Palavra do leitor
- 26 de maio de 2009
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Livra-nos do mal
No fórum de Ultimato uma questão pra lá de complicada, nosso caos cotidiano, as muitas faces de um problema do qual ninguém é poupado: a violência, um dos subprodutos da injustiça.
Até aqui falhamos, nenhuma medida adotada pode ser considerada eficaz; Todos os esforços para conter a violência mostram-se pequenos, tímidos, simples demais. A violência, a urbana, que assombra-nos todos os dias parece nunca arrefecer, nunca perder o fôlego.
Bandidos usam menores para crimes brutais, e o congresso resiste em aprovar leis que tirem das ruas, criminosos, hoje beneficiados por um código ultrapassado e incompetente. Arcaica lei.
Pessoas morrem por causa de um par de tênis, um celular, um relógio, por uns trocados pode-se morrer, ou por não tê-los; banalizaram. E chamar a polícia não é mais garantia de segurança, de socorro; desarmada, desfalcada, sem adequado preparo e mal remunerada, desmotivada numa guerra na qual o inimigo pode ser qualquer um.
Nem nós, os crentes, escapamos, nossas igrejas são alvo constante de ladrões e isso à luz do dia; no meu tempo de ladrão as mulheres grávidas, os idosos, gente com Bíblia na mão e igrejas eram sagrados, era impensável roubar uma igreja, um sacrilégio! Absurdo! Mas o mal nos atinge, e quando o mal nos atinge é hora de pensar, e orar por respostas.
A discussão ultrapassa as questões legais, extrapola o debate jurídico e certamente passa pelo mundo espiritual; não é só opinarmos a respeito da pena capital, é opinarmos sobre o papel da Igreja neste debate para o qual todos foram convocados; nós que representamos este lado da moeda temos a não pequena tarefa de encontrar respostas, pois o mundo, enquanto sistema, só pode combater a violência marginal usando a violência institucional. Se afunilarmos a discussão, se observarmos apenas a violência plural, perderemos a oportunidade (grandiosa) de trazermos para a mesa as questões ligadas à violência singular, nos lares, no trabalho e na igreja.
Todas as vezes que um crente entra numa igreja e ouve alguém afirmar que sua oração não será atendida, salvo se acompanhada de uma oferta em dinheiro, temos aí um sórdido caso de violência. O crente violentado no crer é irrecuperável, se fecha, perdeu o único referencial de esperança: o livre acesso ao Trono da Graça.
Se nos concentrarmos no assunto da violência “geral”, repito, perderemos a chance de tratarmos da violência presente na Igreja.
“Quantos irmãos e irmãs você conhece que tiveram suas almas e sua fé violentadas por algum mascate da fé?” Eu trabalho com recuperação de homens de rua, e nas ruas pode ser encontrada uma “legião” de ex-crentes, semi-crentes donos de uma sub-fé; uma enxurrada de gente ludibriada, confusa e pior, desapontada com DEUS.
A Igreja, “por princípios”, não toma posição, não verbaliza sua opinião, e ficamos às voltas com assuntos estéreis enquanto nossos irmãos e irmãs continuam a voltar dessas arapucas em forma de templo com as mãos vazias e um gosto amargo na boca. Behera tem razão, um vírus letal ronda-nos.
O fórum de Ultimato é válido? Óbvio que sim e o meu desejo é expandir a discussão; não encontraremos outro espaço respeitado e aceito pela ala séria da igreja brasileira. Quero contribuir como alguém que já foi agente dessa violência que assombra e mata pessoas até por não terem dinheiro na hora do assalto; e também triste conhecedor das tramóias em nome da fé.
Li o texto do Lucas Gomes, do Piauí; “ O amor gerando transformações.” Há verdade esplêndida nessa afirmação, é o tipo de comentário que esperamos de um crente em Jesus.
Na Missão Vida escutamos a mesma pergunta sempre: prá mendigo tem jeito? A resposta está na afirmação do Lucas, o amor em forma de serviço cristão integral, importar-se de verdade, saciar-se do básico e verdadeiro amor de DEUS traduzido na promoção do ser humano.
Nosso debate é inútil sem a fome e sede de justiça, sem atitudes que redundem nas radicais mudanças na forma de lidar com a responsabilidade da Igreja diante de todas as manifestações de injustiça, violência e do mal.
Os excluídos (uma abstração político/religiosa) são potenciais candidatos a agentes dessa violência, objeto do fórum; debatamos, mas amemos, de fato e de verdade, não só com palavras.
Jesus ocupou-se em denunciar, expor e aniquilar o mal; “ Para isto se manifestou o Filho de DEUS, para destruir as obras do diabo.” I Jo 3: 8b, “ A ira de DEUS é Sua pessoal e justa hostilidade contra o mal.(GENEBRA), então o que temos por toda a Bíblia é a luta entre DEUS, fonte de todo o bem contra satanás, a expressão de todo o mal.
