Palavra do leitor
- 05 de junho de 2022
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Insana batalha
"Conservando a fé, e boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé", 1 Tm1;19
.
Na passagem supra, a "boa" consciência está em oposição à má, e deve ser "preservada". Isso indica que, negligenciada, há risco de mácula, restrição, rejeição, mordaça, ou cauterização, 1 Tm 4;2.
Entretanto, de que forma a consciência pode ser cauterizada? Pela aquisição da "inconsciência" - hipocrisia. É a dramática desova evasiva no pré-consciente, no "inconsciente", ou pelo processo da consciência inversa, que faz leitura avessa à verdade. Tais artifícios caracterizam subterfúgios que apagam o que não se deseja lembrar, ou ter contato.
Tem uma estrofe musical que diz: "Não lembro o que fiz, ninguém eu matei, meu nome não sei, assino com X. Meu Deus não fiz nada que fosse errado. Não sou culpado, me tirem daqui".
Por este prisma, percebe-se a patologia anímica, que revela-se na luta contra a consciência, caracterizada pela opção de não querer ver. No contexto Jesus enfatiza: "...todo aquele que pratica o mal aborrece a luz, e não se chega para ela, a fim de não serem arguidas suas obras", Jo 3;20.
No filme, "O Náufrago", o protagonista aprisionado numa ilha, sem ter com quem dialogar, projeta sua consciência em uma bola de vôlei da marca Wilson, e com ela exercitava um monólogo regular. A interlocução era pacífica, harmônica equilibrada, enquanto comungava auto comiseração. Entretanto, quando traz à luz o dramático momento em que tentou suicídio, foi drasticamente repreendida, afinal, o incidente "não deveria ser lembrado". Isso implica "colocar uma pedra em cima", deixando a coisa recalcada no; "in" consciente.
Este artifício, além de não reparar o dano, acrescenta o peso da "pedra", à dor que deseja aplacar, a qual, se intensifica devido estar reprimida nessa "camisa de força" psicológica. Este é o drama de Adão recorrendo às folhas de figueira para "cobrir" a consciência culpada, Gn 3;7. Um paliativo que produz sensação de bem-estar, porém, toda vez que a voz da Verdade se faz ouvir, o pânico se estabelece, a paz desaparece, a coisa "escondida" estremece, e a dor se faz sentir.
Em contrapartida, a insanidade agravada tenta calar a voz buscando ser livre do fantasma, travando luta contra a consciência. Adão, já não concebia o medo como consequência de sua transgressão, mas, argumentou: "... ouvi - Tua voz - soar no jardim e temi, porque estava nu e escondi-me ..." Aqui, ele faz meia confissão, pois omite a transgressão e assim, coloca a consequência em lugar da causa deixando a culpa na "Terra do Nunca", de Peter Pan.
O embuste implica interditar a boa consciência, como se fosse Azazel - o bode expiatório, Lv 16;8-10, 26. Entretanto, a "solução" das folhas cosidas assemelha-se às "roupas novas" do imperador; que cônscio da nudez exposta, não admite devido ao orgulho, expondo-se ao ridículo. Com base nesse disparate, tem sentido a palavra que diz: "Certamente, Ele tomou sobre si nossas enfermidades e nossas dores levou sobre si; e o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido", Is 53;4.
Tomar sobre si, implica sofrer. Em dado momento, Jesus cansado dessa visão avessa reagiu: "Óh, geração perversa! Até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei?", Mt17;17. Essa inversão foi também a razão pela qual, "Jesus chorou!", Jo 11;3. Todavia, "entenderam" que pranteava a morte de Lázaro, porém, estava perplexo ante o desespero diante da morte temporal, sem percepção da morte eterna, a qual abraçaram no rito religioso.
Outro aspecto casuístico é descrito na versão de King James, que adverte: "Ande em minha presença, sem uma consciência culpada", Gn 17;1. Afinal, Abraão também usou meias verdades para se "proteger" no Egito. Deus requer inteireza antes que "metades", as quais pertencem à árvore do conhecimento, a qual, comporta também a dualista distorção, yin yang.
Portanto, é necessário discernir ambos aspectos – boa, e má consciência - efetivando a seletiva higiene. O texto diz: "...o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu-se imaculado a Deus, purificará das obras mortas vossa consciência, para servirdes ao Deus vivo", Hb 9;14. Esta é a forma eficaz para conservar a boa consciência.
Caso seja "rejeitada", conforme dito na introdução, a situação é grave. A exortação adverte sobre consequências de não aceitar a consciência, pois implica cauterizá-la, calar a voz divina, apagar o espírito. O acúmulo de rejeitos recalcados lembra a tragédia de Brumadinho, e implica submergir nas águas que navega.
Não é possível fugir da consciência, visto que é parte integrante do ser humano. Segundo Norberto Kepp, "é a única originalidade que resta no homem caído", porém, a alma luta para eliminar. Parece muito com a militância daquele cujo ofício é "roubar, matar e destruir", Jo 10;10. Eis a patologia humana: sua oposição à consciência. Resta que tentar fugir dela é correr em vão, e rejeitá-la, implica naufragar na fé. Esta é a boa consciência.
