Palavra do leitor
- 23 de outubro de 2009
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Mãos comprometidas
"A salvação não nasce no púlpito, mas em personalidades banhadas por uma imaginação alforriada dos pesos e contrapesos da culpa!"
Não sei por qual razão. A porfia em mais um interpelação desvendaria um emaranhado de delitos perpetrados com frieza e uma certa sensação nos lábios de satifação. Aliás, satisfação essa, mormente, perversa e dantesca.
Malgrado relutar, em vários episódios, soçobrava no abraço cínico e insidioso da solidão e do silêncio. Ambos, unissonamente, ofereciam-me um gole discreto de absinto e desumanidade.
Assim, perfaiza a trajetória de ser o paradigma de um discurso apetecível aos ouvidos dos convalidos e a léguas de distância dos engolfados pela sina da finitude.
Ah, como havia, em meu ser, uma sensação de onipotência e presunção. Sem nem saber e onde vinha tamanha sandice, apoderav-me de uma foice ou, melhor dizendo, de palavras extraídas de um compêndio de idéias de mórbidas e estúpidas, a fim de cercear e solapar a liberdade do outro.
Nada, nada de compreensão e discernimento. Preferia as paranóias e esquizofrenias causando fissuras nos outros. O exalar culpa e condenação verberava altissonantemente e o meu espírito parecia uma amplificador de hipocrisias e demagogias.
Cada vez mais, hostilizava e imputava mazelas, a torto e direita.
Sem titubear, espezinhava os inocentes com uma salvação de regras e mais regras, de ditaduras moralísticas e desumanização.
Então, cadê a candura e misericórida de obter, pelo menos, um alento? Ainda continuo trancafiado em uma prisão de dogmas, doutrinas, apologias, críticas e defesas. Talvez seja esse o destino da condenação cabal e irrestrita aos olhos de aparências, aos lábios irrisórios, aos corpos medonhos.
Sim e sim, eis as minhas mãos comprometidas. Ouso e confesso, mãos ensanguentadas de infectar almas inócuas com lágrimas de areia, com palavras tenobrosas e tétricas.
De bom grado, aguardo o veredicto e a sentença, caso já não esteja nela. A sentença de um evangelho esgarçado por ufanais, utopias, triunfalismos e corporativismos pueris.
Sim e sim, as minhas mãos comprometidas por cerras o galho da justiça e liberdade, da dignidade e do respeito, de imiscuir a responsabilidade de ser sal e luz a um desiderato de ser a origem e manipular.
Ora, devo reconhecer, sentia um afã ao conduzir as ovelhas na sua virgindade ao matadouro de idéias espúrias e infames. Atualmente, tudo isso esvaiu, ninguém entra ou sai. Afinal de contas, o último reduto dessas mãos comprometidas.
Não sei por qual razão. A porfia em mais um interpelação desvendaria um emaranhado de delitos perpetrados com frieza e uma certa sensação nos lábios de satifação. Aliás, satisfação essa, mormente, perversa e dantesca.
Malgrado relutar, em vários episódios, soçobrava no abraço cínico e insidioso da solidão e do silêncio. Ambos, unissonamente, ofereciam-me um gole discreto de absinto e desumanidade.
Assim, perfaiza a trajetória de ser o paradigma de um discurso apetecível aos ouvidos dos convalidos e a léguas de distância dos engolfados pela sina da finitude.
Ah, como havia, em meu ser, uma sensação de onipotência e presunção. Sem nem saber e onde vinha tamanha sandice, apoderav-me de uma foice ou, melhor dizendo, de palavras extraídas de um compêndio de idéias de mórbidas e estúpidas, a fim de cercear e solapar a liberdade do outro.
Nada, nada de compreensão e discernimento. Preferia as paranóias e esquizofrenias causando fissuras nos outros. O exalar culpa e condenação verberava altissonantemente e o meu espírito parecia uma amplificador de hipocrisias e demagogias.
Cada vez mais, hostilizava e imputava mazelas, a torto e direita.
Sem titubear, espezinhava os inocentes com uma salvação de regras e mais regras, de ditaduras moralísticas e desumanização.
Então, cadê a candura e misericórida de obter, pelo menos, um alento? Ainda continuo trancafiado em uma prisão de dogmas, doutrinas, apologias, críticas e defesas. Talvez seja esse o destino da condenação cabal e irrestrita aos olhos de aparências, aos lábios irrisórios, aos corpos medonhos.
Sim e sim, eis as minhas mãos comprometidas. Ouso e confesso, mãos ensanguentadas de infectar almas inócuas com lágrimas de areia, com palavras tenobrosas e tétricas.
De bom grado, aguardo o veredicto e a sentença, caso já não esteja nela. A sentença de um evangelho esgarçado por ufanais, utopias, triunfalismos e corporativismos pueris.
Sim e sim, as minhas mãos comprometidas por cerras o galho da justiça e liberdade, da dignidade e do respeito, de imiscuir a responsabilidade de ser sal e luz a um desiderato de ser a origem e manipular.
Ora, devo reconhecer, sentia um afã ao conduzir as ovelhas na sua virgindade ao matadouro de idéias espúrias e infames. Atualmente, tudo isso esvaiu, ninguém entra ou sai. Afinal de contas, o último reduto dessas mãos comprometidas.
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