Palavra do leitor
- 27 de julho de 2009
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Mentiras que cantamos por aí
Mais grave que as bobagens que cantamos por aí são as mentiras que me surpreendo cantando (contando) pra Deus. É tanta música sem pé nem cabeça! E lá vou eu à palhaço de circo atrás do "trio elétrico gospel" parecendo um estúpido seguidor de bloco carnavalesco. Não presto atenção e canto.
Canto, sem pensar canto. Mas a irmã Lice Cabral me escreveu por ocasião do: "Bobagens que cantamos por aí." E tocou no assunto, as mentiras que os crentes cantam por aí.
Então vejamos, "Abro mão dos meus sonhos..." Será? Deixo qualquer coisa pra seguir o Senhor? Eu deixo meu emprego dos sonhos e a minha namorada estonteante por entender que ambos me põem em rota de colisão com o meu Deus?
Nada contra os empregos dos sonhos nem contra as namoradas estonteantes, que bom se tiver as duas coisas! Sejamos sérios.
Eu ando meio cismado, cantando pouco, pensando muito. Não citaremos nomes de “pop-star-gospel”; sequer imaginam o furdunço que deu! Os fã-clubes entulharam minha caixa postal com e-mails desaforados, saíram em defesa dos seus ídolos com fúria, e um repertório nada invejável de expressões chulas.
Nunca poderia imaginar que o culto aos ídolos-crentes fosse tão doentio; até que eu não sou crente eles falaram, e olha que a única certeza que tenho na vida é que sou crente em Jesus. Se me tirarem isso, morrer é melhor. Sem dramas, me diverti com as asneiras que escreveram; diverti-me e depois me deprimi.
Cheguei a perguntar a alguns (respondi a alguns, tal o nível baixo das expressões) se os seus respectivos pastores estavam a par da veneração beata e romeira com que cultuam os humanos que cantam! Mas não posso responder a isso, confio nos pastores que confiam em Deus pra encher suas igrejas e abençoar seus rebanhos.
Então vamos lá: “Abro mão da minha vida...!” O que exatamente o compositor tem em mente? Uma nova leva de mártires? Iria o animado crente pra Índia? Estão matando os missionários lá, queimando igrejas; quebraram o projetor e sumiram com o filme “Jesus” de uns amigos meus. Dispõe-se a morrer por Cristo, ou é só simples e inútil metáfora?
“E não há na Terra a quem eu queira mais que a Ti... Eu estou disposto a morrer por Ti... E o sacrifício sou eu... Abro mão dos meus sonhos, abro mão dos meus planos, abro mão da minha vida por Ti... Abro mão dos prazeres e das minhas vontades, abro mão das riquezas por Ti...” Ufa!
São afirmações pra lá de sérias. Entendo que cada salmo composto por Davi (especificamente Davi) era consequência direta da sua vida com Deus. Davi nãos compôs salmos de olho no mercado devocional em alta; traduziu belissimamente cada momento feliz ou desgraçado que viveu densa e intensamente na presença d’Aquele que a ele referiu-se como a menina dos Seus olhos.
Atentemos para os afirmativos, sou mesmo crente o bastante pra cantar tudo
isso sem medo de passar por hipócrita? E se, só “e se” Deus resolvesse tirar a limpo esses rompantes de cega fidelidade? O que sobraria?
Minha vida não me permite cantar assim; fraco demais, fútil até, faço tão aquém do necessário! As palavras do Senhor em Lucas 17: 10 remetem-me a real perspectiva daquilo que sou pra Deus, que me conhece pra dedéu e não se fia em meus arroubos de abnegação. Ele sabe o quanto amo o que faço: missionário de um centro de recuperação de mendigos.
Mas que não me envergonho em sonhar com uma pequenina e acolhedora igreja na periferia, pra pastorear e criar as filhas. Sou pai solteiro.
Alguém, escrevendo a respeito daqueles dois jovens moravianos que se venderam como escravos para entrarem numa ilha e evangelizar escravos, disse: “Os moravianos não oravam por aquilo que não estavam dispostos a ser a resposta.” Ou seja, se oravam pedindo obreiros, estavam dispostos a serem enviados como obreiros, se oravam por recursos, estavam dispostos a aplicar os seus próprios recursos.
Certamente muitos há que cantam e arcam com os desdobramentos das afirmações daquilo que cantam, no mundo espiritual; quanto a mim, vou aprender uma música do Asaph Borba, cantada pela Ísis Regina, que diz assim: “Ensina-me amar, mesmo quando só há ódio ao meu redor. Ensina-me a dar, mesmo quando não há nada a receber. Ensina-me a aceitar tudo quanto tens preparado para mim. Confiando que tudo está nas Tuas mãos, e que tudo vem de Ti Jesus. Ensina-me a adorar mesmo quando há pranto em meu coração; também a perdoar, como a mim tens revelado o Teu perdão. E que eu possa ter mais sede de Te conhecer melhor, cada dia mais vontade de estar ao Teu redor, escutando Teu falar, sentindo Teu amor, vivendo junto a Ti, Senhor.” Aleluia! Isso eu posso cantar!
