Livrei-me de beijos machos magros

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Naquelas noites, quase dei um beijo no velho careca, e, recebi beijos de moços cabeludos. Você entenderá toda essa história, relacionada com outras...

1- Antecedentes:
Eu, ainda jovem e solteiro, mas não celibatário, pois contava com o casamento entre os meus sonhos, dirigia um seminário indenominacional. Eu que fora o 1º bibliotecário dele e do grupo dos 1ºs professores, era diretor, o 3.º da história dessa casa de profetas, e, à época, era DDD dessa entidade – dirigente, docente e discente (pois, fazia aulas de “Inglês Bíblico”, que u´a missionária americana ministrava) –. Eu, sempre interessado na causa interdenominacional, então dirigindo u´a faculdade livre indenominacional, juntava o fato de ser interdenominacional, para, in loco, ir ver o que se passava em várias denominações, e, até, entre seitas heréticas, para, depois, na pastoral do culto seminarístico, passar aos estudantes.

2- Procedentes:
Sendo assim, estando para a reunião da rede de seminários, que já contavam 16 ou 17 núcleos, inclusive em Nova York e em Portugal, na sede, no Rio, fui conhecer, duma vez só, os 2 cultos noturnais dominicais que a Igreja Presbiteriana de Copacabana mantinha, um lá pelas 18 horas, para mancebos e donzelas, e, no horário quase padrão de 19h30, para varões e varoas. Mas, não foi aqui que quase dei um ósculo não tão sacro num ancião calvo, e quase recebi ósculos também não tão sagrados de mancebos de longas cabeleiras.

Noutras noites, estive num culto da seita iluminista com nome belíssimo – Igreja Evangélica Brasileira –, fundada, em 11/9/1879, pelo iluminista ex-presbiteriano, Miguel Vieira Ferreira (*10/12/1837-+20/9/1895), e que fora abolicionista, republicano, jornalista, engenheiro, militar e Doutor em Ciências Matemáticas e Físicas; também, estive no templo do grupo do luso pr. Miguel Ângelo, recém-saído da Igreja Pentecostal da Nova Vida, com denominação nova na velha praça, que estava pegando fogo (e olha que não era em Botafogo!)!!!...

Na seita iluminista, na hora da ceia, com cálice comum, um diácono (?) vinha com u´a toalha enxugando as beiradas, para mais um membro tirar mais um gole. Como eu estava ligado à mídia televisiva, e ouvira que minha conterrânea (?) Glória Maria (!!!) fora pioneira dessa do repórter como que entrar na reportagem – por exemplo, se for reportar sobre asa delta, ele voa também –, eu queria quase entrar no cálice, quando um diácono puxou-me pela camisa, talvez com medo deu beber do cálice.

Mas, o pior da noite for ouvir u´a música exaltando o fundador que, como vimos, morrera, como parte do culto, como alguém que receberá u´a revelação ou iluminação especial, ou algo que o valha...

3- Seqüentes:
Depois da reunião religiosa, formou-se enorme fila, pra beijarem a mão e darem ósculo santo (portanto, na face!) do dirigente, com aparência de octogenário!!! Como eu pesquisava e era como que repórter, pra levar a notícia pra seminaristas, estava empacado na fila, pois eu que nunca recebera beijo de meu pai, e nunca lhe beijara, e à homem e de macho nenhum, resistia ter de beijar a face do barbado quase barbudo. Resistindo na fila que andava, e querendo desistir, vi que alguém só beijou a mão do religioso. Ai, tranqüilizei-me, e livrei-me do ósculo que acredito não teria coragem de dar; beijei só a mão! E, ainda foi muito!!!...

Finalmente, no templo neopentecostal, fui para um culto que o pregador rolou no púlpito, para dar um exemplo pro público – bem vívido, portanto! –, e, no término, ósculos perto dos óculos rolavam e rondavam soltos!!! Para não receber, sem querer, um desses beijos machos, magros como aqueles que o velho recebeu de muitos, sai, logo, do ambiente de beijoqueiros.

Nessas noites, sai ileso, sem doar e sem recepcionar ósculos, o que seria de decepcionar pra mim, cujo único homem que oscularia seria o filho, pois guardo outros ósculos pra – se tiver! – netos, bisnetos e tetranetos!!!

(Tripas / tri-Paz – 354).

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Opinião do leitor