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Palavra do leitor

Interesse pessoal (Is 1.23)

“Os teus príncipes são rebeldes e companheiros de ladrões; cada um deles ama o suborno e corre atrás de recompensas. Não defendem o direito do órfão, e não chega perante eles a causa das viúvas”.

Em tom de ironia, podemos dizer que em nossos dias as coisas mudaram muito e que hoje as pessoas são justas, não se associam a ladrões, cuidam muito bem dos necessitados e detestam o suborno.

O profeta Isaías, incumbido de proclamar da parte de Deus uma mensagem de arrependimento, um convite gracioso: “Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã. Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra. Mas, se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; porque a boca do Senhor o disse”. Is 1.18-20. Nesse texto, podemos ver um profeta no exercício de sua função, exercendo misericórdia, ao convidar os pecadores ao arrependimento, mas também mostrando o risco da inadimplência espiritual.

O comportamento dos representantes da nação demonstra interesses pessoais e ganância, conforme se percebe pela maneira como Isaías se expressa quando diz que “os príncipes são rebeldes, companheiros de ladrões e amam o suborno”.

Muitos séculos passaram após este lamento de Isaías e o comportamento interesseiro está instalado em muitos representantes do povo.

O resumido noticiário de Isaías aponta dois segmentos inconformados: de um lado, os príncipes, cheios de ganância e interesse próprio, e, de outro, os necessitados de assistência social, em razão da corrupção desses representantes provinciais.

Quase três mil anos depois, o comportamento humano continua carecendo de reforma, renovação e restauração. Todos os dias, a mídia expõe atitudes de representantes do povo que são incoerentes com as propostas sociais.

O profeta Jeremias registra uma análise que Deus faz do coração do homem corrupto e da punição, que não tarda em ser aplicada aos que agem visando apenas o interesse próprio, que no dito popular é “puxar a brasa para baixo de sua sardinha”.
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas ações”. (RA) “O homem que ganha dinheiro desonestamente é como a ave que choca ovos que não botou; durante a sua vida, ele perde as suas riquezas e no fim não passa de um tolo”. (NTLH) Jr 17.9-11.

O suborno atenta contra a justiça e é condenável. Os servos de Deus devem fugir dessas
armadilhas, que geram vantagens, mas não dão direito ao céu.

Cito as palavras do apóstolo Paulo em Rm 12.2 para refletirmos: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.
Campo Grande - MS
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