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Palavra do leitor

Inri Cristo, o programa Agora é Tarde e os lobos em pele de cordeiro

"Enquanto o evangelho prosseguir a ser concebido como um alforje de tradições e tratados, de bom parecer, aceitar as ácidas e até levianas críticas dos seus opositores, serão válidas."

O programa Agora é Tarde exibido pela TV Bandeirantes, na última quarta – feira, em 22 de Dezembro de 2011, abordou o tema e a temática do natal.

Para tanto, trouxe como entrevistado a figura ou, melhor dito, a caricatura, de Inri Cristo.

De notar, o desdobrar da entrevista, nada mais e nada diferente, enfocou um momento de sátira e galhofa, mediante os delírios incessantes do entrevistado.

É bem verdade, essas caricaturas perpassam e tem perpassado pelos meandros da história da humanidade, inclusive no período do ministério de Cristo, aqui na terra.

Destarte, de forma nenhuma pode ser alcunhado como uma pecha restrita a um determinado século ou momento da história.

Basta atentarmos para os relatos do historiador judeu Josefo, antes e durante o promanar da presença de Cristo, já havia o perambular incessante de personalidades imantados com o discurso de se intitularem como o Messias, o Salvador, a resposta de Deus para os aflitos e os vitimados pelas tiranias sociopolíticas da época.

Vamos ainda ao curso dessas considerações, quem não se lembra do pastor americano, cujas posturas megalomaníacas culminaram num suicídio massivo de pessoas na Guiana.

Além de outros episódios de pessoas movidas por uma vontade patológica que grassaram muitos em desgraças coletivas e comunitárias.

Mormente não seja um fã do programa agora é tarde, a entrevista de Inri Cristo abriu um espaço para uma análise mais acurada sobre uma gama de megalomaníacos presentes, em nosso meio, ou velhos e conhecida lobos em peles de cordeiros.

Em outras palavras, são Inri (s) propagadores de um evangelho desencarnado da palavra, desafeito a fazer o caminho da cruz, ou da entrega, da doação, da reconciliação, e a não reconhecer o quão salutar representa a ressurreição ou resgate do ser, em sua integralidade.

Vão além, somente aventam um emaranhado de idéias e convicções eqüidistantes de, deveras, desaguar na cura, no pleno, na salvação integral em prol do ser humano.

A grosso modo, a via do evangelho das bem – aventuranças, conforme podemos averiguar em Mateus 05, não encontra expressividade, em suas aspirações e articulações!

Muito embora, o próprio Cristo nos advertiu sobre a presença desses espertalhões, desses lábios apostatas e demagogos, desses apologistas de um evangelho por onde as fantasias servem de escaninhos para quem insiste permanecer numa vida de aparências.

Faz – se frisar, quando nos deparamos com o espectro de um evangelho órfão da revelação – viva da palavra, a situação adquire uma anatomia de conseqüências desastrosas.

Aliás, nessa lúgubre panorâmica, multidões são persuadidas e conduzidas por toda uma pletora de absurdos. Por conseqüência, sem pestanejar, embora os evangélicos se espraiem por todas as capilaridades sociais, as baixas de malogrados alcançam um percentual pra lá de significativo.

Mais alguns passos adiante, Inri Cristo até pode ser uma caricatura maluco beleza, inofensivo; no entanto, não podemos menosprezar aqueles que transitam pelos púlpitos e têm emanado despautérios, como se fossem revelações oriundas do alto, e o desfecho de tudo são pessoas equivocadas com relação a Graça de Cristo.

Mesmo assim, a Igreja remida pelo Sangue de Cristo ainda é e não arredará os pés de ser discípula, de ser o itinerário da reaceitação, de ser serva, de ser compromissada com a fé lúdica (criativa, inspiradora e preservadora) e a obediência libertária nascida em e de Cristo, de ser comprometida com a saga do bom samaritano (parar, atentar, estender e servir na integralidade).

Isto implica não ser cristão apenas para uma fatia do bolo (romper com os claustros dos predestinados e ir a direção do próximo – ‘’na mundanidade’’).

Eis aqui, então, o vital desafio a ser decidido por cada cristão, ou seja, reconhecer – se como participe da realidade ao seu redor, mas sem abrir mão de participar da encarnação, da crucificação e da ressurreição.
São Paulo - SP
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