Palavra do leitor
- 28 de junho de 2011
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Mendigos, esperança e glória
O tempo curto nos envolve nas mais variadas tarefas, deixamos pouco a pouco o caminho que entendemos como o caminho traçado por Deus e nos lançamos de cabeça e peito nos mais diferentes projetos; tornamo-nos pessoas atarefadas demais pra percebermos o derredor.
Tenho, nestes últimos tempos, gasto minha energia e criatividade ajudando na revitalização do núcleo de triagem do Centro de Recuperação de Mendigos – Missão Vida de Brasília; ocupam-me orçamentos, medidas, recursos, execução e mal percebo o fim de cada dia.
Exausto chego a minha casa; namoro a esposa, leio duas páginas pra logo me perder em pensamentos confusos e orações breves; exausto deixo-me mergulhado em considerações finais de tarefas que nunca terminam. Tornei-me um missionário que “faz coisas” o tempo todo.
Durante esse processo continuado abri meu Novo Testamento King James, que amo ler e nunca arrumo tempo pra isso, repousando os olhos sobre um texto lido muitas vezes, mas que naquela hora parecia ser a primeira: “Todavia, quando nosso Senhor Jesus retornar, quem será a nossa esperança, alegria ou coroa de glória diante d’Ele? Ora, não sois vós? Com toda a certeza vós sois a nossa glória e a nossa grande alegria.”. 1 Ts 2: 19, 20 – KJA – .
Texto conhecido. Diferente e novo foi o impacto sobre o meu espírito; busquei na memória a face de cada interno sob nossos cuidados nestes dias, e alegrei-me como há tempos não me alegrava mais.
Não há no meu coração lugar para os grilos de tempos atrás quando fui enviado pra Bahia, ajudar na instalação (leia construção e ministério) do núcleo do Nordeste; já não me perturbo quando é preciso gastar quase todo o tempo envolvido com reformas, adaptações, melhorias; construir, reformar e melhorar são verbos próprios da Missão Vida.
Enquanto lia o texto e depois também da leitura me dei conta da alegria sem igual que é ser obreiro da Missão Vida; cuidar de gente que ninguém mais quer, recém chegados das ruas. Seus modos e cheiros ruins, e sua sede e fome de boas notícias que só Jesus, o Cristo de Deus tem.
Quando fazia compras e regateava a mais não poder, um amigo (Luciano), que nos empresta as máquinas e conserta coisas, e ajuda dirigindo o carro me falou de um rapaz que encontrou nas ruas de Sobradinho, desses sem pai nem mãe nem rumo.
Mudando a rota fomos ver o moço; cabisbaixo, roupa suja, barba rala, magro de dar dó e sem ânimo até pra responder as perguntas de praxe. Após uma rápida entrevista, contrariando as regras, levei o moço pra Missão vida. Era véspera da vigília, tínhamos um impacto missionário agendado além do culto e almoço da família pra organizar, nenhum tempo disponível pro moço, servi-lhe a refeição e pensei em deixa-lo aguardando até que algum tempo sobrasse. O texto pipocou na minha lembrança.
Repentinamente senti algo muito bom pra um crente sentir, uma mistura de vergonha seguida de encorajamento; deixei todas as tarefas e dediquei tempo pra atender e acolher o sujeito magricela de barba rala.
Entrevista animada, roupas limpas, quarto limpo, material de higiene, banho quente, cama trocada e uma oração. Ali mesmo no “quartão de acolhimento” orei com o coração agradecido, dois versículos foram suficientes para alterar meu ânimo e mudar minha atitude; fazer o que sempre faço de modo excelente, mas outra vez fazer com alegria, servir alegremente.
Eu precisava disto, de que fosse diferente e naquele momento foi; mais uma vez me alegrar, servir ao Senhor com alegria!
Tão bem me fez tudo aquilo que me prolonguei, sim, deixei as “outras coisas importantes” e dediquei-me completamente aos pequenos serviços que compõem o programa de recuperação, gastei meu dia nisso, gastei-me.
Quando Jesus, o Cristo de Deus voltar ou quando Ele me chamar, as “coisas que fiz” permanecerão na lembrança de uns poucos, mas cada interno daqui com a sua vida transformada pelo poder do amor de Deus disponibilizado em Cristo será minha esperança, coroa de glória e alegria diante d’Ele; sim, eles são minha verdadeira glória e alegria. Eu sirvo, com alegria.
