Palavra do leitor
- 29 de julho de 2022
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Jesus – encarnação da graça e da verdade
"E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade" (João 1:14).
Uma das coisas que mais impressionam no ministério de Jesus é sua capacidade de conciliar duas coisas, aparentemente, irreconciliável: graça e verdade. Quem se posiciona em favor, exclusivamente, da graça é rotulado de liberal, tolerante, condescendente, conivente, permissivista. Quem se põe ao lado somente da verdade, geralmente, é taxado de dogmático, reacionário, legalista, moralista, conservador. Se olharmos para a vida de Jesus, ele "apanhou" dos dois lados. Para os conservadores, Ele tinha uma aproximação vexatória, vergonhosa e, no mínimo, suspeita, com os pecadores. Para os revolucionários e os de tendências obscenas, promíscuas e imorais, ele era muito "certinho", ortodoxo e conservador. Como, então, Jesus conseguia conciliar em sua vida, ministério e pregação essas duas realidades: graça e verdade?
O nascimento de Jesus é a primeira revelação de que graça e verdade podem andar de mãos dadas. Os evangelistas não escondem a verdade sobre o nascimento de Jesus e não pintam o Natal como se fosse um conto de fadas. Mateus diz que Herodes executa um massacre das crianças, Lucas escreve que Maria, ao visitar o sacerdote Simeão, recebe dele uma profecia estarrecedora: "uma espada transpassará o teu coração" – prevendo os sofrimentos pelos quais ela iria submeter-se em função do fato de ser mãe de Jesus. O primeiro Natal "verdadeiro" tem infanticídio, suspeita de adultério, fuga para o Egito, pobreza, recenseamento para satisfazer a ganância arrecadatória de Estado totalitário. No meio de tudo pode-se ver um sinal da graça? Sim, podemos. Não nesses acontecimentos político-econômico-sociais em si, mas naquilo que estava acontecendo nos bastidores da história. Quais são elas: o cântico de Maria, Isabel, Simeão, dos anjos e de Zacarias. A visita de Maria a sua prima Isabel grávida e a intervenção histórico-salvífico de Deus em tudo isso.
Em seu ministério Jesus mostra um duplo comportamento no que tange ao tratamento com as pessoas. Para com os pecadores públicos (publicanos, prostitutas e doentes) mostra-se bastante acolhedor (graça). Para com os religiosos hipócritas, Ele se mostra terrivelmente crítico (verdade). A graça é tão efetiva no ministério de Jesus que foi apelidado de "amigos de pecadores e publicanos". Essa amizade, um tanto quanto suspeita, na concepção dos fariseus, era justificado por Ele com uma analogia: "Não são os sãos que precisam de médicos, e sim os doentes". Quando entrou casa de servidor público corrupto como fora Zaqueu, Ele legitimava sua ação com a consciência missional: "O Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido". Questionado o porquê de tanta tolerância, argumentava: "Não se esmaga a cana quebrada, nem o pavio que fumega".
Jesus não era condescendente demais com essas atitudes? Não, não era. Só que sua "tolerância zero" era com os religiosos que deveria representar Deus na terra, mas eram um contrassinal do Reino.
Quando Jesus pregava e ensinava, fazia sempre aliando harmonicamente graça e verdade.
1. Pregou a mulher adúltera sobre a graça do perdão de Deus, mas também sobre a verdade-coerência de desapegar-se do pecado.
2. Pregou sobre a graça de vida plena, mas alertou sobre a verdade espiritual de que existe um ser que tem interesse de matar, roubar e destruir.
3. Pregou sobre a graça de ter no céu bastante espaço (moradas), mas advertiu sobre a verdade de que ninguém vem ao Pai, se não for por intermédio dele.
Jesus é o modelo escriturístico de que é possível conciliar, harmonicamente, graça e verdade, sem que, para isso, tenhamos que sacrificar um em detrimento do outro. Que nós, igualmente, líderes e servos de Deus, possamos encarnar a graça e a verdade na vida, no ministério, pregação e discipulado. E que Deus nos ajude nessa difícil missão!
