Palavra do leitor
- 29 de janeiro de 2013
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Integral ou parcial?
No mundo das escolhas, em que tudo parece que está numa prateleira de supermercado, as pessoas se vêem como consumidoras de tudo. O campo de ofertas se estende a tal ponto que o consumidor se vê perdido em meio a tantas escolhas: diet, light, “com toque de limão”, integral, desnatado, instantâneo…
A verdade é que as nossas relações também viraram produto de prateleira. Parece que fomos industrializados e temos até data de vencimento! Quietude, espera, meditação, dentre outras disciplinas contemplativas, não são bem quistas entre nós. Um exemplo disso é a frase dos que se aventuram no amor: “A fila anda” – como se o coração fosse um produto na linha de montagem de um modelo fordista, feito para ser consumido como os demais bens de produção duráveis. Bem, na verdade, não tão duráveis assim, vamos combinar… Você sabe, né? É a lógica do sistema capitalista: os bens não podem durar tanto, pra economia girar. Daí, temos um outro modelo: toyotismo. Isto é, na explicação schopenhaueriana, trata-se da “destruição criadora” que troca o velho pelo novo. Abre parêntesis. Acertei economistas? Fecha parêntesis.
Outra coisa é perceber como a nossa espiritualidade tem sido alvo dessa correria desenfreada. São tantos eventos, congressos, vigílias, louvorzões etc, que me pergunto, sinceramente, qual é a motivação disso tudo. Acredito que nossa agenda precisa considerar que a missão é integral: “O Evangelho todo, para o homem todo, para todos os homens.” De um tempo pra cá, “missão integral” tem sido tema corrente em oficinas, palestras, boletins dominicais e outras formas de mídia evangélica. Mas, que fique claro o seguinte: missão integral não é uma invenção de missiólogos e também não é novidade. Ora, as Escrituras nos apresentam ótimos exemplos de missão integral. Nada melhor que a parábola do bom samaritano!
“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações…” (Mateus 28:19) A Grande Comissão é muito mais que um tema sublime, majestoso… Pra mim, Jesus Cristo não estalou os dedos e deu essa ordem aos seus discípulos. Não! Ele demonstrou isso, em seu ministério, através de seu relacionamento com o próximo: a mulher samaritana (era de Samaria), a mulher cananéia (uma “cachorrinha”, para alguns), a escolha de Levi (um cobrador de impostos, minha gente!), dentre outros personagens que faziam qualquer judeu sentir coceira só em mencioná-los.
Gente não é robô. Gente tem sentimentos, emoções, projetos, desejos, sonhos… E é justamente nessa rede de gente que a missão integral se apresenta. Não há espaço para estruturas, porque a vida é dinâmica e Deus se revela de forma dinâmica: impossível formatar Deus.
Não é difícil constatar que o ativismo é a “praga” que ronda a Igreja de Cristo (ou um dos), quando consideramos as tarefas essenciais para o cumprimento da Grande Comissão. Chamo de praga porque elas aparentam ser boas para o “crescimento da igreja”. Dessa forma, é como se medíssemos a espiritualidade de alguém pelo número de cargos, títulos, liderança em ministério(s)… Em outras palavras, como Jesus nos alertou, estejamos atentos e tenhamos cuidado com o “fermento dos fariseus e dos saduceus.” (Mateus 16:5-12)
Quando desconsideramos que a missão é integral, fazemos do Evangelho uma grande indústria: onde os “fermentos” da igreja são dos mais variados. Admito que sinto uma mistura de tristeza e alegria, quando escrevo isso. Tristeza, porque já corri de um lado para o outro procurando “fazer algo pra Deus”. E sei que, se não vigiar, volto àquela correria outra vez, porque não estamos vacinados contra essas coisas. Sinto alegria pela consciência de que não preciso “entrar em crise”, por exemplo, porque não abri a boca pra falar do plano da salvação.
Descobri que ser cristão é me relacionar com Deus, amando o meu próximo, ser diferente porque o Evangelho está me transformando de uma forma plena, integral e não parcial. De acordo com sua resposta, vai perceber que tipo de Evangelho vive: integral ou parcial?
