Palavra do leitor
- 10 de outubro de 2021
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Igreja vinho ou suco de uva
Existem dois tipos de igreja: a igreja suco de uva e a igreja vinho.
Vinho é para os maduros. O suco, para as criancinhas. Assim é também na vida de um grupo de fé. A igreja suco de uva é uma comunidade infantil. A igreja vinho é uma comunidade adulta.
A uva está madura quando pronta para ser digerida ou para extrairmos dela o seu suco. A água é pura e mata a sede, já o suco de uva é doce e tem sabor.
Jesus Cristo transforma água em vinho. Crianças não suportam o vinho. Mas os adultos podem saboreá-lo e apreciar o seu valor. Tanto o suco como o vinho surgem de um processo "doloroso", onde a uva é esmagada. Tanto crianças como adultos são confrontados desde cedo com a experiência da dor. Todas as comunidades cristãs passam pelo processo da dor. Até mesmo as comunidades não cristãs passam pela dor. Teoricamente (mas nem sempre na prática) as comunidades cristãs teriam maior facilidade em "fazer do limão uma limonada".
Tanto crianças como adultos apreciam o suco de uva. Uma comunidade vinho, pode também apreciar o suco de uva. Mas uma comunidade infantil, jamais se adequa ao vinho. Mas por quê?
As igrejas vinho vão além do processo do esmagamento. Para a fabricação do vinho duas etapas adicionais são necessárias: a da fermentação e a do amadurecimento.
Essas comunidades não estão preocupadas em beber rapidamente uma limonada adocicada e correrem para o parquinho de diversão. Nelas a dor é fermentada. Ela é "curtida". Os problemas não são varridos para debaixo do tapete. Os tabus não permanecem tabus. Eles são encarados com seriedade em todo o seu real escopo. Existe diálogo. Especialmente com o Pai, mas também entre os irmãos.
As respostas uma vez encontradas e tratadas são postas sob a prova do tempo, amadurecidas. Não existe euforias, modismos e soluções mirabolantes. Até mesmo a vivência de milagres é tratada com o devido espanto e reverência.
O resultado é que para os momentos solenes o vinho é oferecido e saboreado.
Essa é a história do Messias judeu, o Salvador do Mundo. Ele mesmo comparou a sua dor, o seu sangue derramado, ao vinho. E essa figura permaneceu para as gerações futuras como símbolo de pacificação, de harmonia, de comunhão e santidade. De alegria e graça!
(Eu sei. Pessoas pensam que adultos podem também abusar do vinho... A dor é regada infinitamente num culto embriagante de autopiedade. Ou, a alegria pode ser viciada, como fruto artificial sem algum lastro substancial de vida que justifique a festa. Esses são abusos reais. Que merecem séria atenção e servem de alerta. Mas não é disso que falamos).
Não há problema em ser criança. Permanecer criança a vida inteira é problemático. Pois somos feitos para amadurecer. Para prosseguirmos para a maioridade. Antes agia como menino... antes.
Nas festas, em ocasiões especiais o vinho se faz mais adequado – para os adultos.
Como minha igreja processa a dor? Será ela suco de uva ou vinho?
Vinho é para os maduros. O suco, para as criancinhas. Assim é também na vida de um grupo de fé. A igreja suco de uva é uma comunidade infantil. A igreja vinho é uma comunidade adulta.
A uva está madura quando pronta para ser digerida ou para extrairmos dela o seu suco. A água é pura e mata a sede, já o suco de uva é doce e tem sabor.
Jesus Cristo transforma água em vinho. Crianças não suportam o vinho. Mas os adultos podem saboreá-lo e apreciar o seu valor. Tanto o suco como o vinho surgem de um processo "doloroso", onde a uva é esmagada. Tanto crianças como adultos são confrontados desde cedo com a experiência da dor. Todas as comunidades cristãs passam pelo processo da dor. Até mesmo as comunidades não cristãs passam pela dor. Teoricamente (mas nem sempre na prática) as comunidades cristãs teriam maior facilidade em "fazer do limão uma limonada".
Tanto crianças como adultos apreciam o suco de uva. Uma comunidade vinho, pode também apreciar o suco de uva. Mas uma comunidade infantil, jamais se adequa ao vinho. Mas por quê?
As igrejas vinho vão além do processo do esmagamento. Para a fabricação do vinho duas etapas adicionais são necessárias: a da fermentação e a do amadurecimento.
Essas comunidades não estão preocupadas em beber rapidamente uma limonada adocicada e correrem para o parquinho de diversão. Nelas a dor é fermentada. Ela é "curtida". Os problemas não são varridos para debaixo do tapete. Os tabus não permanecem tabus. Eles são encarados com seriedade em todo o seu real escopo. Existe diálogo. Especialmente com o Pai, mas também entre os irmãos.
As respostas uma vez encontradas e tratadas são postas sob a prova do tempo, amadurecidas. Não existe euforias, modismos e soluções mirabolantes. Até mesmo a vivência de milagres é tratada com o devido espanto e reverência.
O resultado é que para os momentos solenes o vinho é oferecido e saboreado.
Essa é a história do Messias judeu, o Salvador do Mundo. Ele mesmo comparou a sua dor, o seu sangue derramado, ao vinho. E essa figura permaneceu para as gerações futuras como símbolo de pacificação, de harmonia, de comunhão e santidade. De alegria e graça!
(Eu sei. Pessoas pensam que adultos podem também abusar do vinho... A dor é regada infinitamente num culto embriagante de autopiedade. Ou, a alegria pode ser viciada, como fruto artificial sem algum lastro substancial de vida que justifique a festa. Esses são abusos reais. Que merecem séria atenção e servem de alerta. Mas não é disso que falamos).
Não há problema em ser criança. Permanecer criança a vida inteira é problemático. Pois somos feitos para amadurecer. Para prosseguirmos para a maioridade. Antes agia como menino... antes.
Nas festas, em ocasiões especiais o vinho se faz mais adequado – para os adultos.
Como minha igreja processa a dor? Será ela suco de uva ou vinho?
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