Palavra do leitor
- 08 de fevereiro de 2012
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Lady Gaga, Teló, Valdemiro. Gondim, Caio Fábio, Lula... São todos Brega e Kitsch!
Se buscar no Google o significado ‘kitsch’ e ‘brega’, vão se entupir. Poupo-lhes.
‘kitsch’ não é ‘brega’. ‘Brega’ é fora de época, retrô! ‘Kitsch’ é curtir no presente a coisa que foi boa e moderna no passado. Para tanto, usa-se a criatividade, no presente, renovando o velho. O passado com requintes do presente. Lady Gaga é ‘kitsch’.
‘Kitsch’ tem tudo a ver tanto com comportamento social quanto com vanguarda e nostalgia do passado refletida nas variadas formas de arte.
A palavra ‘kitsch’ veio do Alemão com aquele sentido de ‘coisa de segunda’, ‘inferior’. É a tentativa de dar recauchutada de primeira com estilo novo em coisa que foi moderna.
‘Brega’ é diferente de ‘kitsch’. ‘Brega é órgão de pedais tocado naquelas igrejas tradicionais e fora totalmente do contexto atual. Não se imagina mais casal entrando ao som da Marcha Nupcial de Mendelssohn com toda aquela pompa e circunstância e uma pedaleira. Pode-se até tocar, mas será de outra forma, estilizada, e com parafernália eletrônica.
Lembram-se da VARIANT da Volkswagen que o GOL mandou para o museu do automóvel? Variant é ‘brega’. Mas se vc rebaixar o cabeçote, ‘envenenar o motor’, mexer no chassis, meter-lhe roda de liga leve, aro 16 e um sonzão pra arrebentar, aí deixa de ser ‘brega’ e passa a ser ‘kitsch’. ‘Tendeu?’
‘Kitsch’ é diferente de ‘brega’. Lembram-se do ‘bamba’ (‘kichute’), aquele tênis feio pra caramba da década de 80 e 90? Naquela época tinha um ‘quê’ de revolta, contracultura: pobreza em pé de rico, ou algo assim. O ‘kitsch’ tem esse ar de criatividade, muito embora assentado no velho. 'Kitsch' é Pura irreverência!
Confesso que tive que me segurar para não rir. Santo Deus! O noivo era ‘kitsch’. O cara entrou de fraque e tênis bamba (ou ‘kichute’), ‘magina’! E sem os cordões do tênis e ainda por cima, vermelho, em contraste com o negro do fraque! Isso é ‘kitsch’.
É o passado (‘kichute’) com aquela contracultura revoltosa onde o sujeito usava tênis onde imperava a Nike e outros. Ele (o noivo) se mostrava agora diferente; moderno, no ‘kitsch'.
Com o ‘bamba’, ele ainda quer guardar certa presença cultural que puxa lá de detrás, e de lá trás certa nostalgia rebelde. Sentiu-se triunfal!
Ao meu lado alguns sussurravam, "que audácia!". Outros comentavam, "como ele é original". Nem me perguntem o que eu acho!
O ‘kitsch’ tem esse diferencial do ‘brega’: abusa-se no presente de coisas que foram modernas em épocas outras. ‘Brega’, porém, é mais para coisas que estão erradas e fora do contexto, da modernidade mesmo. Daí o exemplo do órgão eletrônico, dos Hinos e dos Hinários Evangélicos, dos Corinhos, e da Marcha Nupcial. Já o ‘kitsch’ é aquela roupagem nova em coisa velha, que foi moderna e que se tenta renovar.
Bieber, Lady Gaga, Teló são ‘kitsch’ e ‘brega’ ao mesmo tempo. Os Evangélicos citados, idem. Vou dar uma dica. Tome a letra das músicas dos primeiros e muito dos escritos dos segundos e vejam se tem alguma coisa que vá além de uma profundidade rasa como canela de formiga atravessando um pires com água.
