Palavra do leitor
- 23 de outubro de 2008
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Louvor e adoração na pós-modernidade
"Os verdadeiros adoradores adorarão em Espírito e em Verdade."
Entre as referências de pensamentos que vigoram na atualidade destaca-se a pós-modernidade. Este conceito não define um período da história, mas sim um modo de pensar que recusa os pressupostos da modernidade, como por exemplo, o pessimismo acentuado do paradigma otimista que prometia, entre muitas coisas, a independência do individuo em relação ao universo místico e a solução dos problemas humanos com o desenvolvimento científico.
A crise intelectual tem produzido profundas mudanças no cenário mundial, instituições e ideologias solidamente construídas são desconstruídas. O Cristianismo não está isento deste processo. Percebe-se que os elementos que compõem a fé e o culto cristão sofreram e/ou sofrem consideráveis modificações.
A explicação é simples: o mundo em que o cristianismo habita não é o mesmo de algumas décadas ou séculos atrás. Isto não deve assustar os que confessam a fé cristã, a história da Igreja está repleta de adaptações culturais que se tornaram necessárias para sua sobrevivência.
Você deve estar se perguntando: e o que isto tem a ver com louvor, adoração e o texto que pauta esta reflexão?
Calma! Acredito que o pensamento pós-moderno, salvo exceções, pode apontar caminhos para uma nova atitude em relação ao nosso relacionamento com Deus.
Portanto, o texto do Evangelho Segundo João capítulo quatro, nos traz excelentes pistas para refletirmos sobre o louvor e a adoração em um mundo marcado pela ruptura de padrões de pensamento, entre elas destacamos pelo menos três:
1. A desconstrução da idéia de que o louvor e a adoração obedecem a “espaços sagrados” monopolizadores.
2. A descontinuidade da idéia de que o louvor e a adoração são exclusividades de pessoas com capacidades extraordinárias.
3. A fragmentação do pensamento míope de que o louvor e a adoração obedecem a métodos pré – determinados que resultaram em eficácia garantida - “produtividade”.
Em primeiro lugar entendo que não existem lugares específicos para o louvor e adoração. Todos os lugares são perfeitamente aceitáveis para um relacionamento criativo com Deus, basta conferir os textos dos evangelhos que apresentam Jesus em espaços considerados “inapropriados”, como por exemplo, a casa de Publicanos.
A dependência de espaços “santos” para relacionamento com o eterno conduz a uma dicotomia entre o “sagrado” e o “profano”.
Sendo que a supervalorização de “lugares adequados” conduz a uma segunda questão não menos importante, a supervalorização de pessoas com qualidades extraordinárias.
Os ensinamentos do Mestre apontam para uma questão paradoxal, pessoas sem “selo de qualidade” também encontram oportunidade para prestarem seu tributo a Deus.
Quem adorou a Deus na parábola do Bom Samaritano? O Sacerdote, o Levita ou o pária do Samaritano? Não estou com isso menosprezando a função, por exemplo, do ministro de louvor, apenas penso que devemos adorar e louvar a Deus nas múltiplas competências que possuímos.
É possível louvar e adorar a Deus pintando quadros, dançando, brincando, rindo, esculpindo, etc.
Por último proponho uma indagação: um método aparentemente eficaz conduz a um resultado seguro? A modernidade provou que não, pois a exploração da natureza e a customização de produtos até o consumidor final tem produzido em tão pouco tempo a escassez dos recursos que possibilitam a vida na terra.
O que a pós-modernidade tem a nos ensinar sobre a desconfiança metodológica? Simples! Jesus nos apresenta algo que dificilmente levamos em conta, que a maneira mais adequada para uma espiritualidade plena é a humanização das nossas ações.
Deus não se satisfaz com seres humanos agindo como máquinas programadas para “adorá-lo” numa religiosidade que mais parece uma linha de produção.
Acredito que adorar em “Espírito” e em “Verdade” tem a ver com meditação e celebração; silencio e barulho; murmúrio e grito; felicidade e tristeza; sucesso e derrota; e sentimentos como estes não podem ser “domesticados”.
Portanto a pós-modernidade nos convoca a entender que adoração tem a ver com o amor irrestrito que sentimos por Deus, enquanto o louvor e a resposta que damos a este amor.