E com essa música eu declaro: nunca mais sentirei inveja dos irmãos católicos e sua incomparável oração de São Francisco de Assis. Valeu Asaph!
Aos fã-clubes de humanos que cantam: NUNCA É PESSOAL.
(ex-interno do centro de recuperação de mendigos – Missão Vida)
www.mvida.org.br Conheça-nos!
www.sola-scriptura.com Visite!
Canto, sem pensar canto. Mas a irmã Lice Cabral me escreveu por ocasião do: "Bobagens que cantamos por aí." E tocou no assunto, as mentiras que os crentes cantam por aí.
Então vejamos, "Abro mão dos meus sonhos..." Será? Deixo qualquer coisa pra seguir o Senhor? Eu deixo meu emprego dos sonhos e a minha namorada estonteante por entender que ambos me põem em rota de colisão com o meu Deus?
Nada contra os empregos dos sonhos nem contra as namoradas estonteantes, que bom se tiver as duas coisas! Sejamos sérios.
Eu ando meio cismado, cantando pouco, pensando muito. Não citaremos nomes de “pop-star-gospel”; sequer imaginam o furdunço que deu! Os fã-clubes entulharam minha caixa postal com e-mails desaforados, saíram em defesa dos seus ídolos com fúria, e um repertório nada invejável de expressões chulas.
Nunca poderia imaginar que o culto aos ídolos-crentes fosse tão doentio; até que eu não sou crente eles falaram, e olha que a única certeza que tenho na vida é que sou crente em Jesus. Se me tirarem isso, morrer é melhor. Sem dramas, me diverti com as asneiras que escreveram; diverti-me e depois me deprimi.
Cheguei a perguntar a alguns (respondi a alguns, tal o nível baixo das expressões) se os seus respectivos pastores estavam a par da veneração beata e romeira com que cultuam os humanos que cantam! Mas não posso responder a isso, confio nos pastores que confiam em Deus pra encher suas igrejas e abençoar seus rebanhos.
Então vamos lá: “Abro mão da minha vida...!” O que exatamente o compositor tem em mente? Uma nova leva de mártires? Iria o animado crente pra Índia? Estão matando os missionários lá, queimando igrejas; quebraram o projetor e sumiram com o filme “Jesus” de uns amigos meus. Dispõe-se a morrer por Cristo, ou é só simples e inútil metáfora?
“E não há na Terra a quem eu queira mais que a Ti... Eu estou disposto a morrer por Ti... E o sacrifício sou eu... Abro mão dos meus sonhos, abro mão dos meus planos, abro mão da minha vida por Ti... Abro mão dos prazeres e das minhas vontades, abro mão das riquezas por Ti...” Ufa!
São afirmações pra lá de sérias. Entendo que cada salmo composto por Davi (especificamente Davi) era consequência direta da sua vida com Deus. Davi nãos compôs salmos de olho no mercado devocional em alta; traduziu belissimamente cada momento feliz ou desgraçado que viveu densa e intensamente na presença d’Aquele que a ele referiu-se como a menina dos Seus olhos.
Atentemos para os afirmativos, sou mesmo crente o bastante pra cantar tudo
isso sem medo de passar por hipócrita? E se, só “e se” Deus resolvesse tirar a limpo esses rompantes de cega fidelidade? O que sobraria?
Minha vida não me permite cantar assim; fraco demais, fútil até, faço tão aquém do necessário! As palavras do Senhor em Lucas 17: 10 remetem-me a real perspectiva daquilo que sou pra Deus, que me conhece pra dedéu e não se fia em meus arroubos de abnegação. Ele sabe o quanto amo o que faço: missionário de um centro de recuperação de mendigos.
Mas que não me envergonho em sonhar com uma pequenina e acolhedora igreja na periferia, pra pastorear e criar as filhas. Sou pai solteiro.
Alguém, escrevendo a respeito daqueles dois jovens moravianos que se venderam como escravos para entrarem numa ilha e evangelizar escravos, disse: “Os moravianos não oravam por aquilo que não estavam dispostos a ser a resposta.” Ou seja, se oravam pedindo obreiros, estavam dispostos a serem enviados como obreiros, se oravam por recursos, estavam dispostos a aplicar os seus próprios recursos.
Certamente muitos há que cantam e arcam com os desdobramentos das afirmações daquilo que cantam, no mundo espiritual; quanto a mim, vou aprender uma música do Asaph Borba, cantada pela Ísis Regina, que diz assim: “Ensina-me amar, mesmo quando só há ódio ao meu redor. Ensina-me a dar, mesmo quando não há nada a receber. Ensina-me a aceitar tudo quanto tens preparado para mim. Confiando que tudo está nas Tuas mãos, e que tudo vem de Ti Jesus. Ensina-me a adorar mesmo quando há pranto em meu coração; também a perdoar, como a mim tens revelado o Teu perdão. E que eu possa ter mais sede de Te conhecer melhor, cada dia mais vontade de estar ao Teu redor, escutando Teu falar, sentindo Teu amor, vivendo junto a Ti, Senhor.” Aleluia! Isso eu posso cantar!
E com essa música eu declaro: nunca mais sentirei inveja dos irmãos católicos e sua incomparável oração de São Francisco de Assis. Valeu Asaph!
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