Palavra do leitor
- 15 de dezembro de 2020
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Mais um natal: mas o que importa e quem se importa?
Textos de Salmos 90.15, Gênesis 48.15-16 e Isaías 9.6-7
Ao longo da minha trajetória, já nos 47 anos, chego, cada vez mais, a conclusão de que, crua e nuamente, receamos passar, por essa vida, sem nada acrescentar, esquecidos, despercebidos, sem qualquer importância e consideração. Sem sombra de dúvida, nascemos e não escolhemos qual a família, a condição social, os elementos culturais e morais, religiosos e históricos, enfim, adentramos no palco das liberdades e suas escolhas, somos responsáveis, mesmo diante das condicionantes internas ou externas. É bem verdade, durante essa caminhada, não estamos imunes as alteridades e as alternâncias, somos impactados ou podemos ser impactados por perdas não previstas, traições nunca esperadas, abandonos, despedidas, demissões, abusos, arbitrariedades e nem sempre seus autores são punidos e parecem se refazer e muito bem. Então, o que nos faz ir adiante, ainda acreditar, insistir nessa busca por um nível acima dos instintos, dos impulsos, dos anseios, da preocupação com os filhos ou parentes, das emoções e dos afetos, das paixões e do companheirismo? Presumidamente, somos seres de vínculos, de encontros, de parcerias, de partilhamentos, de não se restringir a um estado de indiferença e isso nos torna – ‘’ imagem e semelhança de Deus’’. De certo, uma das lições trazidas pelo natal, pela biografia de Jesus, o Cristo, apesar das oposições arredor do tema, constitui – se em perceber o quanto a vida, a sua, a minha e a nossa não pode ser tratada com indiferença. Aliás, faço um paralelo, com os enredos de um personagem profundamente semelhante a nós, a eu, a você, a todos, ou seja, falo de Jacó. Digo isso, pelo seu acervo de acontecimentos ocorridos ou de suas memórias, não escondem os progressos e as derrotas, as falhas e as virtudes, os bons e os maus momentos, os momentos de louvores e de iniquidades. Parto dessa interligação, dessa conexão, dessa correlação entre um cenário narrado, no tido velho testamento, e outro fincado no novo testamento, embora ambos desaguam ao chamado de que a vida pode ser escrita, sem indiferença. O Jacó outrora maquinador, descobre o quanto a escolha pela bondade e por se importar dão um sentido e uma resposta de não termos vivido para nada, aleatoriamente, em vão, como se fossemos ou tudo fosse – uma perda de tempo. É bem verdade, discorrer essas afirmações e enfoques, em meio a realidades tão duras e implacáveis, pode ressoar como conversa pra boi dormir, de quem não tem mais o que fazer. Deveras, ao observar para o Jacó e suas deformações comportamentais, com a crença de ser a vida, nada mais e nada menos, uma selva de pedra, do salve-se quem puder, do cada um por si, de somente os bem sucedidos e afortunados são escolhidos, podemos, a partir de seu exemplo, ponderar de que podemos fazer a escolha pela generosidade, pela gratidão, pela justiça, pela misericórdia, pelo escutar, por não desistir de um mundo melhor. Vou adiante, Jacó termina a sua vida, com a serenidade de não haver essa obrigação de provar e comprovar, dessa ditadura de ser o centro, a atenção, de ser o foco dos holofotes. Eis o maior e mais árduo desafio, em função de estarmos rodeados pela veneração ao banal, ao baixo, ao cínico, ao oportunismo, ao interesseiro e, em contrapartida, extrair o sorriso de uma criança, estender as mãos a um amigo, inclinar-se para ouvir alguém, sem nada retrucar, lembrar-se das pessoas, indica não haver valia e rentabilidade. Destarte, Jacó espelha uma busca por ser bem sucedido, a todo e qualquer custo, com o seu nome conhecido, por todos, como também nos ensina a pedagogia da felicidade, o ensino de amar ou se importar, se lembrar, se atentar, ciente de que isso não será para sempre, que não define quem sou (mas, faz parte). Lá no fundo, Jacó desenha os roteiros da vida, como ela é, sem cortes, sem sublimações, sem heróis, sem ícones, porque se faz de gente. O natal traz, em si, essa lembrança, esse alertar, esse se importar, no desdobrar dos doze meses do ano. Não falo, aqui, de um Alice, no pais das maravilhas, de uma comemoração pontual, de não encarar a verdade das tragédias, dos não (s), dos momentos dolorosos, das faces do sofrimento, das inquietações, do silêncio do por qual motivo não poderia ter sido de outro modo? Diametralmente oposto, o natal como a confirmação de que a sua vida tem importância, sem ufanismos, sem narcisismos, sem predestinações. O natal aponta para Jesus, o Cristo, para nos trazer vivos a constatação de que há uma esperança destinado a um futuro e esse futuro mostra que o mundo pode ser melhor, com você (independentemente de suas rasuras). Talvez, para muitos, o natal e a passagem de ano são a ressaca de um ciclo de eventos para serem soterrados, no passado, e acabou. Devo admitir, o natal consolida uma decisão por ser importar, com a humanidade e de cada um de nós, a começar, por aqueles, ao nosso lado, em Jesus, o Cristo.
