir e ver telejornais e ler notícias. Não só em função da mesmice, mas especialmente pela dor provocada pela constante e reiterada insensatez humana. E, pior, nela me vejo. E isso me dói ainda mais.
O homem segue o homem de sempre. E, pelo ciclo da carruagem, continuará a ser o velho e mesmo homem, até que se deixe se converter em nova criatura por e em Cristo. Aí sim, tudo se fará novo. Homem e natureza, céus e terra serão regenerados em Jesus.
Novidade mesmo, só a volta de Cristo. Porém, essa também, foi há muito anunciada. Mas, quando ele vier, tudo se fará novo.
"Quem está unido com Cristo é uma nova pessoa; acabou-se o que era velho, e já chegou o que é novo" (2Co 5:17).
"Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos, a serem renovados no modo de pensar e a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade" (Ef 4:22-24).
Irmão Adão, esse é o texto que iniciei em sua casa. Ali recebi do Senhor algo que há muito busco: um melhor entendimento do que ocorre debaixo do sol. E depois de lapidado o que me foi doado, surge o presente que recebi, o qual dedico a você que tem ombreado comigo a carreira cristã. Muito me honra chamá-lo irmão.
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