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Palavra do leitor

Mal agradecido!

Todo o contexto bíblico nos leva a crer naquilo que era, que é, e sempre será o Plano de Deus para toda a humanidade: que todos, e cada um individualmente, alcancem a vida eterna junto a Ele, em seu reino, nas regiões celestiais.

Assim, concedeu-nos Ele a "graça", através da fé em Jesus Cristo, seu Filho unigênito, que veio ao mundo com a missão de morrer, em nosso lugar, para que alcancemos o perdão, a salvação de nossos pecados (João 3. 16).

A graça então é o favor imerecido de Deus para conosco; imerecido porque somos pecadores, e o "salário do pecado é a morte" (Romanos 6. 23a), "mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor" (6. 23b).

Mas a graça, embora preveniente (John Wesley), não salva a todos "automaticamente"; não! Cabe-nos, apenas, aceitar o sacrifício de Jesus por nós, recebê-lo no coração, para passarmos a ter o direito de sermos feitos filhos de Deus, a saber, os que creem no Seu nome (João 1. 12), os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus [o nascer de novo, agora na família de Deus – v. 13].

E Jesus disse: “Quem crê está salvo, quem não crê já está julgado” (João 3. 18).

Não se trata aqui de estar colocando carga nas costas das pessoas; foi Jesus quem disse e não podemos colocar em dúvida: creu está salvo, não creu...

J. I. Packer comentou em um dos seus textos devocionais [O Conhecimento de Deus ao Longo do Ano], página 200: “Diz-se que no Novo Testamento a doutrina é a graça e a ética é a gratidão”.

Fez-nos lembrar da cura que Jesus ministrou em dez leprosos (Lucas 17. 11-12); todos, ao se sentirem curados, retiraram-se para se apresentarem aos sacerdotes [ordem de Jesus]; mas ninguém agradeceu, exceto um que voltou do meio da caminhada [já ia se esquecendo como os outros], e não se tornou mal agradecido.

E aí, a cura foi tornada sem efeito? Óbvio que não, pois a vontade de Deus tem que ser satisfeita, e a Sua vontade é que “tenhamos vida, e a tenhamos em abundância” (João 10.10).

Então não seria coerente que Ele anulasse a cura pela falta do agradecimento, tendo em vista que a Sua orientação “pré-existente” [não observada por eles], e depois transmitida aos de Tessalônica, através de Paulo, na primeira carta aos Tessalonicenses 5. 18 foi: “Em tudo daí graças, porque esta é a vontade de Deus para convosco”.

Faltou ética, conforme se subentende da definição de Packer, mas a graça não foi revogada, não é revogada, e nem será revogada, enquanto a Igreja estiver aqui na terra [depois do arrebatamento sim, voltando a prevalecer a prática de boas obras para com os pequeninos irmãos de Jesus, os judeus] (Mateus 25. 31-46).

Deus quer a gratidão, aconselha o agradecimento [ação de graças], mas o exercício da graça se dá em favor de outrem.

Temos que compartilhar a graça, o amor, a bondade, a misericórdia de Deus manifesta em nossas vidas. Quem não compartilha é porque não é grato, ou não ama o próximo.

Assim, a salvação, o perdão, a bênção, a unção, enfim tudo o que Deus derrama sobre nós, não deve ser enterrado como o talento da parábola, mas deve ser dividido; dividido para somar, dividido para multiplicar, dividido para abençoar o próximo que, possivelmente, nada recebeu.

Quem não compartilha não é grato, quem não é grato quer só para si: egoísmo! Falta de amor aos semelhantes. E quem não ama o próximo, a quem vê, como pode dizer que ama a Deus, a quem não vê? (I João 4. 20).

Temos, pois, que ser agradecidos a Deus compartilhando a graça, a misericórdia, a bondade, o amor, a Palavra de Deus, a salvação, à qual fizemos jus tão somente quando recebemos Jesus no coração (João 1. 12), deixando que Ele faça morada em nós na pessoa do seu Santo Espírito (Romanos 8. 9-11), sem o que não somos dEle.

Editor do Sê Fiel
www.sefiel.com.br
São Paulo - SP
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