Ao longo da minha trajetória, já nos 47 anos, chego, cada vez mais, a conclusão de que, crua e nuamente, receamos passar, por essa vida, sem nada acrescentar, esquecidos, despercebidos, sem qualquer importância e consideração. Sem sombra de dúvida, nascemos e não escolhemos qual a família, a condição social, os elementos culturais e morais, religiosos e históricos, enfim, adentramos no palco das liberdades e suas escolhas, somos responsáveis, mesmo diante das condicionantes internas ou externas. É bem verdade, durante essa caminhada, não estamos imunes as alteridades e as alternâncias, somos impactados ou podemos ser impactados por perdas não previstas, traições nunca esperadas, abandonos, despedidas, demissões, abusos, arbitrariedades e nem sempre seus autores são punidos e parecem se refazer e muito bem. Então, o que nos faz ir adiante, ainda acreditar, insistir nessa busca por um nível acima dos instintos, dos impulsos, dos anseios, da preocupação com os filhos ou parentes, das emoções e dos afetos, das paixões e do companheirismo? Presumidamente, somos seres de vínculos, de encontros, de parcerias, de partilhamentos, de não se restringir a um estado de indiferença e isso nos torna – ‘’ imagem e semelhança de Deus’’. De certo, uma das lições trazidas pelo natal, pela biografia de Jesus, o Cristo, apesar das oposições arredor do tema, constitui – se em perceber o quanto a vida, a sua, a minha e a nossa não pode ser tratada com indiferença. Aliás, faço um paralelo, com os enredos de um personagem profundamente semelhante a nós, a eu, a você, a todos, ou seja, falo de Jacó. Digo isso, pelo seu acervo de acontecimentos ocorridos ou de suas memórias, não escondem os progressos e as derrotas, as falhas e as virtudes, os bons e os maus momentos, os momentos de louvores e de iniquidades. Parto dessa interligação, dessa conexão, dessa correlação entre um cenário narrado, no tido velho testamento, e outro fincado no novo testamento, embora ambos desaguam ao chamado de que a vida pode ser escrita, sem indiferença. O Jacó outrora maquinador, descobre o quanto a escolha pela bondade e por se importar dão um sentido e uma resposta de não termos vivido para nada, aleatoriamente, em vão, como se fossemos ou tudo fosse – uma perda de tempo. É bem verdade, discorrer essas afirmações e enfoques, em meio a realidades tão duras e implacáveis, pode ressoar como conversa pra boi dormir, de quem não tem mais o que fazer. Deveras, ao observar para o Jacó e suas deformações comportamentais, com a crença de ser a vida, nada mais e nada menos, uma selva de pedra, do salve-se quem puder, do cada um por si, de somente os bem sucedidos e afortunados são escolhidos, podemos, a partir de seu exemplo, ponderar de que podemos fazer a escolha pela generosidade, pela gratidão, pela justiça, pela misericórdia, pelo escutar, por não desistir de um mundo melhor. Vou adiante, Jacó termina a sua vida, com a serenidade de não haver essa obrigação de provar e comprovar, dessa ditadura de ser o centro, a atenção, de ser o foco dos holofotes. Eis o maior e mais árduo desafio, em função de estarmos rodeados pela veneração ao banal, ao baixo, ao cínico, ao oportunismo, ao interesseiro e, em contrapartida, extrair o sorriso de uma criança, estender as mãos a um amigo, inclinar-se para ouvir alguém, sem nada retrucar, lembrar-se das pessoas, indica não haver valia e rentabilidade. Destarte, Jacó espelha uma busca por ser bem sucedido, a todo e qualquer custo, com o seu nome conhecido, por todos, como também nos ensina a pedagogia da felicidade, o ensino de amar ou se importar, se lembrar, se atentar, ciente de que isso não será para sempre, que não define quem sou (mas, faz parte). Lá no fundo, Jacó desenha os roteiros da vida, como ela é, sem cortes, sem sublimações, sem heróis, sem ícones, porque se faz de gente. O natal traz, em si, essa lembrança, esse alertar, esse se importar, no desdobrar dos doze meses do ano. Não falo, aqui, de um Alice, no pais das maravilhas, de uma comemoração pontual, de não encarar a verdade das tragédias, dos não (s), dos momentos dolorosos, das faces do sofrimento, das inquietações, do silêncio do por qual motivo não poderia ter sido de outro modo? Diametralmente oposto, o natal como a confirmação de que a sua vida tem importância, sem ufanismos, sem narcisismos, sem predestinações. O natal aponta para Jesus, o Cristo, para nos trazer vivos a constatação de que há uma esperança destinado a um futuro e esse futuro mostra que o mundo pode ser melhor, com você (independentemente de suas rasuras). Talvez, para muitos, o natal e a passagem de ano são a ressaca de um ciclo de eventos para serem soterrados, no passado, e acabou. Devo admitir, o natal consolida uma decisão por ser importar, com a humanidade e de cada um de nós, a começar, por aqueles, ao nosso lado, em Jesus, o Cristo.
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