Por pr. Isaac Vieira
Uma das coisas que mais impressionam no ministério de Jesus é sua capacidade de conciliar duas coisas, aparentemente, irreconciliável: graça e verdade. Quem se posiciona em favor, exclusivamente, da graça é rotulado de liberal, tolerante, condescendente, conivente, permissivista. Quem se põe ao lado somente da verdade, geralmente, é taxado de dogmático, reacionário, legalista, moralista, conservador. Se olharmos para a vida de Jesus, ele "apanhou" dos dois lados. Para os conservadores, Ele tinha uma aproximação vexatória, vergonhosa e, no mínimo, suspeita, com os pecadores. Para os revolucionários e os de tendências obscenas, promíscuas e imorais, ele era muito "certinho", ortodoxo e conservador. Como, então, Jesus conseguia conciliar em sua vida, ministério e pregação essas duas realidades: graça e verdade?
O nascimento de Jesus é a primeira revelação de que graça e verdade podem andar de mãos dadas. Os evangelistas não escondem a verdade sobre o nascimento de Jesus e não pintam o Natal como se fosse um conto de fadas. Mateus diz que Herodes executa um massacre das crianças, Lucas escreve que Maria, ao visitar o sacerdote Simeão, recebe dele uma profecia estarrecedora: "uma espada transpassará o teu coração" – prevendo os sofrimentos pelos quais ela iria submeter-se em função do fato de ser mãe de Jesus. O primeiro Natal "verdadeiro" tem infanticídio, suspeita de adultério, fuga para o Egito, pobreza, recenseamento para satisfazer a ganância arrecadatória de Estado totalitário. No meio de tudo pode-se ver um sinal da graça? Sim, podemos. Não nesses acontecimentos político-econômico-sociais em si, mas naquilo que estava acontecendo nos bastidores da história. Quais são elas: o cântico de Maria, Isabel, Simeão, dos anjos e de Zacarias. A visita de Maria a sua prima Isabel grávida e a intervenção histórico-salvífico de Deus em tudo isso.
Em seu ministério Jesus mostra um duplo comportamento no que tange ao tratamento com as pessoas. Para com os pecadores públicos (publicanos, prostitutas e doentes) mostra-se bastante acolhedor (graça). Para com os religiosos hipócritas, Ele se mostra terrivelmente crítico (verdade). A graça é tão efetiva no ministério de Jesus que foi apelidado de "amigos de pecadores e publicanos". Essa amizade, um tanto quanto suspeita, na concepção dos fariseus, era justificado por Ele com uma analogia: "Não são os sãos que precisam de médicos, e sim os doentes". Quando entrou casa de servidor público corrupto como fora Zaqueu, Ele legitimava sua ação com a consciência missional: "O Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido". Questionado o porquê de tanta tolerância, argumentava: "Não se esmaga a cana quebrada, nem o pavio que fumega".
Jesus não era condescendente demais com essas atitudes? Não, não era. Só que sua "tolerância zero" era com os religiosos que deveria representar Deus na terra, mas eram um contrassinal do Reino.
Quando Jesus pregava e ensinava, fazia sempre aliando harmonicamente graça e verdade.
1. Pregou a mulher adúltera sobre a graça do perdão de Deus, mas também sobre a verdade-coerência de desapegar-se do pecado.
2. Pregou sobre a graça de vida plena, mas alertou sobre a verdade espiritual de que existe um ser que tem interesse de matar, roubar e destruir.
3. Pregou sobre a graça de ter no céu bastante espaço (moradas), mas advertiu sobre a verdade de que ninguém vem ao Pai, se não for por intermédio dele.
Jesus é o modelo escriturístico de que é possível conciliar, harmonicamente, graça e verdade, sem que, para isso, tenhamos que sacrificar um em detrimento do outro. Que nós, igualmente, líderes e servos de Deus, possamos encarnar a graça e a verdade na vida, no ministério, pregação e discipulado. E que Deus nos ajude nessa difícil missão!
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