Mais um ano de graça e o convite à verdadeira humildade: como responderemos a essa oportunidade?

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Somente Jesus Cristo é o exemplo perfeito a ser imitado em conduta, palavras e caráter. Somente Ele representa Modelo de vida digna, pura e desejável a inspirar retidão moral, sabedoria, humildade, coragem e santo proceder. Porém, existem pessoas imitadoras de Cristo admiráveis em suas qualidades morais e valores espirituais enobrecedores, nas quais nos inspiramos, mesmo pecadoras e falíveis, suas vidas nos enchem de motivação e sincero desejo de sermos melhores a cada dia.

Ainda assim, a realidade generalizada da humanidade caída por toda parte constata: disputas, vinganças, distorções de pensamento, hipersensibilidade, deboche, mágoa, inveja, desprezo, opressão, soberba, complexo de inferioridade ou superioridade, mania de perseguição, síndrome de perseguido, teimosia, rebeldia, autoafirmação, necessidade de validação, dissonância cognitiva...

Não importa se inflado, desinflado, regenerado ou degenerado, o ego resume o pecador.

Se autoestima precisa ser equilibrada (mas não endeusada), o orgulho (que nos outros pode ser o defeito que mais nos incomoda) é o mesmo grave pecado que também incorremos sem reconhecer -- parafraseando C.S. Lewis.

Uma vida centrada em Cristo traz um coração verdadeiramente humilde em contraste com o que disse Martinho Lutero acerca do capiroto: uma espécie tão orgulhosa que não suporta o desdém.

Jesus, porém, ensinou real discrição e humildade sem significar anonimato, pois "discípulos do Seu Reino já nascem nele como missionários".

Cristo também condenou a atitude dos líderes judaicos buscando plateia para receber elogios e aplausos, enquanto João Batista, o mais "famoso" profeta da época estava disposto a desaparecer para Ele (Jesus) aparecer cada vez mais.

Em nossos dias, do telão ao púlpito, dos perfis das redes sociais à publicidade e profissionais de marketing, visibilidade é necessidade. Nem toda toda exposição é exibicionismo. Só quem sonda corações é Cristo. Mas sobre o "eu orgulhoso" (teimando disputar com o senhorio de Cristo no império do coração), o livro Ego Transformado é irretocável ao apontar a verdadeira humildade contrastando o ego inflado e trazendo a liberdade do autoesquecimento.

Ao giro de mais uma volta da Terra em torno de sua estrela maior, nada muda, exceto o calendário. Mas como me lembrou um grande amigo "somos seres rituais e temporais e mesmo os ritos não sendo fins em si mesmos, podem ser ser bons meios para determinados fins positivos".

É o caso das resoluções de Ano-Novo. Se anotadas mais com humildade e profunda dependência de Deus do que mero alto nível de determinação e disciplina, a graça divina triunfará e o Santo Espírito trará genuína transformação de mente e vida.

Muitos de nós somos como aquela figueira estéril da parábola contada em Lucas 13:6-9, onde o senhor deseja cortá-la por não encontrar frutos nela e estar ocupando inutilmente a terra, mas o vinhateiro intercede junto ao senhor, pedindo mais um ano de graça para que ele venha adubá-la e ela venha frutificar.

Jesus em Sua paciência e graça nos concede mais um ano e oportunidade de darmos a Ele o controle por inteiro de nossas vidas, a fim de sermos guiados pelo Espírito Santo e termos nosso ser transformado e nosso viver santificado em amor. Ele deseja tirar dos nossos lábios as palavras agressivas, curar toda cegueira e nos tornar Cartas Vivas ao mundo. Só Ele pode transformar o nosso coração e efetuar genuína mudança do caráter, tornando-nos discípulos fiéis.

Neste Ano-Novo, de fato, faz-se necessário sermos novos por dentro experimentando o autêntico novo nascimento que produz renovadas conversões diárias do Santo Espírito de Deus. Assim, ainda que o ego insista em inflar, dominar e assumir o controle do ser, rendidos inteiramente ao Senhor, aprenderemos do Mestre com toalha nos ombros e bacia nas mãos. Afinal, Ele que nos disse: Aprendei de Mim, pois sou manso e humilde de coração. Mt 11:29

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Opinião do leitor