“Pregue o Evangelho em todo tempo. Se necessário, use palavras.” (Francisco de Assis)
A verdade é que as nossas relações também viraram produto de prateleira. Parece que fomos industrializados e temos até data de vencimento! Quietude, espera, meditação, dentre outras disciplinas contemplativas, não são bem quistas entre nós. Um exemplo disso é a frase dos que se aventuram no amor: “A fila anda” – como se o coração fosse um produto na linha de montagem de um modelo fordista, feito para ser consumido como os demais bens de produção duráveis. Bem, na verdade, não tão duráveis assim, vamos combinar… Você sabe, né? É a lógica do sistema capitalista: os bens não podem durar tanto, pra economia girar. Daí, temos um outro modelo: toyotismo. Isto é, na explicação schopenhaueriana, trata-se da “destruição criadora” que troca o velho pelo novo. Abre parêntesis. Acertei economistas? Fecha parêntesis.
Outra coisa é perceber como a nossa espiritualidade tem sido alvo dessa correria desenfreada. São tantos eventos, congressos, vigílias, louvorzões etc, que me pergunto, sinceramente, qual é a motivação disso tudo. Acredito que nossa agenda precisa considerar que a missão é integral: “O Evangelho todo, para o homem todo, para todos os homens.” De um tempo pra cá, “missão integral” tem sido tema corrente em oficinas, palestras, boletins dominicais e outras formas de mídia evangélica. Mas, que fique claro o seguinte: missão integral não é uma invenção de missiólogos e também não é novidade. Ora, as Escrituras nos apresentam ótimos exemplos de missão integral. Nada melhor que a parábola do bom samaritano!
“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações…” (Mateus 28:19) A Grande Comissão é muito mais que um tema sublime, majestoso… Pra mim, Jesus Cristo não estalou os dedos e deu essa ordem aos seus discípulos. Não! Ele demonstrou isso, em seu ministério, através de seu relacionamento com o próximo: a mulher samaritana (era de Samaria), a mulher cananéia (uma “cachorrinha”, para alguns), a escolha de Levi (um cobrador de impostos, minha gente!), dentre outros personagens que faziam qualquer judeu sentir coceira só em mencioná-los.
Gente não é robô. Gente tem sentimentos, emoções, projetos, desejos, sonhos… E é justamente nessa rede de gente que a missão integral se apresenta. Não há espaço para estruturas, porque a vida é dinâmica e Deus se revela de forma dinâmica: impossível formatar Deus.
Não é difícil constatar que o ativismo é a “praga” que ronda a Igreja de Cristo (ou um dos), quando consideramos as tarefas essenciais para o cumprimento da Grande Comissão. Chamo de praga porque elas aparentam ser boas para o “crescimento da igreja”. Dessa forma, é como se medíssemos a espiritualidade de alguém pelo número de cargos, títulos, liderança em ministério(s)… Em outras palavras, como Jesus nos alertou, estejamos atentos e tenhamos cuidado com o “fermento dos fariseus e dos saduceus.” (Mateus 16:5-12)
Quando desconsideramos que a missão é integral, fazemos do Evangelho uma grande indústria: onde os “fermentos” da igreja são dos mais variados. Admito que sinto uma mistura de tristeza e alegria, quando escrevo isso. Tristeza, porque já corri de um lado para o outro procurando “fazer algo pra Deus”. E sei que, se não vigiar, volto àquela correria outra vez, porque não estamos vacinados contra essas coisas. Sinto alegria pela consciência de que não preciso “entrar em crise”, por exemplo, porque não abri a boca pra falar do plano da salvação.
Descobri que ser cristão é me relacionar com Deus, amando o meu próximo, ser diferente porque o Evangelho está me transformando de uma forma plena, integral e não parcial. De acordo com sua resposta, vai perceber que tipo de Evangelho vive: integral ou parcial?
“Pregue o Evangelho em todo tempo. Se necessário, use palavras.” (Francisco de Assis)
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