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Palavra do leitor

“Madiba” – O Herói da Fé Moderna

Rolihlahla Madiba Mandela nasceu em 18 de julho de 1918 em um vilarejo do bantustão na província de Transkei, recebeu o nome Nelson aos 7 anos por professores, seguindo uma tradição local de dar nomes cristãos às crianças, quando se tornou o primeiro da família a ir para a escola. “Bantustão” era o nome das prisões rurais destinadas aos não brancos pelo governo da África do Sul durante o Apartheid, política racista praticada na África do Sul desde o início do século passado e oficializada em 1948, após eleições onde apenas brancos votaram.

Descendente de Thembu, chefe de um clã dos Xhosas, um dos muitos povos locais da África do Sul, Mandela teve sua educação permeada de formação cristã por influência de sua mãe. Foi batizado na Igreja Metodista e, quando tinha apenas nove anos, seu pai morreu. Adotado pelo chefe Jongintaba Dalindyebo, o regente do povo Thembu, mudou-se para a capital de Thembuland onde ouviu pela primeira vez falar de como África tinha vivido em paz relativa até à chegada dos brancos.

No ano de 1939, Mandela entrou para a University College de Fort Hare, de onde foi expulso devido aos seus atos, considerados de insubordinação. Pouco depois entrou para a Universidade de Witwatersrand para estudar direito e envolveu-se ativamente no movimento antiapartheid inscrevendo-se no ANC (Congresso Nacional Africano) em 1942.

Durante 20 anos liderou uma campanha pacífica e não violenta contra o Governo e as suas políticas racistas, até que em 1960 a morte de 69 pessoas pela polícia durante uma manifestação o levou a optar pela guerrilha como forma de defender sua causa. Por causa de seu ativismo, em 1963 foi levado ao tribunal e condenado, com outras dez pessoas, à prisão perpétua por ofensas políticas, incluindo sabotagem.

Porém, sua prisão deu ainda mais força à luta antiapartheid e, durante os 27 anos que passou encarcerado, ele se tornou símbolo dessa luta e continuou liderando os grupos negros, mesmo estando preso. A partir de 1985, ele iniciou o diálogo sobre sua libertação com o Partido Nacional, que exigia que ele não voltasse à luta armada.
Quando foi libertado, emergiu como cabeça do ANC, liderando a reconciliação com os seus opressores de forma a conduzir o país pacificamente na sua transição após a era de 46 anos de segregação.

Considerado um dos maiores líderes políticos da história, Mandela chegou a ser considerado por muitos como um verdadeiro “santo”. Porém, firmado em sua formação cristã, ele mesmo se classificou como um pecador e afirmou: “Eu não sou um santo. A não ser que você pense em um santo como um pecador que continua tentando”.

Sobre sua luta, afirmou: “Sonho com o dia em que todos se levantarão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos”. Em outro momento disse que “enquanto permitimos que nossa luz brilhe, nós, inconscientemente, damos permissão a outros para fazerem o mesmo.”

Em sua biografia fez questão de ressaltar sua fé cristã. Quando mais novo estudou em uma escola missionária da Igreja Metodista, onde foi batizado. Enquanto esteve preso, o Concílio Metodista fez lobby para tentar sua soltura na época.

E assim, se vai um dos maiores guerreiros da paz do século. Mandela foi um verdadeiro embaixador da reconciliação, um homem que acreditou de verdade na liberdade e dela foi servo, ao ponto de ser preso pelo que creu.

Assim como os velhos profetas da antiguidade foi um porta voz da justiça e assumiu as consequências de sua mensagem.

É incrível quando um homem e sua mensagem se tornam uma coisa só.

Mandela morreu, em parte sim, mas seu testemunho agora se une a grande nuvem de testemunhas que viveram pela fé e que agora nos acompanha como legado do bem e uma mensagem poderosa de que tudo vale a pena quando acreditamos no amor.

Amor para Mandela não era romance, mas liberdade, justiça, união, igualdade, respeito e dignidade. Quem olha para o outro com esse olhar sabe o que é o amor, pois o Reino de Deus está no olhar de quem assim vê.

Hoje o capítulo 11 de Hebreus, no Novo Testamento, teve a sua lista de heróis da fé reatualizada, posto que pela fé Nelson Mandela lutou pela liberdade mesmo contra todas as oposições e mesmo preso fisicamente não perdeu a esperança, visto que sua alma era livre.

Referências: Longa Caminhada Até a Liberdade - Autobiografia
Autor: Mandela, Nelson
Campinas - SP
Textos publicados: 11 [ver]

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