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Na passagem supra, a "boa" consciência está em oposição à má, e deve ser "preservada". Isso indica que, negligenciada, há risco de mácula, restrição, rejeição, mordaça, ou cauterização, 1 Tm 4;2.
Entretanto, de que forma a consciência pode ser cauterizada? Pela aquisição da "inconsciência" - hipocrisia. É a dramática desova evasiva no pré-consciente, no "inconsciente", ou pelo processo da consciência inversa, que faz leitura avessa à verdade. Tais artifícios caracterizam subterfúgios que apagam o que não se deseja lembrar, ou ter contato.
Tem uma estrofe musical que diz: "Não lembro o que fiz, ninguém eu matei, meu nome não sei, assino com X. Meu Deus não fiz nada que fosse errado. Não sou culpado, me tirem daqui".
Por este prisma, percebe-se a patologia anímica, que revela-se na luta contra a consciência, caracterizada pela opção de não querer ver. No contexto Jesus enfatiza: "...todo aquele que pratica o mal aborrece a luz, e não se chega para ela, a fim de não serem arguidas suas obras", Jo 3;20.
No filme, "O Náufrago", o protagonista aprisionado numa ilha, sem ter com quem dialogar, projeta sua consciência em uma bola de vôlei da marca Wilson, e com ela exercitava um monólogo regular. A interlocução era pacífica, harmônica equilibrada, enquanto comungava auto comiseração. Entretanto, quando traz à luz o dramático momento em que tentou suicídio, foi drasticamente repreendida, afinal, o incidente "não deveria ser lembrado". Isso implica "colocar uma pedra em cima", deixando a coisa recalcada no; "in" consciente.
Este artifício, além de não reparar o dano, acrescenta o peso da "pedra", à dor que deseja aplacar, a qual, se intensifica devido estar reprimida nessa "camisa de força" psicológica. Este é o drama de Adão recorrendo às folhas de figueira para "cobrir" a consciência culpada, Gn 3;7. Um paliativo que produz sensação de bem-estar, porém, toda vez que a voz da Verdade se faz ouvir, o pânico se estabelece, a paz desaparece, a coisa "escondida" estremece, e a dor se faz sentir.
Em contrapartida, a insanidade agravada tenta calar a voz buscando ser livre do fantasma, travando luta contra a consciência. Adão, já não concebia o medo como consequência de sua transgressão, mas, argumentou: "... ouvi - Tua voz - soar no jardim e temi, porque estava nu e escondi-me ..." Aqui, ele faz meia confissão, pois omite a transgressão e assim, coloca a consequência em lugar da causa deixando a culpa na "Terra do Nunca", de Peter Pan.
O embuste implica interditar a boa consciência, como se fosse Azazel - o bode expiatório, Lv 16;8-10, 26. Entretanto, a "solução" das folhas cosidas assemelha-se às "roupas novas" do imperador; que cônscio da nudez exposta, não admite devido ao orgulho, expondo-se ao ridículo. Com base nesse disparate, tem sentido a palavra que diz: "Certamente, Ele tomou sobre si nossas enfermidades e nossas dores levou sobre si; e o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido", Is 53;4.
Tomar sobre si, implica sofrer. Em dado momento, Jesus cansado dessa visão avessa reagiu: "Óh, geração perversa! Até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei?", Mt17;17. Essa inversão foi também a razão pela qual, "Jesus chorou!", Jo 11;3. Todavia, "entenderam" que pranteava a morte de Lázaro, porém, estava perplexo ante o desespero diante da morte temporal, sem percepção da morte eterna, a qual abraçaram no rito religioso.
Outro aspecto casuístico é descrito na versão de King James, que adverte: "Ande em minha presença, sem uma consciência culpada", Gn 17;1. Afinal, Abraão também usou meias verdades para se "proteger" no Egito. Deus requer inteireza antes que "metades", as quais pertencem à árvore do conhecimento, a qual, comporta também a dualista distorção, yin yang.
Portanto, é necessário discernir ambos aspectos – boa, e má consciência - efetivando a seletiva higiene. O texto diz: "...o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu-se imaculado a Deus, purificará das obras mortas vossa consciência, para servirdes ao Deus vivo", Hb 9;14. Esta é a forma eficaz para conservar a boa consciência.
Caso seja "rejeitada", conforme dito na introdução, a situação é grave. A exortação adverte sobre consequências de não aceitar a consciência, pois implica cauterizá-la, calar a voz divina, apagar o espírito. O acúmulo de rejeitos recalcados lembra a tragédia de Brumadinho, e implica submergir nas águas que navega.
Não é possível fugir da consciência, visto que é parte integrante do ser humano. Segundo Norberto Kepp, "é a única originalidade que resta no homem caído", porém, a alma luta para eliminar. Parece muito com a militância daquele cujo ofício é "roubar, matar e destruir", Jo 10;10. Eis a patologia humana: sua oposição à consciência. Resta que tentar fugir dela é correr em vão, e rejeitá-la, implica naufragar na fé. Esta é a boa consciência.
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