Palavra do leitor
- 11 de abril de 2011
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Manifestemo-nos aos Welingtons antes que eles se manifestem a nós!
Estava finalizando meu expediente na escola em que ministro aulas às quintas-feiras.
Depois de um período com a turma, era a hora de partir. Na sala dos professores, conversando com uma colega sobre o comportamento dos estudantes, ela me interrompeu e questionou se eu não havia visto o que acontecera momentos atrás em Realengo. Fiquei apreensivo, afinal, realengo é onde moram meus familiares, logo, meus sobrinhos estudam por lá.
Enquanto viajava, nada sabia sobre o ocorrido, além do que minha colega havia informado, jamais iria imaginar o que acontecera nas imediações onde minha família vive.
Ao chegar à casa de minha tia ela questionou-me se eu já sabia do que acontecera com a Larissa, Filha da Jô, vizinha de minha mãe. Meu coração comprimiu-se, fiquei muito chocado ao saber do ocorrido, afinal a menina tinha apenas 13 anos e estava no início de sua vida.
Não podia imaginar como passa o coração de Clovis, seu pai. Escrevo essas linhas com o coração choroso, afinal, devemos contristar-nos, chorar com os que choram. Penso como se fosse minha própria filha.
Vieram umas cenas em minha mente do último dia de 2010, estávamos em confraternização, nós com nossa família, do outro lado da rua, dava para ver a alegria de Clóvis com sua família curtindo o início de 2011 juntos, o Clóvis sorrindo e todos se alegrando em confraternização. Não imaginavam o que os aguardava.
A Larissa nem devia imaginar como seria o ano de 2011, afinal, aquele era momento de diversão e creio que é o que se passa na mente de crianças da idade dela. Deixam para viver cada momento intensamente. Preocupação é coisa de adulto! Dizem alguns adolescentes. Sempre incentivamos os jovens a estudar. A escola é algo com que deve se preocupar. Tudo relativo à escola durante o período letivo deve ser religiosamente cumprido.
Porém a partir daquele sangrento 7 de Abril algumas crianças passaram a repensar sobre a escola, lugar que com certeza absoluta a maioria dos pais pensavam ser local seguro, a maioria, por conta de ter havido outras ocorrências, e até assassinato, bala perdida, etc. Mas nada como o caso da quinta-feira passada. Escola não é lugar medo, é lugar de esperança, de criança sorrir, de “paz", local de perspectivas futuras, de projeção. Não de violência, ou luto.
Diante do ocorrido, há a necessidade de repensarmos sobre a instituição chamada “Escola”, não de acordo com perspectivas políticas, religiosas ou comerciais, porém de acordo com a perspectiva de que esta, deve ter um ambiente confortável, uma continuação do lar, confortável como um ambiente familiar equilibrado. Seria utopia? Não! Há locais onde O segundo ambiente freqüentado por adolescentes torna-se bem parecido com seus lares. De verdade!
Faz-se necessário prestar maior atenção em pessoas como o Welington que com certeza absoluta devia sofrer de transtorno psíquico, neuras diversas. Cito isso não como quem está respaldando sua atitude por conta de um trauma psíquico, mas como que se preocupa em saber como profissional, em poder ajudar pessoas como essas que passam por nossas mãos sem sequer imaginarmos o transtorno que devem ser suas vidas.
As lutas diárias, os confrontos que vivem quando estão em contato com outros jovens, a auto-aceitação, a auto-estima, a aceitação dos colegas. Enfim, creio que o ato de educar deve ser tarefa da família em primeiro lugar, mas à Escola, cabe fazer sua parte como instituição cidadã, e nós, professores, formamos a Escola. Fazemos parte dessa instituição e assim como cada um tem sua tarefa, um ensina, outro coordena, outro limpa, outro faz a comida, outro é responsável pela disciplina. Enfim, cada qual tem sua função, todos podemos contribuir para o aperfeiçoamento de um indivíduo que freqüenta a instituição que laboramos.
AO restringirmos nossas atividades em somente fazer o que nossa profissão sugere, nos tornamos robôs. Seremos com servos inúteis, como nos cita a Bíblia em Lucas 17:9-10. Há momentos em que devemos nos esforçar para fazer parte da construção de caráter de pessoas que nos admiram, que nos têm como exemplos a seguir. Mesmo que não haja admiração, façamos nossa parte, seja qual for a posição que ocupemos em qualquer local de trabalho.
Assim como o Clóvis e Jô, há outros pais que choram seus filhos nesse duro momento de tristeza e incompreensão. Há amigos e familiares que ao colocar a cabeça no travesseiro imaginam o que se passava na mente daquele menino para cometer tal agrura. Há pessoas inconformadas, choram até hoje a perda de seu ente querido.
Chorei com uma avó que cuidava de sua neta como quem abençoava sua aparente longa carreira aqui na terra. Chorei quando vi pessoas chorando suas perdas como se fossem minhas. Fiquei sem dormir direito, e no outro dia, em classe [...] não tinha lá ânimo para lecionar. Olhava para os meninos e imaginava a cena como se a vivera naquele dia. Eles notaram a diferença. Mas não puxei assunto.
