Palavra do leitor
- 30 de junho de 2008
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Malaquias - um livro que precisa ser mais visitado e conhecido
É triste verificar que o livro de Malaquias só é lembrado quando queremos falar de dízimos e ofertas ou da predição acerca de João Batista. Trata-se de um livro riquíssimo, que vai além desses importantes temas, e, como Palavra inspirada por Deus, tem uma mensagem atual, espiritual e profunda. É um convite à reflexão sobre religiosidade e moralidade.
Malaquias gira em torno de seis grandes questões, quais sejam: a prova do amor de Deus (1.1); o culto negligente a Deus (1.6); a importância da fidelidade no casamento (2.14); a justiça de Deus (2.17); a mordomia (3.8) e a religiosidade utilitarista (3.13,14).
De um modo geral, o profeta dedica-se ao fato de que os judeus de seu tempo buscavam vantagens em troca da prática religiosa, mas eram infiéis e não adoravam ao Senhor com sinceridade e zelo. Sua espiritualidade era formalista, vazia.
Primeiro, o povo suspeita de que Deus não o ama, e Deus responde que Seu amor se comprova pela Eleição, mediante a Graça. Em vez de Esaú, o primogênito, Deus escolheu a Jacó. O Senhor amou aquele povo desprezível (1.1-5).
Segundo, os sacerdotes se mostram negligentes para com o serviço sagrado, oferecendo sobre o altar animais cegos, coxos, enfermos e dilacerados. Ao entregar animais desprezíveis, sinalizam a noção de que as coisas do Senhor são desprezíveis em si. O profeta atenta para a forma, não para o formalismo. A forma do culto reflete a "teologia" de quem presta o culto. Quem despreza as coisas de Deus oferece coisas desprezíveis a Deus (1.6-14). A repreensão contra os sacerdotes é dura porque, além do culto negligente, eles deixaram de ensinar o povo conforme a Lei de Deus. Achando que o culto a Deus é desprezível, tornaram-se, eles mesmos, desprezíveis (2.1-9).
Terceiro, os homens estavam assumindo compromissos com outras mulheres que não suas esposas, e faziam isso com mulheres de outras nações, adoradoras de deuses esranhos. Havia infidelidade a Deus e ao pacto nupcial, associado, porém, a ofertas religiosas e aparência de piedade. Deus odeia o divórcio, diz o texto (2.10-16).
Quarto, o povo achava que Deus não era justo. Em resposta, o Senhor anuncia o futuro juízo contra os feiticeiros, os adúlteros, os que juram falsamente, os que defraudam o salário do trabalhador, os que oprimem o órfão e a viúva, os que torcem o direito do estrangeiro, e não temem o Seu nome. A justiça de Deus seria revelada pela aparição do Anjo da Aliança (2.17-3.5), que, sabemos, é Jesus Cristo.
Quinto, o povo roubava a Deus, não contribuindo para a manutenção das coisas sagradas. Não havia respeito à mordomia, que é a administração dos bens concedidos por Deus. Eles queriam usar os bens para seu proveito próprio, sem se preocupar com as necessidades da Casa do Senhor. Vale dizer que a promessa divina de bênção sem medida, pelo abrir das janelas do céu, tem que ver com chuvas abundantes, necessárias para a obtenção de boas colheitas. Não se pode esquecer que se trata de uma economia agropastoril, e que Israel recebera promessas de cunho material, que agora Deus repete e confirma no seu trato com o remanescente Judá (3.6-12).
Sexto, o povo era utilitarista em sua religião, acreditava que tinha sido inútil servir a Deus, chegando mesmo a perguntar "Que nos aproveitou termos cuidado em guardar os seus preceitos e em andar de luto [em atitude de piedade] diante do Senhor dos Exércitos"? Eles achavam que felizes e prósperos eram os ímpios e soberbos, porque, segundo eles, tentavam ao Senhor e escapavam (3.13-15).
Em suma, Deus rechaça o utilitarismo religioso, que é necessariamente desprovido de espiritualidade autêntica e de moralidade sadia.
Fico assustado com o fato de muitos usarem Ml 3.10 para justificar o método da barganha com Deus, quando o texto apela justamente para o altruísmo, a mordomia, a fidelidade, a confiança na providência do Senhor! Será disfunção cognitiva ou má-fé? De certo modo, Malaquias aproxima-se de nós quanto ao contexto porque o tempo era de espera...
Com o templo reconstruído, com os avivamentos sendo coisa do passado, com a frustração de falsas expectativas em torno de Zorobabel como o prometido Filho de Davi, com a idéia de que a glória predita por Ageu não havia se cumprido...o povo tinha "apenas" o cotidiano religioso, as ofertas e sacrifícios, o ensino por meio dos sacerdotes, a vida normal, enfim. Eles precisavam de fé, amor e esperança, algo que demonstraram não ter.