Institucionalizar, “mecanizar” o relacionamento com Deus é um erro que muitos “religiosos” cometem e que traz grande insatisfação para ambas as partes.
Entre as referências de pensamentos que vigoram na atualidade destaca-se a pós-modernidade. Este conceito não define um período da história, mas sim um modo de pensar que recusa os pressupostos da modernidade, como por exemplo, o pessimismo acentuado do paradigma otimista que prometia, entre muitas coisas, a independência do individuo em relação ao universo místico e a solução dos problemas humanos com o desenvolvimento científico.
A crise intelectual tem produzido profundas mudanças no cenário mundial, instituições e ideologias solidamente construídas são desconstruídas. O Cristianismo não está isento deste processo. Percebe-se que os elementos que compõem a fé e o culto cristão sofreram e/ou sofrem consideráveis modificações.
A explicação é simples: o mundo em que o cristianismo habita não é o mesmo de algumas décadas ou séculos atrás. Isto não deve assustar os que confessam a fé cristã, a história da Igreja está repleta de adaptações culturais que se tornaram necessárias para sua sobrevivência.
Você deve estar se perguntando: e o que isto tem a ver com louvor, adoração e o texto que pauta esta reflexão?
Calma! Acredito que o pensamento pós-moderno, salvo exceções, pode apontar caminhos para uma nova atitude em relação ao nosso relacionamento com Deus.
Portanto, o texto do Evangelho Segundo João capítulo quatro, nos traz excelentes pistas para refletirmos sobre o louvor e a adoração em um mundo marcado pela ruptura de padrões de pensamento, entre elas destacamos pelo menos três:
1. A desconstrução da idéia de que o louvor e a adoração obedecem a “espaços sagrados” monopolizadores.
2. A descontinuidade da idéia de que o louvor e a adoração são exclusividades de pessoas com capacidades extraordinárias.
3. A fragmentação do pensamento míope de que o louvor e a adoração obedecem a métodos pré – determinados que resultaram em eficácia garantida - “produtividade”.
Em primeiro lugar entendo que não existem lugares específicos para o louvor e adoração. Todos os lugares são perfeitamente aceitáveis para um relacionamento criativo com Deus, basta conferir os textos dos evangelhos que apresentam Jesus em espaços considerados “inapropriados”, como por exemplo, a casa de Publicanos.
A dependência de espaços “santos” para relacionamento com o eterno conduz a uma dicotomia entre o “sagrado” e o “profano”.
Sendo que a supervalorização de “lugares adequados” conduz a uma segunda questão não menos importante, a supervalorização de pessoas com qualidades extraordinárias.
Os ensinamentos do Mestre apontam para uma questão paradoxal, pessoas sem “selo de qualidade” também encontram oportunidade para prestarem seu tributo a Deus.
Quem adorou a Deus na parábola do Bom Samaritano? O Sacerdote, o Levita ou o pária do Samaritano? Não estou com isso menosprezando a função, por exemplo, do ministro de louvor, apenas penso que devemos adorar e louvar a Deus nas múltiplas competências que possuímos.
É possível louvar e adorar a Deus pintando quadros, dançando, brincando, rindo, esculpindo, etc.
Por último proponho uma indagação: um método aparentemente eficaz conduz a um resultado seguro? A modernidade provou que não, pois a exploração da natureza e a customização de produtos até o consumidor final tem produzido em tão pouco tempo a escassez dos recursos que possibilitam a vida na terra.
O que a pós-modernidade tem a nos ensinar sobre a desconfiança metodológica? Simples! Jesus nos apresenta algo que dificilmente levamos em conta, que a maneira mais adequada para uma espiritualidade plena é a humanização das nossas ações.
Deus não se satisfaz com seres humanos agindo como máquinas programadas para “adorá-lo” numa religiosidade que mais parece uma linha de produção.
Acredito que adorar em “Espírito” e em “Verdade” tem a ver com meditação e celebração; silencio e barulho; murmúrio e grito; felicidade e tristeza; sucesso e derrota; e sentimentos como estes não podem ser “domesticados”.
Portanto a pós-modernidade nos convoca a entender que adoração tem a ver com o amor irrestrito que sentimos por Deus, enquanto o louvor e a resposta que damos a este amor.
Institucionalizar, “mecanizar” o relacionamento com Deus é um erro que muitos “religiosos” cometem e que traz grande insatisfação para ambas as partes.
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