Palavra do leitor
- 01 de novembro de 2007
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Mais que pai, paizinho
A palavra papai não aparece na Bíblia, pois curiosamente o termo hebraico "Aba" não é traduzido para o português. Alguns pregadores traduzem-no para paizinho, que dá um tom familiar e carinhoso. De maneira carinhosa crentes, aqui na Alemanha, não poucas vezes usam ao orarem o vocativo Papi.
Certa vez, em Viena, capital da Áustria, eu presenciei uma cena que mudou meu entendimento do significado de Aba: um menino de seus oito anos de idade gritou "aba" e saltou de um bonde e saiu correndo como um maluco para abraçar seu pai, um jovem judeu ortodoxo, que de terno e chapéu preto, o recebia todo sorridente e orgulhoso para um abraço carinhoso.
Por que é tão difícil para nós traduzirmos o termo aramaico "aba"? Não sei realmente o porquê de nós brasileiros termos essa dificuldade em nos aproximar de Deus de forma mais íntima e afetiva, como pai. Lembro-me que antes de vir para a Alemanha me esforçava em chamar Deus em minhas orações de "você" e não de senhor. Tinha até medo de que algum pastor mais severo me repreendesse por tal ousadia e falta de respeito. Fiquei surpreso e ao mesmo tempo aliviado quando vi que tradicionalmente os alemães só chamam Deus de Du o pronome pessoal na segunda pessoa, o equivalente ao nosso tu ou você. Nunca um alemão trataria Deus por Sie, a forma respeitosa para pessoas mais velhas, patrões e pessoas mais distantes, algo equivalente a vossa senhoria ou o senhor.
"Pude entender melhor o amor de Deus por mim, seu filho depois que tive o privilégio de ser pai" - já ouvi isso muitas vezes. Comigo, no entanto não aconteceu assim. Tem pouco mais de um ano que sou pai. Amo de mais minha filhinha. Mas confesso que minha compreensão do amor de Deus não mudou em nada. Talvez porque eu sempre tive meu pai terreno como um bom exemplo de amor paterno... Não sei... talvez eu seja só uma exceção. Na verdade, o fato que tem me surpreendido nesta nova experiência de vida é ver como minha filhinha é apegada a mim. E nisso me envergonho: será que meu amor pelo meu pai celestial chega aos pés do afeto, dependência e confiança que esta menininha tem comigo?
Certa vez, em Viena, capital da Áustria, eu presenciei uma cena que mudou meu entendimento do significado de Aba: um menino de seus oito anos de idade gritou "aba" e saltou de um bonde e saiu correndo como um maluco para abraçar seu pai, um jovem judeu ortodoxo, que de terno e chapéu preto, o recebia todo sorridente e orgulhoso para um abraço carinhoso.
Por que é tão difícil para nós traduzirmos o termo aramaico "aba"? Não sei realmente o porquê de nós brasileiros termos essa dificuldade em nos aproximar de Deus de forma mais íntima e afetiva, como pai. Lembro-me que antes de vir para a Alemanha me esforçava em chamar Deus em minhas orações de "você" e não de senhor. Tinha até medo de que algum pastor mais severo me repreendesse por tal ousadia e falta de respeito. Fiquei surpreso e ao mesmo tempo aliviado quando vi que tradicionalmente os alemães só chamam Deus de Du o pronome pessoal na segunda pessoa, o equivalente ao nosso tu ou você. Nunca um alemão trataria Deus por Sie, a forma respeitosa para pessoas mais velhas, patrões e pessoas mais distantes, algo equivalente a vossa senhoria ou o senhor.
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