Quando o Valdemiro diz com aquele vozeirão rouco de boiadeiro e chapéu (o chapéu é ‘kitsch’) que Deus é “poderooooooosuuu”, a audiência vem abaixo! Aliás, o ‘poderoso’ aí é tão profundo quanto dizer que ‘chove em algum lugar da terra em algum momento!’ Mas foi o Valdemiro que falou... Ah, bom! Então, tá!
Gondim registra o que alguns decanos com mais de 500 anos de história e sangue, escreveram: "Soli Deo Gloria". Mas por ser Gondim --- sem glória, suor e sangue --- passa a ser refrão de autoridade máxima. Isso é ‘kitsch’.
O café que a empregada faz aqui em casa é o mesmo que meu amigo Taufik toma no Líbano. Mas ‘Café com Graça’, de Caio Fábio, é outra coisa. Isso é ‘kitsch’!
O Malafaia desce o porrete, grita e pula, gesticula, anuncia raios e trovoadas celestiais. Como se vive em um país com crise de abstinência de autoridade, os bocós acenam com o tradicional “esse, sim, é um homem de Deus!”.
O Lula, a meu juízo, é o maior mistificador que o Brasil já conheceu desde Getúlio Vargas. É, ao mesmo tempo, ‘brega’ e ‘kitsch’.
Com o câncer, ele e Valdemiro usam chapéu. Este último coloca-o da cabeça em respeito ao Santíssimo para locupletar-se do bolso alheio; Lula esconde a queda de cabelo com chapéu para fazer política com a doença. Ambos empobrecem e furtam as pessoas.
Ambos se apresentam modernos com ideias sem o menor fundamento: Lula como o Nordestino que deu certo (mas é apenas CD pirateado em cima da política); o segundo, o Evangélico, tentando vender o ‘Poderooooooosuuu’ a preços de varejo.
‘Brega’ e o ‘kitsch’ são isso: quando encarnados naqueles que se sentem imbuídos de uma missão, política ou divina, não são apenas difamadores ou enganadores artísticos. Entre um e outro, a verdade e a mentira são apenas categorias irrelevantes.
PS. Este também é brega (AQUI). Mas aí é o brega se explicando ‘brega’.
‘kitsch’ não é ‘brega’. ‘Brega’ é fora de época, retrô! ‘Kitsch’ é curtir no presente a coisa que foi boa e moderna no passado. Para tanto, usa-se a criatividade, no presente, renovando o velho. O passado com requintes do presente. Lady Gaga é ‘kitsch’.
‘Kitsch’ tem tudo a ver tanto com comportamento social quanto com vanguarda e nostalgia do passado refletida nas variadas formas de arte.
A palavra ‘kitsch’ veio do Alemão com aquele sentido de ‘coisa de segunda’, ‘inferior’. É a tentativa de dar recauchutada de primeira com estilo novo em coisa que foi moderna.
‘Brega’ é diferente de ‘kitsch’. ‘Brega é órgão de pedais tocado naquelas igrejas tradicionais e fora totalmente do contexto atual. Não se imagina mais casal entrando ao som da Marcha Nupcial de Mendelssohn com toda aquela pompa e circunstância e uma pedaleira. Pode-se até tocar, mas será de outra forma, estilizada, e com parafernália eletrônica.
Lembram-se da VARIANT da Volkswagen que o GOL mandou para o museu do automóvel? Variant é ‘brega’. Mas se vc rebaixar o cabeçote, ‘envenenar o motor’, mexer no chassis, meter-lhe roda de liga leve, aro 16 e um sonzão pra arrebentar, aí deixa de ser ‘brega’ e passa a ser ‘kitsch’. ‘Tendeu?’
‘Kitsch’ é diferente de ‘brega’. Lembram-se do ‘bamba’ (‘kichute’), aquele tênis feio pra caramba da década de 80 e 90? Naquela época tinha um ‘quê’ de revolta, contracultura: pobreza em pé de rico, ou algo assim. O ‘kitsch’ tem esse ar de criatividade, muito embora assentado no velho. 'Kitsch' é Pura irreverência!
