Palavra do leitor
- 17 de junho de 2022
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Jesus se envolveu em política?
Jesus se envolveu em política? A resposta a essa pergunta dependerá de como concebemos política. Na antiga Grécia, a política origina-se do termo polis (cidade), ou seja, a vida política estava vinculada a convivência social no meio urbano. Nesse sentido, Jesus foi político, pois não esteve isolado da sociedade na qual estava inserido e, muito menos, optou por uma vida monástica. Pelo contrário, foi, pejorativamente, chamado de "amigo de pecadores e publicanos". Em sua oração sacerdotal, rogou pelos discípulos dizendo: "Não peço que os tires do mundo, mas que os livre do mal" (Jo 17). Mas será que Jesus envolveu-se numa política partidária? Havia muitos partidos político-religiosos (fariseus, saduceus, zelotes, herodianos, escribas) na época de Jesus, porém, Ele não se filiou a nenhum deles. Isso porque a proposta do evangelho transcendente qualquer ideologia, época e cultura. Todavia, isso não o impedia de ter uma postura de discordância e concordância em alguns aspectos. Mostrava-se alinhado aos fariseus no que diz respeito a doutrina da ressurreição, mas era bastante crítico de suas atitudes hipócritas, dogmatismo e moralismo. Pregava a revolução do amor, entretanto, não concordava com as ações violentas dos zelotes revolucionários contra as forças de ocupação romana. Critica autoridades políticas como Herodes chamando-o de "raposa". Também denuncia as repressões violentas de Pilatos de uma revolta de galileus (Lc 13). Por outro lado, quando questionado sobre a licitude do pagamento de impostos, disse: "Dai a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus".
Com essa resposta Jesus estabelece alguns parâmetros para entender o papel do Estado e dos cristãos em relação a ele. O Estado é uma instituição permitida por Deus para manter a ordem e segurança, bem como restringir o mal (hoje existem outras funções atribuídas ao poder público). Para o exercício do poder público, o Estado precisará de aporte financeiro, daí Jesus dizer: "Dai a Cesar o que de Cesar" (tributo e honra). Isso dentro da normalidade. Entretanto, os governantes podem abusar do poder. O poder vem de Deus, mas não o abuso dele. Daí Jesus dizer: "Dai a Deus o que é de Deus". Só Deus detém todo o poder. Quando o Estado não entende esse limite ele quer ser absoluto, divino e totalitário. Sendo assim, perde-se de vista o propósito dele, transformando-se em um poder bestial (Ap 13), monstruoso e autoritário. A contribuição que Jesus dá para a política não é partidária, mas sim através do ensinamento e prática dos valores do Reino que penetra a sociedade como fermento na massa e como sal na comida. Isso não fazia de Jesus um alienado, mas alguém antenado com o seu tempo capaz de fazer críticas pontuais ao sistema político (Cesar, Herodes e Pilatos) e religioso (fariseus, saduceus e herodianos), bem como fazer uso de sua voz profética.
Seguindo o modelo do Mestre, devemos igualmente alinhar-se com aquela ou outra proposta política, desde que ela esteja em harmonia com Evangelho e rechaçar toda ideologia e prática que violam os princípios evangélicos, tais como: graça, compaixão, liberdade, justiça, amor, fé e esperança.
Com essa resposta Jesus estabelece alguns parâmetros para entender o papel do Estado e dos cristãos em relação a ele. O Estado é uma instituição permitida por Deus para manter a ordem e segurança, bem como restringir o mal (hoje existem outras funções atribuídas ao poder público). Para o exercício do poder público, o Estado precisará de aporte financeiro, daí Jesus dizer: "Dai a Cesar o que de Cesar" (tributo e honra). Isso dentro da normalidade. Entretanto, os governantes podem abusar do poder. O poder vem de Deus, mas não o abuso dele. Daí Jesus dizer: "Dai a Deus o que é de Deus". Só Deus detém todo o poder. Quando o Estado não entende esse limite ele quer ser absoluto, divino e totalitário. Sendo assim, perde-se de vista o propósito dele, transformando-se em um poder bestial (Ap 13), monstruoso e autoritário. A contribuição que Jesus dá para a política não é partidária, mas sim através do ensinamento e prática dos valores do Reino que penetra a sociedade como fermento na massa e como sal na comida. Isso não fazia de Jesus um alienado, mas alguém antenado com o seu tempo capaz de fazer críticas pontuais ao sistema político (Cesar, Herodes e Pilatos) e religioso (fariseus, saduceus e herodianos), bem como fazer uso de sua voz profética.
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