Passo a imaginar como está o coração de Deus ao ver tanta gente sofrendo sem entender o porquê!
Depois de um período com a turma, era a hora de partir. Na sala dos professores, conversando com uma colega sobre o comportamento dos estudantes, ela me interrompeu e questionou se eu não havia visto o que acontecera momentos atrás em Realengo. Fiquei apreensivo, afinal, realengo é onde moram meus familiares, logo, meus sobrinhos estudam por lá.
Enquanto viajava, nada sabia sobre o ocorrido, além do que minha colega havia informado, jamais iria imaginar o que acontecera nas imediações onde minha família vive.
Ao chegar à casa de minha tia ela questionou-me se eu já sabia do que acontecera com a Larissa, Filha da Jô, vizinha de minha mãe. Meu coração comprimiu-se, fiquei muito chocado ao saber do ocorrido, afinal a menina tinha apenas 13 anos e estava no início de sua vida.
Não podia imaginar como passa o coração de Clovis, seu pai. Escrevo essas linhas com o coração choroso, afinal, devemos contristar-nos, chorar com os que choram. Penso como se fosse minha própria filha.
Vieram umas cenas em minha mente do último dia de 2010, estávamos em confraternização, nós com nossa família, do outro lado da rua, dava para ver a alegria de Clóvis com sua família curtindo o início de 2011 juntos, o Clóvis sorrindo e todos se alegrando em confraternização. Não imaginavam o que os aguardava.
A Larissa nem devia imaginar como seria o ano de 2011, afinal, aquele era momento de diversão e creio que é o que se passa na mente de crianças da idade dela. Deixam para viver cada momento intensamente. Preocupação é coisa de adulto! Dizem alguns adolescentes. Sempre incentivamos os jovens a estudar. A escola é algo com que deve se preocupar. Tudo relativo à escola durante o período letivo deve ser religiosamente cumprido.
Porém a partir daquele sangrento 7 de Abril algumas crianças passaram a repensar sobre a escola, lugar que com certeza absoluta a maioria dos pais pensavam ser local seguro, a maioria, por conta de ter havido outras ocorrências, e até assassinato, bala perdida, etc. Mas nada como o caso da quinta-feira passada. Escola não é lugar medo, é lugar de esperança, de criança sorrir, de “paz", local de perspectivas futuras, de projeção. Não de violência, ou luto.
Diante do ocorrido, há a necessidade de repensarmos sobre a instituição chamada “Escola”, não de acordo com perspectivas políticas, religiosas ou comerciais, porém de acordo com a perspectiva de que esta, deve ter um ambiente confortável, uma continuação do lar, confortável como um ambiente familiar equilibrado. Seria utopia? Não! Há locais onde O segundo ambiente freqüentado por adolescentes torna-se bem parecido com seus lares. De verdade!
Faz-se necessário prestar maior atenção em pessoas como o Welington que com certeza absoluta devia sofrer de transtorno psíquico, neuras diversas. Cito isso não como quem está respaldando sua atitude por conta de um trauma psíquico, mas como que se preocupa em saber como profissional, em poder ajudar pessoas como essas que passam por nossas mãos sem sequer imaginarmos o transtorno que devem ser suas vidas.
As lutas diárias, os confrontos que vivem quando estão em contato com outros jovens, a auto-aceitação, a auto-estima, a aceitação dos colegas. Enfim, creio que o ato de educar deve ser tarefa da família em primeiro lugar, mas à Escola, cabe fazer sua parte como instituição cidadã, e nós, professores, formamos a Escola. Fazemos parte dessa instituição e assim como cada um tem sua tarefa, um ensina, outro coordena, outro limpa, outro faz a comida, outro é responsável pela disciplina. Enfim, cada qual tem sua função, todos podemos contribuir para o aperfeiçoamento de um indivíduo que freqüenta a instituição que laboramos.
AO restringirmos nossas atividades em somente fazer o que nossa profissão sugere, nos tornamos robôs. Seremos com servos inúteis, como nos cita a Bíblia em Lucas 17:9-10. Há momentos em que devemos nos esforçar para fazer parte da construção de caráter de pessoas que nos admiram, que nos têm como exemplos a seguir. Mesmo que não haja admiração, façamos nossa parte, seja qual for a posição que ocupemos em qualquer local de trabalho.
Assim como o Clóvis e Jô, há outros pais que choram seus filhos nesse duro momento de tristeza e incompreensão. Há amigos e familiares que ao colocar a cabeça no travesseiro imaginam o que se passava na mente daquele menino para cometer tal agrura. Há pessoas inconformadas, choram até hoje a perda de seu ente querido.
Chorei com uma avó que cuidava de sua neta como quem abençoava sua aparente longa carreira aqui na terra. Chorei quando vi pessoas chorando suas perdas como se fossem minhas. Fiquei sem dormir direito, e no outro dia, em classe [...] não tinha lá ânimo para lecionar. Olhava para os meninos e imaginava a cena como se a vivera naquele dia. Eles notaram a diferença. Mas não puxei assunto.
Passo a imaginar como está o coração de Deus ao ver tanta gente sofrendo sem entender o porquê!
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