Mesmo que isto te pareça antiquado ou soe démodé, a Bíblia é também o relato fiel do combate à injustiça, à violência e a todas as formas manifestas ou ocultas do mal.
“ Abstenha-se de todas as formas do mal, e zelosamente aplica-te à prática do Bem.” John Wesley (paráfrase minha).
(ex-interno do centro de recuperação de mendigos – Missão Vida)
http://www.mvida.org.br conheça-nos!
http://sola-scriptura.com cadastre-se! Leia a Bíblia!
Até aqui falhamos, nenhuma medida adotada pode ser considerada eficaz; Todos os esforços para conter a violência mostram-se pequenos, tímidos, simples demais. A violência, a urbana, que assombra-nos todos os dias parece nunca arrefecer, nunca perder o fôlego.
Bandidos usam menores para crimes brutais, e o congresso resiste em aprovar leis que tirem das ruas, criminosos, hoje beneficiados por um código ultrapassado e incompetente. Arcaica lei.
Pessoas morrem por causa de um par de tênis, um celular, um relógio, por uns trocados pode-se morrer, ou por não tê-los; banalizaram. E chamar a polícia não é mais garantia de segurança, de socorro; desarmada, desfalcada, sem adequado preparo e mal remunerada, desmotivada numa guerra na qual o inimigo pode ser qualquer um.
Nem nós, os crentes, escapamos, nossas igrejas são alvo constante de ladrões e isso à luz do dia; no meu tempo de ladrão as mulheres grávidas, os idosos, gente com Bíblia na mão e igrejas eram sagrados, era impensável roubar uma igreja, um sacrilégio! Absurdo! Mas o mal nos atinge, e quando o mal nos atinge é hora de pensar, e orar por respostas.
A discussão ultrapassa as questões legais, extrapola o debate jurídico e certamente passa pelo mundo espiritual; não é só opinarmos a respeito da pena capital, é opinarmos sobre o papel da Igreja neste debate para o qual todos foram convocados; nós que representamos este lado da moeda temos a não pequena tarefa de encontrar respostas, pois o mundo, enquanto sistema, só pode combater a violência marginal usando a violência institucional. Se afunilarmos a discussão, se observarmos apenas a violência plural, perderemos a oportunidade (grandiosa) de trazermos para a mesa as questões ligadas à violência singular, nos lares, no trabalho e na igreja.
Todas as vezes que um crente entra numa igreja e ouve alguém afirmar que sua oração não será atendida, salvo se acompanhada de uma oferta em dinheiro, temos aí um sórdido caso de violência. O crente violentado no crer é irrecuperável, se fecha, perdeu o único referencial de esperança: o livre acesso ao Trono da Graça.
Se nos concentrarmos no assunto da violência “geral”, repito, perderemos a chance de tratarmos da violência presente na Igreja.
“Quantos irmãos e irmãs você conhece que tiveram suas almas e sua fé violentadas por algum mascate da fé?” Eu trabalho com recuperação de homens de rua, e nas ruas pode ser encontrada uma “legião” de ex-crentes, semi-crentes donos de uma sub-fé; uma enxurrada de gente ludibriada, confusa e pior, desapontada com DEUS.
A Igreja, “por princípios”, não toma posição, não verbaliza sua opinião, e ficamos às voltas com assuntos estéreis enquanto nossos irmãos e irmãs continuam a voltar dessas arapucas em forma de templo com as mãos vazias e um gosto amargo na boca. Behera tem razão, um vírus letal ronda-nos.
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Li o texto do Lucas Gomes, do Piauí; “ O amor gerando transformações.” Há verdade esplêndida nessa afirmação, é o tipo de comentário que esperamos de um crente em Jesus.
Na Missão Vida escutamos a mesma pergunta sempre: prá mendigo tem jeito? A resposta está na afirmação do Lucas, o amor em forma de serviço cristão integral, importar-se de verdade, saciar-se do básico e verdadeiro amor de DEUS traduzido na promoção do ser humano.
Nosso debate é inútil sem a fome e sede de justiça, sem atitudes que redundem nas radicais mudanças na forma de lidar com a responsabilidade da Igreja diante de todas as manifestações de injustiça, violência e do mal.
Os excluídos (uma abstração político/religiosa) são potenciais candidatos a agentes dessa violência, objeto do fórum; debatamos, mas amemos, de fato e de verdade, não só com palavras.
Jesus ocupou-se em denunciar, expor e aniquilar o mal; “ Para isto se manifestou o Filho de DEUS, para destruir as obras do diabo.” I Jo 3: 8b, “ A ira de DEUS é Sua pessoal e justa hostilidade contra o mal.(GENEBRA), então o que temos por toda a Bíblia é a luta entre DEUS, fonte de todo o bem contra satanás, a expressão de todo o mal.
Mesmo que isto te pareça antiquado ou soe démodé, a Bíblia é também o relato fiel do combate à injustiça, à violência e a todas as formas manifestas ou ocultas do mal.
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