Confesso que tive que me segurar para não rir. Santo Deus! O noivo era ‘kitsch’. O cara entrou de fraque e tênis bamba (ou ‘kichute’), ‘magina’! E sem os cordões do tênis e ainda por cima, vermelho, em contraste com o negro do fraque! Isso é ‘kitsch’.
É o passado (‘kichute’) com aquela contracultura revoltosa onde o sujeito usava tênis onde imperava a Nike e outros. Ele (o noivo) se mostrava agora diferente; moderno, no ‘kitsch'.
Com o ‘bamba’, ele ainda quer guardar certa presença cultural que puxa lá de detrás, e de lá trás certa nostalgia rebelde. Sentiu-se triunfal!
Ao meu lado alguns sussurravam, "que audácia!". Outros comentavam, "como ele é original". Nem me perguntem o que eu acho!
O ‘kitsch’ tem esse diferencial do ‘brega’: abusa-se no presente de coisas que foram modernas em épocas outras. ‘Brega’, porém, é mais para coisas que estão erradas e fora do contexto, da modernidade mesmo. Daí o exemplo do órgão eletrônico, dos Hinos e dos Hinários Evangélicos, dos Corinhos, e da Marcha Nupcial. Já o ‘kitsch’ é aquela roupagem nova em coisa velha, que foi moderna e que se tenta renovar.
Bieber, Lady Gaga, Teló são ‘kitsch’ e ‘brega’ ao mesmo tempo. Os Evangélicos citados, idem. Vou dar uma dica. Tome a letra das músicas dos primeiros e muito dos escritos dos segundos e vejam se tem alguma coisa que vá além de uma profundidade rasa como canela de formiga atravessando um pires com água.
Quando o Valdemiro diz com aquele vozeirão rouco de boiadeiro e chapéu (o chapéu é ‘kitsch’) que Deus é “poderooooooosuuu”, a audiência vem abaixo! Aliás, o ‘poderoso’ aí é tão profundo quanto dizer que ‘chove em algum lugar da terra em algum momento!’ Mas foi o Valdemiro que falou... Ah, bom! Então, tá!
Gondim registra o que alguns decanos com mais de 500 anos de história e sangue, escreveram: "Soli Deo Gloria". Mas por ser Gondim --- sem glória, suor e sangue --- passa a ser refrão de autoridade máxima. Isso é ‘kitsch’.
O café que a empregada faz aqui em casa é o mesmo que meu amigo Taufik toma no Líbano. Mas ‘Café com Graça’, de Caio Fábio, é outra coisa. Isso é ‘kitsch’!
O Malafaia desce o porrete, grita e pula, gesticula, anuncia raios e trovoadas celestiais. Como se vive em um país com crise de abstinência de autoridade, os bocós acenam com o tradicional “esse, sim, é um homem de Deus!”.
O Lula, a meu juízo, é o maior mistificador que o Brasil já conheceu desde Getúlio Vargas. É, ao mesmo tempo, ‘brega’ e ‘kitsch’.
Com o câncer, ele e Valdemiro usam chapéu. Este último coloca-o da cabeça em respeito ao Santíssimo para locupletar-se do bolso alheio; Lula esconde a queda de cabelo com chapéu para fazer política com a doença. Ambos empobrecem e furtam as pessoas.
Ambos se apresentam modernos com ideias sem o menor fundamento: Lula como o Nordestino que deu certo (mas é apenas CD pirateado em cima da política); o segundo, o Evangélico, tentando vender o ‘Poderooooooosuuu’ a preços de varejo.
‘Brega’ e o ‘kitsch’ são isso: quando encarnados naqueles que se sentem imbuídos de uma missão, política ou divina, não são apenas difamadores ou enganadores artísticos. Entre um e outro, a verdade e a mentira são apenas categorias irrelevantes.
PS. Este também é brega (AQUI). Mas aí é o brega se explicando ‘brega’.
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