Missão Vida. Porque eu amo gente.
Tenho, nestes últimos tempos, gasto minha energia e criatividade ajudando na revitalização do núcleo de triagem do Centro de Recuperação de Mendigos – Missão Vida de Brasília; ocupam-me orçamentos, medidas, recursos, execução e mal percebo o fim de cada dia.
Exausto chego a minha casa; namoro a esposa, leio duas páginas pra logo me perder em pensamentos confusos e orações breves; exausto deixo-me mergulhado em considerações finais de tarefas que nunca terminam. Tornei-me um missionário que “faz coisas” o tempo todo.
Durante esse processo continuado abri meu Novo Testamento King James, que amo ler e nunca arrumo tempo pra isso, repousando os olhos sobre um texto lido muitas vezes, mas que naquela hora parecia ser a primeira: “Todavia, quando nosso Senhor Jesus retornar, quem será a nossa esperança, alegria ou coroa de glória diante d’Ele? Ora, não sois vós? Com toda a certeza vós sois a nossa glória e a nossa grande alegria.”. 1 Ts 2: 19, 20 – KJA – .
Texto conhecido. Diferente e novo foi o impacto sobre o meu espírito; busquei na memória a face de cada interno sob nossos cuidados nestes dias, e alegrei-me como há tempos não me alegrava mais.
Não há no meu coração lugar para os grilos de tempos atrás quando fui enviado pra Bahia, ajudar na instalação (leia construção e ministério) do núcleo do Nordeste; já não me perturbo quando é preciso gastar quase todo o tempo envolvido com reformas, adaptações, melhorias; construir, reformar e melhorar são verbos próprios da Missão Vida.
Enquanto lia o texto e depois também da leitura me dei conta da alegria sem igual que é ser obreiro da Missão Vida; cuidar de gente que ninguém mais quer, recém chegados das ruas. Seus modos e cheiros ruins, e sua sede e fome de boas notícias que só Jesus, o Cristo de Deus tem.
Quando fazia compras e regateava a mais não poder, um amigo (Luciano), que nos empresta as máquinas e conserta coisas, e ajuda dirigindo o carro me falou de um rapaz que encontrou nas ruas de Sobradinho, desses sem pai nem mãe nem rumo.
Mudando a rota fomos ver o moço; cabisbaixo, roupa suja, barba rala, magro de dar dó e sem ânimo até pra responder as perguntas de praxe. Após uma rápida entrevista, contrariando as regras, levei o moço pra Missão vida. Era véspera da vigília, tínhamos um impacto missionário agendado além do culto e almoço da família pra organizar, nenhum tempo disponível pro moço, servi-lhe a refeição e pensei em deixa-lo aguardando até que algum tempo sobrasse. O texto pipocou na minha lembrança.
Repentinamente senti algo muito bom pra um crente sentir, uma mistura de vergonha seguida de encorajamento; deixei todas as tarefas e dediquei tempo pra atender e acolher o sujeito magricela de barba rala.
Entrevista animada, roupas limpas, quarto limpo, material de higiene, banho quente, cama trocada e uma oração. Ali mesmo no “quartão de acolhimento” orei com o coração agradecido, dois versículos foram suficientes para alterar meu ânimo e mudar minha atitude; fazer o que sempre faço de modo excelente, mas outra vez fazer com alegria, servir alegremente.
Eu precisava disto, de que fosse diferente e naquele momento foi; mais uma vez me alegrar, servir ao Senhor com alegria!
Tão bem me fez tudo aquilo que me prolonguei, sim, deixei as “outras coisas importantes” e dediquei-me completamente aos pequenos serviços que compõem o programa de recuperação, gastei meu dia nisso, gastei-me.
Quando Jesus, o Cristo de Deus voltar ou quando Ele me chamar, as “coisas que fiz” permanecerão na lembrança de uns poucos, mas cada interno daqui com a sua vida transformada pelo poder do amor de Deus disponibilizado em Cristo será minha esperança, coroa de glória e alegria diante d’Ele; sim, eles são minha verdadeira glória e alegria. Eu sirvo, com alegria.
Missão Vida. Porque eu amo gente.
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