Deveríamos, já pelo contexto vital do livro (a chamada "sitzenlaben"), aprender que Malaquias tem muito a dizer a nós, cristãos brasileiros do início do Séc. XXI.
Malaquias gira em torno de seis grandes questões, quais sejam: a prova do amor de Deus (1.1); o culto negligente a Deus (1.6); a importância da fidelidade no casamento (2.14); a justiça de Deus (2.17); a mordomia (3.8) e a religiosidade utilitarista (3.13,14).
De um modo geral, o profeta dedica-se ao fato de que os judeus de seu tempo buscavam vantagens em troca da prática religiosa, mas eram infiéis e não adoravam ao Senhor com sinceridade e zelo. Sua espiritualidade era formalista, vazia.
Primeiro, o povo suspeita de que Deus não o ama, e Deus responde que Seu amor se comprova pela Eleição, mediante a Graça. Em vez de Esaú, o primogênito, Deus escolheu a Jacó. O Senhor amou aquele povo desprezível (1.1-5).
Segundo, os sacerdotes se mostram negligentes para com o serviço sagrado, oferecendo sobre o altar animais cegos, coxos, enfermos e dilacerados. Ao entregar animais desprezíveis, sinalizam a noção de que as coisas do Senhor são desprezíveis em si. O profeta atenta para a forma, não para o formalismo. A forma do culto reflete a "teologia" de quem presta o culto. Quem despreza as coisas de Deus oferece coisas desprezíveis a Deus (1.6-14). A repreensão contra os sacerdotes é dura porque, além do culto negligente, eles deixaram de ensinar o povo conforme a Lei de Deus. Achando que o culto a Deus é desprezível, tornaram-se, eles mesmos, desprezíveis (2.1-9).
Terceiro, os homens estavam assumindo compromissos com outras mulheres que não suas esposas, e faziam isso com mulheres de outras nações, adoradoras de deuses esranhos. Havia infidelidade a Deus e ao pacto nupcial, associado, porém, a ofertas religiosas e aparência de piedade. Deus odeia o divórcio, diz o texto (2.10-16).
Quarto, o povo achava que Deus não era justo. Em resposta, o Senhor anuncia o futuro juízo contra os feiticeiros, os adúlteros, os que juram falsamente, os que defraudam o salário do trabalhador, os que oprimem o órfão e a viúva, os que torcem o direito do estrangeiro, e não temem o Seu nome. A justiça de Deus seria revelada pela aparição do Anjo da Aliança (2.17-3.5), que, sabemos, é Jesus Cristo.
Quinto, o povo roubava a Deus, não contribuindo para a manutenção das coisas sagradas. Não havia respeito à mordomia, que é a administração dos bens concedidos por Deus. Eles queriam usar os bens para seu proveito próprio, sem se preocupar com as necessidades da Casa do Senhor. Vale dizer que a promessa divina de bênção sem medida, pelo abrir das janelas do céu, tem que ver com chuvas abundantes, necessárias para a obtenção de boas colheitas. Não se pode esquecer que se trata de uma economia agropastoril, e que Israel recebera promessas de cunho material, que agora Deus repete e confirma no seu trato com o remanescente Judá (3.6-12).
Sexto, o povo era utilitarista em sua religião, acreditava que tinha sido inútil servir a Deus, chegando mesmo a perguntar "Que nos aproveitou termos cuidado em guardar os seus preceitos e em andar de luto [em atitude de piedade] diante do Senhor dos Exércitos"? Eles achavam que felizes e prósperos eram os ímpios e soberbos, porque, segundo eles, tentavam ao Senhor e escapavam (3.13-15).
Em suma, Deus rechaça o utilitarismo religioso, que é necessariamente desprovido de espiritualidade autêntica e de moralidade sadia.
Fico assustado com o fato de muitos usarem Ml 3.10 para justificar o método da barganha com Deus, quando o texto apela justamente para o altruísmo, a mordomia, a fidelidade, a confiança na providência do Senhor! Será disfunção cognitiva ou má-fé? De certo modo, Malaquias aproxima-se de nós quanto ao contexto porque o tempo era de espera...
Com o templo reconstruído, com os avivamentos sendo coisa do passado, com a frustração de falsas expectativas em torno de Zorobabel como o prometido Filho de Davi, com a idéia de que a glória predita por Ageu não havia se cumprido...o povo tinha "apenas" o cotidiano religioso, as ofertas e sacrifícios, o ensino por meio dos sacerdotes, a vida normal, enfim. Eles precisavam de fé, amor e esperança, algo que demonstraram não ter.
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