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Palavra do leitor

Inimigos da cruz de Cristo

A cruz foi o projeto salvífico de Deus na pessoa histórica de Jesus de Nazaré. Nela, Deus declarou o seu sublime e eterno amor pelo mundo (Jo 3.16), sacrificou o seu Filho, consumou o seu projeto e venceu os poderes da morte e do inferno. É certo que a cruz era objeto de maldição, de escândalo, zombaria e vergonha. Era algo tão cruel, que no castigo capital, era oferecida para os piores condenados. Expunha vergonha, expressava sofrimento extremo, causava terror... Mas como testificou Isaías, não poderia ser diferente: "O Senhor Deus diz: Eu quis maltratá-lo, quis fazê-lo sofrer" (Is 53.10a - NTLH). Tudo isso, porque não era propriamente dele o castigo, era nosso; não era propriamente dele o sofrimento, era nosso; não era propriamente dele a vergonha extrema, era nossa. Deus nos substituiu nele em tudo. E, a partir da fé centralizada neste sacrifício único e insubstituível, a cruz assume no crente salvo a dimensão de um novo sacrifício: o sacrifício de viver pelo Mestre de maneira incondicional; momento em que assumimos o seu estilo de vida para renunciarmos a tudo por interesse do seu Reino, que exige de nós negação, sofrimento e morte.

Mas, embora a cruz seja o símbolo do reconhecimento de tudo aquilo que Deus realizou por nós e daquilo qu podemos realizar pelo Senhor, existem aqueles que são verdadeiros inimigos da cruz, como percebeu o apóstolo Paulo ao escrever aos filipenses: "Pois, como já lhes disse repetidas vezes, e agora repito com lágrimas, há muitos que vivem como inimigos da cruz de Cristo" (Fp 3.18 - NVI). Paulo os viu com carcterísticas bastante peculiares: "...o seu deus é o estômago e eles têm orgulho do que é vergonhoso e só pensam nas coisas terrenas" (Fp 3.19) e, diante disto, o fim deles não pode ser outro: "O destino deles é a perdição..." (Fp 3.19a).

Esses ferrenhos inimigos da cruz de Cristo nos assustam com suas práticas enganosas parecidas com o evangelho, mas o conteúdo de seu caráter é conhecido: enganam, prometem, torcem a Palavra e mentem. Tudo o que eles fazem e ensinam tem como fundamento as coisas meramente terrenas. Apelam para os sentidos apenas, e per-dem a lógica e a razão da dimensão do Reino.

Amemos a cruz e sua mensagem. Dela extraímos a essência do amor de Deus, nos entregamos ao Mestre na renúncia do mundo e de seus valores e partiquemos a sua vontade soberana. Sola Gratia!
Goiânia - GO
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